quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

::A MAQUINA::

O chamado...

Sabe-se pouco da dor, da angústia e do sofrimento que nos cerca.
Por muitos anos eu pensei ter entendido uma lição majestosa.
A lição do aprofundamento da dor existente.
O que é verdade, transcende a maldade.
A maldade, transcende a dignidade.
A dignidade, transcende a virtude.
A virtude abre portas para a saudade do que se está sendo.
E estar sendo é um papel que não é nosso.
Não somos nós quem vivenciamos a vida.
Ela nos vivencia.
Os momentos passam em nós,
As lágrimas são parte de uma glória perdida.
Perder-se na glória é aceitar que depois do fracasso, vem a paz.
E a paz não é duradoura, nada permanece parado.
Tudo move-se para a direção contrária da que vivenciamos.
Porque, a vida carrega seus enigmas para longe do nosso ego.
O mistério brota da unidade, o cósmico transmite os sinais.
Podemos enlouquecer a todo tempo.
E a loucura não tem a ver com a falta de realidade.
A loucura é a própria realidade que não conseguimos viver constantemente.
Vivemos o lapso tempo no agora.
Agora é tempo, o tempo é a máquina.
Máquina de acontecimentos...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

::A vida é tão azeda::

Correndo...


Correr para onde as coisas não venham me maltratar,
Aonde o vento faz com que eu me perca nos redemoinhos.
Dentro de mim, um sentimento de solidão não me deixa dormir.
Estão suspensas as casualidades, os fatos me tornaram mais sensível.
Porque eu escolhi que preciso da dor como companheira, e ela não irá me desapontar.
Eu desmonto as casas que um dia construí com tanto esforço,
Os alicerces estavam apodrecendo e meus sonhos estão fazendo sentido.
Eu ando a mil por hora e tudo que tenho são as bagagens pesadas em minhas costas.
Porque tudo que eu creio que seja real brota da saudade de que um dia eu pude escolher ser feliz.
E eu concretizei até enquanto eu podia, mas não negarei o fracasso que me faz evoluir.
A cidade está parada e eu consigo ver as nuvens aglomerando-se diante da minha cabeça,
E nada mais faz tanto sentido quando, um vazio que me domina a estas horas.
Se você não pode acreditar em tudo que digo,
Eu posso abrir a caixa antiga e deixar que o tempo te revele o quanto tentei te salvar.
Atirei milhares de pedras no rio, e toda aquela movimentação no meu sentimento,
Aquelas falas estranguladas que saiam de mim, não faziam sentido algum,
Até que um dia, fui envolvida pela infelicidade da minha vaidade perdida.
E eu fiquei gélida, estúpida e desalmada.
Voltei do inferno, caminhando entre caminhos tortos, aonde a razão não pode me consumir,
Aonde a culpa não pode me sacanear.
Eu vou arrancar as rosas do meu jardim, e vou me envolver nos ramos e seus espinhos ácidos.
Quero sentir a dor de que um dia experimentei e pude vivenciar as tentativas que eu criei,
Sem medo de morrer a sete palmos, sem medo de ceder aos meus próprios caprichos.
Os olhos estão fechados e minha coluna dói,
Eu tenho uma flecha atravessando o meu peito!
O meu sangue é comum, não tem segredo, mas eu insisto que não consigo mais fingir que não posso sentir esta pressão que sai dos batimentos cardíacos meus, que estão ficando cada vez mais fracos.
E se eu respiro é porque eu choro, e esta ladainha me abre para o novo.
O infinito da dor... a angústia, ela quem me consome neste momento,
É ela que mistura os meus sentidos, insiste nos meus instintos...eu volto a ser primitiva...
Porque eu sofro, e sofrer tem sido áspero e cruel.
E eu tenho nojo do costume da mania, dos atos falhos, insônias suspeitas da minha ironia.
“tenho medo que o sofrimento tome conta do meu corpo.
Não é orgulho nem tristeza a vida é tão azeda.
E isso pode dar uma tragédia,
Me desculpe por não ter lhe dado atenção, são cicatrizes.
São veias que estouram para viver com asas...”

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

::ASAS::

Eu abro a minhamente para as coisas novas...

Tudo que eu tenho perdido é quase uma luta que eu tento não encarar.

Não posso ficar muito tempo jogando contra as coisas que perdi.

Eu rabisco as minhas fantasias e eu estou perindo idéias de fraqueza todo tempo.

Ando pregando meus ossos na terra a todo instante,

E minha cabeça dói só de pensar em solucionar os meus problemas.

Estou irritada com o outro mundo, e minha relação pessoal está perturbada.

O negro passou diante de meus olhos e me contaminou.

Não por agora eu prefiro ficar em silêncio, não consigo me comunicar com ninguém.

O vazio me devorou de uma vez só.

Estou abrindo as portas e fechando meus outros pensamentos claros.

A realidade tem sido tão transparente, e eu ando tão timida.

O antigo verbo não serve mais para os dias de solidão.

Profanei o espirito livre, vivi uma liberdade racional demais.

Um monte de consequencias que me deixaram tonta.

Se eu tentar narrar, eu vou contaminar as coisas que eu venho sentido,

Sinto uma certa estupidez dizendo que eu vou me afogar no meu proprio sangue...

A frustração me trás um caminho,uma abertura, um novo sentido de vida.

::PECADO::

Suor, sussurro e saliva.
Eu vou virar o seu corpo aos avessos com a ponta dos meus dedos.
Vou transbordar a sua libido.
Vou denunciar as suas fraquezas.
Vou fazer o mundo ouvir os seus gemidos.

Eu vou respirar fundo com o ar que sai dos seus pulmões,
Enquanto eu empurro o seu abdômen contra o meu.
Vou dedilhar a sua pele íntima para desdobrar os seus sentidos.
Escravizar a sua sede de amor, rasgando a sua voracidade através dos seus ouvidos.

Vou trancar sua liberdade no meu tórax,
Estilhaçar os seus olhos com a ponta dos meus cílios.
Quando você perder o fôlego, quero ressuscitá-la através dos seus sonhos eróticos reprimidos.
Vou usar o seu peito como abrigo para o meu vício infantil,
Vou cortá-la ao meio para que você saiba que estava inteira comigo.

Vou te arrastar pela cama, como se fosse conduzi-la para inferno.
Salivar em seu ventre, para demonstrar o meu paladar aguçado e atrevido.
Você não vai pode escapar, estará presa em minhas pernas,
Em meus braços seus braços serão amarrados e exprimidos.

Eu vou te deixar em transe.
Vou roubar sua sanidade com a minha loucura sexual,
Vou te transformar em uma menina com a mente pervertida.
Vou beber seu suor através dos poros do meu corpo,
Vou te seduzir até que seu prazer seja completamente por mim consumido.
Serei sua vingança, sua amante, sua mentira, sua culpa e sua perversão feminina!
Serei cada membro seu conduzido pelo meu instinto.
Arrancarei seus medos, quando seu corpo estiver trêmulo e sem vitalidade.
Serei seu liquido sagrado deslizando entre suas pernas,
Debruçarei sobre suas fendas com meus lábios úmidos pelo gosto que vem do seu pecado.
E em suas veias correrei ao contrário,
Até que você não possa mais sustentar o próprio peso do seu suplício.





terça-feira, 24 de novembro de 2009

::PARABOLICA::

É a nova disposição da vida...

É uma profundeza obscura, sem limites, agredida pelos opostos circulares.
São anedotas do ser inconstante, uma palavra mais do que o que não pode pronunciar o íntimo eu ferido.
A água escorre lentamente na pia, transbordando o sentimento da expressão contida.
Alma renegada, alvo da perseguição reprimida, agora está por ser destruída.
Herdeira das virtudes incorretas e das incertezas correntes, tudo flui para cima.
Então, produzir muito sentido as coisas que vivencio, tornou-se uma maré de ponta-cabeça.
Entendimento abstrato, finitude manchada pelos caracteres ancestrais registrados no inconsciente pacífico constrangido.
Aqui dentro não existe sucessor, o interrogatório é constantemente rompido pelo estive – ali.
Dói, e como dói, ver que nem tudo pode permanecer e esta frustração enfurecida, transborda minha paciência, sobrevivência árdua nesta busca pela imanência.
Apontar antigas manias, virou para mim, principio de neurose social.
Falta de movimento circular transcendente, eu até já cansei de contar, quantas nuvens eu tive de assoprar para não ver a tempestade chegar.
Faz parte, não apenas do surgir, mas o revelador fenômeno que busca em mim um abrigo, distancia-se quando eu penso somente que posso viver de tudo isso que aprendi aqui.
É traumático, pneumático, é o ar que entra raivoso em meus pulmões, esfola minhas construções éticas, esfumaçando a dualidade da verdade.
Tudo é cru e nu!
Nada é seguro neste escuro!
A falta de controle, trás de volta o imagético transversal mundo fanático pela mágica do mistério!
Fecho e abro o útero com dor de vida.
Pari!


terça-feira, 17 de novembro de 2009

::ORGÃOS::

Não creio mais neste físico que comporta minha existência...

Creio que além de tudo que estes órgãos e membros me proporcionam, estão servindo de passagem para um tempo repartido em mil séculos.

A mente não mais ilumina meus passos. A luz que vejo diante de meus olhos, é natural e brota do meu individuo calado.

Aprendendo cada dia mais, vou silenciando as coisas que aprendi, mas não porque não quero saber de tudo, é porque o tudo desconsidera as coisas mais mágicas no que creio.

Nada. Tudo volta para este lugar. Ou talvez, eu nem tenha saído dele por um motivo. O motivo do mistério.

Tudo é radical demais, a ilusão de por na mesa a minha ilustração da vida foi uma breve punição de tudo aquilo que eu pensei ter vivido intensamente.

Porque intenso brota da sensação de dualidade do meu eu, com a vida que eu programei.

Programei! Ai está uma palavra que ainda me causa náusea. Não sei por que, nunca parei para pensar em programar uma coisa só.

Tudo isso vai além, lá no pico das montanhas da minha imaginação mais infantil, aonde o céu é vermelho e as árvores podem se movimentar sem precisar do vento.

Com o passar dos anos, eu cada vez mais perco o interesse em ser grande coisa, já me assentei nas dimensões que não posso tocar.

Sou parte da unicidade.

O que vem a ser isso?

Ainda não sei, só sei que não tem mãos, pés, asas ou algo que seja parecido com as coisas que vejo por este tempo.

Deus, diabo, universo, sombra, claridade, medo e felicidade. Aprender isso tudo sozinha e vazia, é uma prática dolorosa por assim dizer, mas, compreendo que, a cada vez que eu experimento o novo sem um julgamento, sinto-me purificada.

Tocada nas entranhas pelo sagrado. Não falo isso tudo por onipotência, eu realmente acredito que pensando o não pensado, eu sinto o que jamais senti... A vida!

Esta vida que martela na minha cabeça, usando palavras, certezas e divulgações do que tem que ser, vai se despedindo de minha alma.

É difícil querer alargar um sentimento estando dentro de um complexo de situações já pensadas.

É somente no estar só que me deparo com as minhas coisas mais sutis.

Aquelas que ardem sabe, que não deixam de rondar a minha essência.

Peguei gosto pelas coisas que são inúteis.

Matéria, espírito, agora já me sinto conjurada pelo fenômeno do estar – ali.

O tempo vai passando, e às vezes sinto um frio na espinha, não de medo do que vem, mas começo a me preparar nesse território existencial, para algo maior do que eu conheço, EU mesmo!

Vivi de muitas travessuras, como se por algum acaso eu soubesse de tudo. E isso foi sem graça, porque eu não tinha um ponto firme, eu apenas tragava o dia de hoje tentando trazer de volta a realização do amanhã. Frustrante!

E isso foi bom. Aprender com a dor, frustração, o medo, a loucura, os diálogos enfurecidos que brotavam do meu inconsciente e chegavam até meu consciente sem serem filtrados.

Na verdade, hoje em dia não sei a diferença entre concreto e imaginário.

Tudo é parte de uma grande coisa, sei lá como devo eu chamá-la.

Só sei que não está longe, está bem perto, tão perto, que minha pele é pouco para sustentar tanta vida.

Eu morreria!

A fala do presente vem não sei de onde, é uma voz grossa que escuto lá do fundo, e quando vai chegando perto, vira uma canção poética falada.

Doce, tão doce que este mundo todo seria um formigueiro atrás deste néctar divino.

Todo mundo procura, eu também já procurava um motivo para não querer aceitar que a vida também faz parte de um sentimento de perda.

Perda de sentidos.

Ai eu comecei a não mais cogitar as coisas do modo que me ensinaram. Eu me abri de espírito. Brinquei com o tempo levemente, fui introduzida a mais perfeita falta de nexo.

É complexo e pronto!

Vomitei!

Linda chuva de meteoros!

Grãos de sombras dançantes caíram diante de meus olhos.

Ali presenciei o agora.

ABRAXÁS!

Este agora, aquele, ele se foi... Amém!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

::CASCA::

Agora vamos embora...

Estou sempre sendo destronada pelo meu ego.

Dentre todas as coisas que eu gosto em mim, a que mais me cativa é a minha persistência.

Eu contagio o silêncio, a ausência das minhas falas egóicas trás de volta a calmaria para meu ser.

Doce vida e seus flagrantes, a natureza dos fatos que vêm à tona em ângulos mais claros e justos.

Cabe em mim! Vantajosas horas em que, posso sentir que algo está me possuindo, derramando as minhas fraquezas, e disso consigo minhas virtudes.

Eu choro, o que eu posso fazer é matar meu desejo, conseqüências de suspensões antigas.

Extraio de mim os raios verdes, contemplo a lua cheia, toda tomada pela saudade ancestral de outras vidas.

Sai da caverna do passado!

Não critico mais o que se foi o que passa agora atirando pedras nas minhas profundas manhas inescrupulosas.

É um zelo com este meu coração, vocês nem imaginam.

Portanto, ser sensata me trás de volta, a sabedoria, o caminho da paciência e da plenitude espiritual inquietante que movimenta-se dentro de mim....

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

::ENTIFICANDO::

O corpo encena o momento intimo, eu narro às sensações do estar no templo sagrado carnal...

Sem mérito algum, poeticamente eu abro o vazio inegável da minha existência.

O que ando vivendo não é possível narrar, é um transbordamento de sentidos, um prazer inigualável, uma tempestade formando-se dentro de minhas artérias...

A vida é poesia do desejo, a continuidade puxa a correspondência da atração pelo outro ente.

Demonstro o raso passo da liberdade e a profunda passagem pela linguagem do espírito solitário que salta de uma dimensão à outra, tentando habitar um tempo honesto e revelador.

Ando acompanhando o movimento do “estado oculto” do segredo não revelado, criações que criam conflito com a moralidade.

Não basta o encobrimento, eu interpreto as coisas que tenho nos espaços intensificados, como entificação do meu ser-ali.

Estou em estado de graça, desmembrada pelas minhas raízes no passado lançadas no presente.

Principio de correspondência, finalmente eu sinto uma possibilidade enorme de ser feliz por alguns instantes... e isso me deixa em êxtase!

Não posso virar as costas para as coisas que surgem no meu caminho, surgir para mim, já é o próprio fenômeno em si revelado para ser vivenciado.

Eu quero transmitir tudo isso, e não posso acolher outra perspectiva por enquanto...

Vou vivenciar as coisas do modo que elas se apresentam, sem medo de cair no abismo futuramente...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

::CORO DOS ARCANJOS::

Busco meios pelos quais a vida pode-a –ser um pouco menos raivosa...

Eu vou convertendo astros, sentindo acasos, quebrando os braços do impiedoso passado.

Ando boba, com um lado poético calado, humildemente venho gritar para os montes isolados das civilizações:

- Algo vai ter que mudar novamente!

Meu manual de ódio é anônimo, esta parte irracional freqüenta as casas da inconsciência.

Não quero ser útil, nem quero somente ter ambição para alcançar a vitória parcial.

Não faz sentido, a minha inteligência de mulher-bicho, foi jogada no fogo.

Ela se entregou ao fico, foi consumida pelos meus desejos, não participa por agora das ocorrências presentes.

Esta espécie de inclinação a tragédia, é um encontro entre verso, êxtase e frustração.

Nossa eu posso ouvir, um coro cantando a narrativa da minha comédia interior.

Pensamento na cena, no ato, fenômeno vivido, o paradoxo novamente me conquistou.

Mostra-me personagem!

Revela-me!

Abre meu mistério, rompe minha passagem, desliza em meu desligamento exterior.

Conjura-me!

A vida é minha narrativa, o amor é meu dom avassalador...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

:: É ASSIM::

Não existe vida sem conflito...

A construção de si no mundo, o mundo em si no tudo.

O todo no nada, o nada mergulhado nisso que vivemos agora.

Agora somos o que anteontem fomos.

Esquecemos de sermos esquecidos, convencidos de nossos méritos antigos

Participamos da vida em milhares de fatos, somos alvo do ego reprimido.

Reprimir demanda, comanda, age como uma manada de elefantes loucos,

Esmagando o nosso verdadeiro querer saber e não entender.

E hoje tudo é cósmico, divino, dividindo terra e ares.

Água e lugares desertos em nossa morada do espírito.

Insisto em dizer que, caminhamos sem nos distanciarmos de nossa verdadeira jornada.

Existe uma janela, uma ponto, uma nova morada.

Lá fora existe um sol e uma lua.

Secamos dia após dia, esperando uma Aurora.

Em mim, não causa estragos, eu ando vivendo catando meus cacos por todos os lados.

Nesta dimensão sou mulher primitiva, instintiva, mas sei ainda bordar no chão as minhas emoções experimentadas.

Não existe temperatura para manter algo dentro de mim sem que morra.

Cativada pelo querer, vou seguindo insana e corro para frente daquelas colinas, já não preciso me esconder.

Transbordo, sou ato, fenômeno marcado!

Fui sacada pela amada adrenalina abençoada.

Se for de uma maldição que me rogaram, sinto as circunstancias em mim sem demanda, a cortina da minha alma está aberta, estou no meio do palco, isolada.

Não tem coroa e nem rainha, a guerreira não volta sem um pouco de sangue em sua espada.

Se for mito, eu não omito, se for caos eu não me desfaço!

Nem disfarço quando quero agonizar!

Nada mais faz com que eu fique intimidada pelo medo.

O medo me salva!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

::ESCONDE O SEGREDO::

Um momento infantil rodeava a minha criatividade...

Eu estava querendo uma compaixão, um limite sonoro que voasse através da alma.

Uma delicada folha que se entrega ao destino do vento, agora caia sobre meus pés.

Pés calçados, não mais senti aquela terra bruta sobre minha sola existencial.

Eu queria retribuir a mim mesmo, todo valor e todo custo que um dia entreguei ao mundo.

Era preciso lidar com a vida, usando a paciência que aprendi através do silêncio.

Não sou tola, e uma vez que, exercitei a minha confiança na vida, ela nunca me abandonou.

Posso ver brotar a água de dentro das pedras, e maravilhar-me com tudo que existe no mundo, sem usar de conceitos prontos do que é o ser natural.

Eu sempre penso que estou preparada para viver as coisas mais intensas do cosmo.

Ás vezes eu sou surpreendida com as tempestades e com os ventos do norte.

Não caibo mais naquela cabana isolada do pensamento moderno,

Tudo que tenho visto e sentido, vem de um lugar desconhecido, aonde,

Busco porquês, sem querer obter respostas.

O mistério me cativa a aprender a re-educar o meu aparelho psíquico.

Eu almejo viver realmente, agir diferente com todas as coisas que aparecem fora da minha orbita,

Porém, não sei o que me preencherá de sentimentos ruins ou bons, estes, carrego em mim não como um fardo, mas como um aprendizado da vida aqui.

Com o decorrer do tempo, vi amores, paixões avassaladoras, corações quebrados, anjos tomados pelo “daimon” e não mais me surpreendi...

O que me traz de volta a tona dos fenômenos, é quando eles se manifestam simbolicamente no mundo através de seus sinais.

Este sinais que não consigo deixar passar em branco!

Eu fui tomada pela vida, e a vida tomou todo meu sangue!

Bebeu minha falsa sabedoria, me limpa de tudo que sei a cada dia.

Estou nova, sempre renovando, quero aprender a viver as coisas como elas são, como aparecem, como nascem.

Quero o berço materno do universo para dormir!!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

::AGUA NEGRA::

Eu gostaria de guarda a vida dentro de um pequeno baú dentro de minha mente...

Vejo as linhas em volta do sol,

Vejo minhas centenas de construções feitas a aço e pó.

Dentro de um viagem, eu me transformo em uma água velha no topo de uma montanha larga,

Pesada, alta e desvairada.

Escorrem os rios naquelas beiradas, amadas verdes, azuis, águas salgadas.

É setembro, e ainda não compreendo,

O que ainda estou fazendo deitada sob esta chuva de verão.

Dou risada dos sátiros, mergulho no inconsciente, dobrada está minha alma.

Meus braços estão maiores, menores são minhas fraquezas, eu ando afinada e amada.

A vida tem vãos, nada que eu vejo entra e sai de mim sem deixar uma sensação de solidão.

A primavera está pronta para nascer, e com ela também, brotando vem o soneto de separação.

Não tenho tempo para morrer, a morte para mim tornou-se uma grande contradição.

Os mitos são muitos, os que querem ser queridos, esquecidos estão.

Está tudo preparado, a colheita já começou.

Estou diante de um espetáculo individual,

Sei que ainda tenho enganos, passos indecisos, avançando estou.

Não tenho mais interesse algum em quebrar regras, para o mundo eu vou.

Espanei os sentidos das metamorfoses conscientes, o espetáculo da nova jornada me escalou...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

::CAPTURA DO AGORA::

Eu nunca tive propriedade alguma...
Sempre quis me apossar das coisas, para tentar alargar minha essência,
E não Vivi, não vivenciei o mundo, não compreendi o sensível no seu “uno”.
Estou me desapegando das coisas, pessoas, sentimentos.
Eu quero ser possuída pelo instante originário primitivo.
Preciso ser tomada por um absurdo cósmico, surpreender-me como que está agora.
O agora, quero ser laçada por ele, sentir o cheiro do perfume da manhã cinza,
Sentir o vazio que brota das almas nas ruas, ouvir os balbucios dos cômicos repertórios de diálogos alheios.
Não quero ficar embalsamada em um período só.
Quero todos os tempos contra meu intelecto, quero um mundo de oportunidades únicas.
Eu ando ouvindo a mim mesma, e esquecendo de ouvir os meus passos nesta terra.
Fértil, eu preciso ser fértil, procriar a liberdade de meu espírito de uma forma singela.
Poder sentir que, cada dia mais, estou me desprendendo da matéria,
Mas para isso, preciso senti-la em seu todo, como eu sendo parte do uno.
Estou em um processo de formação assombrosa.
Aflita, mas com uma força muito grande, vontade de ver as pequenas coisas da vida brotarem.
Fui capturada pelo agora, e ainda não voltei...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

::A VISÃO::


Não é um cisco em meus olhos, é um tornado formando-se em minha face.
Náusea, eu sinto náusea da minha própria condição no mundo.
Eu preciso sair deste estágio, sinto falta de alguma coisa que me complete como ser-aí.
Avisto um fio dourado, um labirinto cheio de vontades, uma tempestade que está pedindo para ser movida para longe, bem longe de mim...
Não tenho medo mais do perigo da insanidade, eu tenho sido verdadeira comigo mesma.
Eu erro demais, e vivo dormindo em cima da esperança.
Agora eu peco menos, e existo de uma forma mais voraz, eu sou eu mesma em vários lugares com expectativas diferentes.
Quem viu o passado, não consegue me ver diante das possibilidades que aprendi a compreender.
As vezes eu desejo ficar um tempo no universo, viver diante dos buracos negros, no choque exato das consciências, pensar lentamente sobre o tempo daqui com os moldes cósmicos.
Mas não dá, a vida não para, e ser somente cosmo não me serve mais, tenho que unificar as coisas, intensificar minhas mudanças, eu tenho que existir cada vez mais diferentemente.
Apreciar as pequenas coisas, prestar atenção nos sinais e não perder oportunidades únicas.
Estou presenciando a herança do amor, da bondade, fidelidade na sensibilidade.
Estou indo além de um monte de livros, de obras fantásticas literárias.
Eu tenho que ter minha própria obra, ter algo palpável neste mundo.
Existir como eu sempre fui criada para viver, liberta do medo de viver.
E se alguma coisa acabar, eu posso contar com minha fé, ela não me faz desandar.
Eis o firmamento!
O desenvolvimento da minha esta em andamento...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

::A MALDIÇÃO DO INDIO::

Um enorme Índio montado em um cavalo negro...

Um moço belo estirado na cama, com o lençol azul manchado de vermelho, sangue puro.

Destruição, maldição, exibição de um ciclo maléfico.

Olhos flamejantes, corpo de Índio forte, com os dez dedos insinuando violência.

Vejo um tridente pendurado na parede, marcando um território conjurado pelo medo.

Eu vejo o suor escorrer do rosto dele, ele parece satisfeito, mas um pouco nervoso.

Este quarto cheia a podridão, a vícios, uma moral corrompida.

Linhas compridas desenham um tetragramaton no teto anunciando uma purificação.

Um jovem deitado em cima de um passado doentio, um bode ofegante em sua cabeceira.

O índio transforma-se em um jovem atraente e despeja melancolia pela ponta do dedo indicador, caindo diretamente na boca do jovem adormecido.

O moço belo, tem uma espada deitada no peito, cheia de remorso, que cheira o perfume de sua mãe.

Seu pai chora no andar debaixo, esperando que o “bode” saia para que ele possa entrar para matar o jovem atormentador de alma ingênua e de um amor doloroso.

O moço chora, em seguida cospe toda melancolia do índio para os vãos da cama, e vomita todo seu sangue amaldiçoado para fora do corpo.

Ele está libertando-se do outro, ele está purificando seus sentimentos, ele está ouvindo a sim mesmo...

Eu vejo o indio ir embora jogando seu coração na fogueira que está montada na sacada do moço belo!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

:: PAN ::

Fé, gestos e comoção...
Uma roda da fortuna de ponta-cabeça,
Um balde de lágrimas,
Uma sensação única de sorte futura.
A janela aberta, o paraíso revelado,
O cavalheiro das sombras em seu cavalo alado.
A visão do céu,
A abertura do inferno sendo desvelado.
É coisa divina,
Coisa única, essência de prometeu em sua cura sagrada.
O corpo escultural, a propagação do natural no imanente revigorado.
A estratégia das Moiras, o Pan nu enjaulado.
É coisa de Deus de mãos dadas com o Diabo.
Vai e volta,
Prende e solta!
A alma pendura na terra,
A terra vira, jorrando todo o cosmo,

Começarei minha nova jornada...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

:: O LUAR ::

Eu vi uma lua brilhante e cheia no céu, e junto dela um banho de mistérios eu tomei.

O instante coagulou o presente, e eu de tão ausente me vi correspondente com um astro onipotente.
Um circulo, inaugura um ritual bruto do mundo maligno.
O banco dos inocentes, que lutavam contra aquela força agressiva que tentava nos atirar no lago negro.
Eu vi três demônios em forma de gente.
De gente inconseqüente, demente e doente.
De preto, acompanhados por uma mala cheia de pestes violentas.
A grama verde não escondia o cenário de puro terror, aonde cada passo era calculado pelo divino imaculado estar.
Não se ouviu risadas, só duvida e dor.
Rancor, freneticamente pude observar uma dança, o balançar de um anjo, e presenciei um curador marcando seu território, e uma guerreira abrindo-se para um mundo de pavor.
Vi uma estrela do lado daquele astro luminoso, representando que eles não estavam a sós com o terreno.
Vivificando, anunciando, o prenuncio de uma nova era, absorvendo as penumbras do passado, os excessos de intuições, marchas lentas de ingenuidade sempre rompidas por sussurros inconscientes.
Um segredo ali foi revelado, uma ruptura do instante, um tempo revirado!
Duas sombras que nasciam e corriam para baixo dos braços das árvores, presos no solo assombrado.
Uma sombra que escondia-se entre os arbustos lentamente, observava aquelas três figuras santas em solo marcado pelo deus da escuridão.
Eu vi um anjo de asas grandes e volumosas carregando um curador e uma guerreira para um solo sagrado e depois disso, eu vivo o ontem como o agora....

terça-feira, 4 de agosto de 2009

:: ORIGEM PRIMITIVA ::

Um dia a luz desce as escadas e encontra a escuridão sentada no horizonte...

É difícil falar, mas falar de verdade, com sinceridade sem se preocupar com o outro, os outros.

Ontem diante de uma roda de pessoas, amigas e desconhecidas, descobri que posso falar sem medo de julgamentos e arrogância de meu diálogo.

O segredo é deixar fluir?

Nossa mas em mim tantas coisas fluem ao mesmo tempo, e para que eu possa me concentrar é necessário que eu respire profundamente e acesse uma parte mim cheia de experiências.

Algumas experiências eu ainda tenho que separar da realidade que ali aparece, uma situação delicadíssima, minha velha preocupação de não magoar o outro com as minhas tendências.

Tendências?

Um turbilhão de construções, imaginárias passando para o substancial...

Nesta passagem, eu me entrego, sei que não sou boa quanto a finalizar processos, as ramificações são enormes, eu não sei fechar esta teia enorme que se abre diante de minha psique.

É engraçado quando falamos da vida em seus aspectos mais concretos, quando posso perceber o além do nada, por fim, resulta sempre em um monte de símbolos gigantes que cercam minha mente de significações individuais.

A expressão muda da minha surdez, atrapalha as vezes a minha leveza, recorro sempre a margem da minha realidade.

Funciona.

Eu tenho acesso ao bruto e o lapidado, e hoje em dia não escolho mais nada, eu só me deixo ser possuída pelo instante em que sou tocada pelo agora.

A vida é rara, tratá-la de forma banal ainda não aprendi, cometi erros, enganos, acasos, incidentes, acidentes, sou filha da vitima do passado que não teve desfecho.

Cuspo a introdução da base felicitaria que beneficia a minha jornada para o infinito...

Trago com força a organização do meu mundo substancial.

Estou terrificando, alinhando-me a meus antigos cultos ancestrais primitivos, estou sendo a fera que doma o impalpável.

Estou sendo o foco fosco da natureza em sua origem que por mim estava esquecida...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

:: RABISCAR A SAUDADE ::

Procuro uma nova cor que eu não tenha tocado sem manchar...

E sempre encontro, aquela cor cinza nos quadros que visualizo quando penso em amor.

Penso em paredes, estradas congestionadas, corações aflitos, poesia, chuva e sol.

E tudo sempre me leva a você.

Quantas noites eu tentei procurar uma maneira de rabiscar a saudade,

Todas estas foram em vão.

Cada palavra que eu tentava rasgar da minha mente, me levava de volta para você.

Este vazio todo, estes arrepios, esta ingenuidade que vacila, é medo das memórias.

Justamente quando o vento tenta me levar, aflita percebo a tempestade que se aproxima.

Mais um dia sem querer, eu penso em lhe ver.

Para ganhar um sorriso, tomar um café, falar sobre as coisas pelas quais eu tenho ironia, para ainda não lidar com as mesmas na minha profana intensidade.

Eu sei, ainda me falta responsabilidade, coragem, para caminhar por aquele caminho que deixei com medo do final da estrada.

Faltam tantas coisas, palavras, sussurros, desculpas, falta minha alta fala!

A fala que não consegue adormecer, que enlouquece e que eu não posso deixar de em mim escurecer.

Tento sempre renovar tudo, e o que anda em minhas veias é a necessidade da sua sinceridade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

:: A TEIA ::

Aquela infância era uma luz em meio a escuridão....
O que foi feito diante de tantos episódios de minha vida?
Aqueles episódios em que eu juntava areia nos dedos, e via a umidade das emoções, escorrerem diante de meus olhos.
Sempre fui apta em procurar agulha em palheiros, como uma função inerente a minha natureza.
Na veracidade de minhas palavras, me perdi muitas vezes.
Outras, eu apenas buscava um sentido vazio naquela estrada encoberta de vestidos longos e loucos, com suas pernas amarelas que me levavam ao nada.
Um dia, consegui ver as escadas que ficavam escondidas do lado escuro de minha casa.
Aonde os barcos faziam fila para parar, e ali deixar as bagagens do rio do esquecimento.
Quantas jornadas comecei sem ter vontade de terminar?
Muitas.
E como foi doloroso perceber que um processo havia se separado de mim.
Me separei de homens, mulheres, destinos, casos, acasos e sentimentos desesperados.
Porém, jamais fui capaz de separar as partes de mim mesmo.
Não sei como anda aquela ampulheta que marca o tempo de minha existência.
Medo de morrer, nunca tive, nunca terei.
Medo de viver é o que me move, o que me situa como ser –no-mundo.
Ser, é ser, inconstante ou no ato do firmamento divino.
Escorre o jorrar do prazer infinito das longínquas trevas que me assolam.
Mas, que também servem de instrumento para minha vontade de ter a leveza.
Um amor, mil vidas.
Uma vida inteira de amores e promessas.
O corpo templo de uma era sagrada, um plano finito de vaidade e semelhança aos olhos dos deuses.
Nada deixa de mover-se para o desconhecido.
O que sabemos, iremos entender para compreendemos em um daqueles dias, em que a vida não parece ser parte nossa.
E olha, entender tudo o que se passa, é constrangedor.
É como tentar decifrar um baú aberto cheio de poeiras, com aquelas teias de aranhas ferozes e famintas, beliscando as nossas mãos com fugacidade.
Eu quero sentir sempre o amor na poesia.
E quero também, ser sempre capaz de poder não compreende-lo!
Quero apenas sentir-me viva quando os tempos ruins caírem sobre minha alma.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

::O SER-ALI::

Uma armadilha...
Um gato, um rato, um bicho de pernas longas.
Um arco-íris suspenso no ar.
Um vento noturno do norte, uma folha que vai para bem longe.
Uma critica suave da ponta da laje da criação.
O iceberg da humanidade, a cripta dos sentidos violados.
A colisão do espectro sentido pelo acaso abordado.
A abordagem do espírito livre, o fenômeno cristalizado destruído.
A conspiração do gene violento da modernidade.
A iluminação artificial da mente.
O burlador do sistema, o firmamento do alicerce democrata.
O vício das virtudes cartesianas.
A falsa liberdade do barco perdido na imensidão do ser.
O frio trepido do silêncio vivido.
O extração do amor, o utilitarismo da juventude imatura.
O verbo conjugado pelo individuo-objeto do caos moderno.
A sensação da morte pós-existência.
Nódulos pendurados de ponta-cabeça no horizonte.
Tudo é vida!
E morte também!
É raio que corta a 360 graus.
O ser-alí... abrindo-se para a incerteza!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

::O TERCEIRO MUNDO::

É preciso estar só...

Mesmo quando eu procuro estar em meio a uma multidão ofegante,
É preciso que eu esteja só.
Enquanto eu tento fingir que posso agrupar as coincidências, as incidências ocorrem, eu fico presa na teia do tecido das Moiras... a roda não para...
Um termo e apaixonado estar, uma construção de vida, um pouco menos de tempo, um pouco mais de experiência, o nada se revela.
A revelação dos instantes, eu ando tentando trocar passos com as coisas do antigo testamento, é preciso que eu re-aprenda a não divulgar o meu estado de sonambulismo.
Este artigo contínuo que em mim anda brotando, precisa de uma nova esfera, uma nova visão de humanidade, um pouco menos de razão, mais explosão em meu espírito.
Esta minha resistência não tem sido autêntica, eu preciso aceitar uma solidão, mas não imortal, um estar só em si sem medo...
Não é eterno, é inconstante, os excessos dos outros corpos me trazem coisas com as quais eu por agora não tenho que lidar.
Tenho medo de mim, medo das minhas figuras simbólicas, medo das vozes que se concentram em minha mente.
O passo tem que ser dado, a névoa está sob meus pés e minha cabeça está tomada pelas trevas.
Não há como escapar, eu vou aceitar esta condição agora, este por hoje, o já estou!
Preciso sentir, receber este sentimento do presente, o sentir-me na essência do divino, para trocar vivências no terreno.
Este térreo que vive me assombrando, este banho de dúvidas indolentes, eu preciso captar os laços do infinito, deitar com minhas mágoas, acordar tomada pelo cósmico, digerir as situações que vem me puxando para a morte-existencial.
Poucos caminharam comigo, estes, serão os amores da minha vida, todos em pedaços, espalhados, cultivados, adorados e bem guardados em minha existência.
Quanto aos outros, tenho de respeitar o processo, como venho fazendo por estes tempos, e não me deixar iludir pelo universo alheio, apenas entrar no mesmo, quando me sentir contagiada pela poesia do ser-ali.
Eu vivo, vivendo o risco do interno, o terceiro mundo faz sua abertura em mim....

segunda-feira, 13 de julho de 2009

::PENSANDO::

Uma nuvem de pensamento...
Um sopro desconhecido em meu ventre.
Uma saudade da vaidade que me cercava de chamas.
Um suspiro que nascia do infinito.
Uma teia nova de possibilidade.
A poesia que fala,transpira que chora.
Tenho lágrimas, muitas, um lago delas.
Elas me sustentam, amamentam minha alma.
Com calma, eu preciso atravessar a ponte do desejo,
Para chegar ao meu novo lar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

:: O HIEROFANTE::

Uma corrida louca contra o tempo...

Se é que posso dizer que eu tenho corrido!
Minhas asas andam pesadas de mais, e os fardos são bagagens desnecessárias,
Rabisco uma virtude, penduro um quadro meu no mundo.
O mundo anda obscuro, e o tom da escuridão é poético, singelo e cúmplice da minha existência.
Punir, agir, reagir, coagir, resistir!
Simplesmente o que resta é o que me falta, a falta de comunicação.
Ao invés de trocar o sonho pela realidade, troco a irritabilidade pela sensualidade da vida que transmite suas ondas loucas que passam para dentro do meu ventre.
Eu estou enlouquecendo, pulando da torre, abraçando a fera, iludindo os sentidos, vivo caminhando aonde os atritos tem sido desnecessários.
Existe um facho de luz, uma iluminaria linda, grudada na parede do abismo.
Luzes vermelhas, roxas, verdes, fazendo o caminho da descida até o “fundo” ficar mais intrigante.
O mistério do outro que, anda calado a meu lado, aquele feroz cão que guarda a ponte que leva ao paraíso das luzes está dormindo...
Eu vejo dragões brigando no céu, vejo fogo por todos os lados, eu vejo cavalos alados cansados de vigiar minha alma por toda a noite.
Jogo a tocha para longe, bem distante...
Não preciso mais deste fogo, o Hierofante conversou comigo, falou da minha caminhada, eu só tenho de seguir em frente.
Sei que irei lutar com monstros e comigo mesma, e já não me importo, APENAS tenho de estar preparada!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

::RETARDO INFIEL::

Meu corpo não compreende mais a minha alma.
A vida tem sido incomunicável estes tempos, eu não sei por onde estou andando agora.
Não sei como acalmar minha voracidade, minha viagem parece maligna.
Porque eu adormeci, e estou correndo dentro de um túnel.
De vem em quando eu ouço um ruído, vozes murmurando a minha ausência.
Estou deitada aonde o tempo passa muito rápido e as pedras voam para dentro do universo.
Venho tentando traduzir um palhaço assanhado que vive tentando comer minhas úlceras.
Eu ouço relinchos dos deuses, as piadas internas do passado, eu ando comendo grama do jardim do inimigo.
Tenho que levantar e bater palmas para o minha nova aprendiz, a minha Vivi que quer nascer.
Eu quero parto normal, quero parir o novo, mesmo que eu tenha de suportar uma dor terrível, eu preciso expelir este hóspede maldito.
Entro no meio de tanta gente e tanta gente anda por onde eu não consigo caminhar.
Eles tem passos longos e eu ando me arrastando diante dos antigas vizinhas assombradas.
Sou dona de que? Dona de quem?
A vida é minha dona.
Não quero viciar em nada que não seja nela.
Até hoje foi natural eu atravessar noites em claro pensando na vontade de renascer pela manhã,
Só que desta vez, não estou conseguindo acordar.
Vou tentar destruir a torre, e não as pressas, vou usar minhas presas para derrotar aquela fera antiga e voltar a vida pulsante...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

::CONSUMO::

O sentido da vida, a re-construção do Self...

O significado da vida, propriamente vivida, eu ainda estou procurando o indivisível.
A aparência dos indivíduos, as portas que abrem e fecham as minhas dores.
Este corpo meu que, suporta por agora todo o peso da minha fúria.
Sinto minhas entranhas serem operadas, meus órgãos fazem um balé magnífico.
Os espíritos rodeiam a minha ausência, quando estou partindo para o mundo imaginário.
Não consigo esquecer do quanto eu caminhei para estar aqui neste momento,
E não lamento, tento surpreender a minha existência com a espera de fenômenos, pelos quais,
Atrevo-me a dizer que ousadia é o que não me falta.
Ousadia em vivenciar as coisas com intensidade, com sinceridade, especial como um sol que espera seu descanso na tarde.
Já não consigo dominar as trevas, elas entram e saem de mim quando querem.
Vejo um novo mecanismo de escape, e não me desatento as coisas que não posso guardar em mim.
Despejo tudo no meu mundo terreno e não consigo me controlar diante deste acontecimento.
Eu choro, tento apreciar o que ainda me resta, eu sempre renasço pela manhã.
Em minha morte mais singela, um sorriso me desperta em meio a uma tempestade pesada.
O mundo está lá fora e aqui dentro o universo faz a sua parte, constrói teias de significados,
Uma mais complexa do que a outra, e eu consumo tudo isso lentamente.
Quando é chegado o final deste processo, sei que sentirei uma suavidade diferente,
Os ventos chegaram por de trás de minha cabeça, levando assim as folhas secas do meu inconsciente para o cosmo.
Estou estudando a minha forma mais humilde de comunicação, o silêncio!

terça-feira, 30 de junho de 2009

::OUTSIDE::

Que gosto horrível é este que está alojado em minha alma...

Ando experimentando dores, sofrimentos, recompensas, mas não ando a vontade comigo.
Eu tenho vontade, mas aqui dentro tem um intervalo estranho entre o mundo substancial e o imaginário.
Este intervalo não sei nem ao menos dizer se é de tempo, ou de existência fora do tempo.
As vezes fico farta, e tento combater os meus demônios internos tomando banhos longos de ouvido fechados, o silêncio me ajuda a não pensar sobre o resto.
Sei que é preciso limpar as sujeiras, acessar o meu inconsciente de uma forma menos pesada, e não posso afugentar as minhas mágoas.
A melancolia veste preto, espera-me diante da cerca do consciente, aonde os cavalos alados estão pegando fogo.
Os meus devaneios tornam-se reais, eu me perco dentro das paredes, eu estou presa entre o concreto e o imaginário.
Meus olhos não podem deixar de tocar um espaço aonde eu penso não existir algumas vezes.
Eu não consigo jogar para fora, este vômito azedo, e tenho pressa de viver sem conhecer este ódio pela dor.
Estou diante da maior guerra existencial por mim já vivida, não quero triunfar, quero obedecer ao meu espírito ofegante, bravo e sensível.
Não conto mais somente com minhas estranhas falas, quero conseguir engolir o mundo sombrio e lançá-lo para fora da minha mente!
Manifesto antropofágico.
É difícil narrar este tão desconhecido semblante da angústia, esta fala distorcida que mastiga a minha condição como ser-no-mundo.
Quantas armadilhas já desfiz, cai em muitas delas, fui detestável até a última gota de sangue que jorra de minha parte humana.
Adivinhem por si só, corações estúpidos, compenetrados em suas garras insanas.
Chega de dignamente crer somente nos inventores da alma nova!
Quero correr para dentro daquele rio de memórias, me banhar com a água dos homens de bom coração.
Não nego a tragédia, mas não consigo mais somente viver ao redor dos porcos.
Agrada-me sorrir superficialmente quando eu percebo um destruidor de visões, aquele antigo índio que tentou fugir de si mesmo, e foi pego por um leão faminto.
Não ando nem ao menos conseguindo reavaliar o valor do próximo, ouvir o mesmo, tem me causado náusea.
Gosto de perceber os povos que ainda estão afastados deste mundo, que vivem a beira da loucura, que solicitam os meus ouvidos para descarregarem toda malícia da humanidade.
O amor que me domina, cerca-me de tremor, aonde as barreiras do sobrenatural são desconhecidas, eu chego a cidade perdida com um coração preenchido por Eros.
Conduzir este turbilhão de sentimos tem feito eu sentir o gosto da morte na ponta da língua, venho compreendido que não tenho paciência para pessoas que dizem serem tão fortes.
Os braços delas não acolhem a própria fera que dorme no peito do sofredor.
Será que eu tenho que me livrar deste jogo?
Será tudo isso um jogo primário?
Não, ainda não sei, demonstrar que posso entender alguma coisa, seria um suicídio.
Eu vejo as estrelas sugerindo uma nova galáxia individual.
Eu tenho que me livrar das cobiças alheias, do caminho errado, das obrigações frustrantes.
Já não tenho medo de olhar para dentro de mim, as minhas lágrimas, fazem com que eu recobre a consciência de que eu estava sendo...
E antes de tudo isso, pelo que eu estava passando?
Eu não sei, eu não consigo me lembrar.
Estou afundando, em uma água negra, uma água de passado, um rio que tem curvas longas, e as pessoas estão a margem, a minha espreita, vendo eu me debatendo, eu tento me esconder de tudo e de todos, eu ando com vontade de matar tudo e a todos que cruzarem o meu caminho para tentar me enfurecer.
De que eu lembro?
Só me lembro de uma vida cheia de emoções, e este mistério que me cerca é horripilante, pela primeira vez, eu tenho sede, fome de saber o que se passa em mim...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

::Para quem?::

Ventania selvagem que invade meu espírito

Tirando as algemas das minhas conclusões particulares

Agora sem medo de dizer e ofender o que tem me feito morrer durante anos

Sem freios, desgovernada, locomotiva mal amada

Doação sentimental nunca rejeitada, que agora pede passagem

Não quer massagem para o que lhe dói e o que lhe és real

Arco de possibilidades que tocam o finito cheio de mágoas profundas

Imundos redemoinhos sobre as falhas sensoriais que se encontram no eu estrangulado

Cantar as canções que estavam submersas a tempos e ninguém podia escutar

O tempo que devora a vaidade dos homens de bom coração

Mas que controla o severo do artístico que visto de longe

É um mundo insano cheio de tristeza, um toque de glória para quem vai sofrer

Andando sobre as águas injustas que os povos deixaram escorrer entre os vãos dos dedos da existência humana

Mente estática, e usando a tática do instinto para mover –se adiante

Avante, agravante, as trevas não me consomem mais

Eu vivo entre o mal e o bem, sem que ninguém me manipule

Sabendo que minhas revogações sempre serão ignoradas

Mesmo assim eu continuo usando minha velha e antiquada sabedoria

De quem já viveu entre a escuridão e a dança matinal coagida entre lápides selvagens

Mármore escuro que agora abre –se para que os raios de sol

Ascendam as chamas da velha alma que ficou presa por anos

Tempo, porque está tentando me testar?

Não sabe que os segundos que eu passe me trouxeram o ódio quando eu estou sob regência do amor supremo?

Sabes, e ignoro – te, pois, tu me faz querer questões para me aprisionar entre os espinhos que nascem para me machucar

Não permitirei sua entrada em meu mundo, não desta vez

Violentada pelos sentidos que não podem ser percebidos por ninguém

Os segredos foram revelados!

Nua, e livre das dores, ainda me pego chorando entre os vãos temporais

Que me consomem com seus aromas enigmáticos e intensos

O mal pede licença para tomar meu corpo e eu o encurralo entre minhas linhas e que os pensamentos façam florescer o entendimento de tudo que será resolvido com sabedoria.

terça-feira, 16 de junho de 2009

.:POSTOS VAZIOS:.

Somos residentes de um mundo simbólico...

Quantas vezes fomos interpretes da fala do acaso, rebuscando nos nossos antepassados respostas para o presente que as vezes nos é tão árduo?

Nem sempre nossos fundamentos são justos e os lutos pelos quais deixamos de passar, imortaliza nossas vivências, trazendo arrependimentos e falta de coragem.

Não creio em poucas possibilidades do espírito, vejo e não compreendo a essência no seu todo, e nem por isso, me desvencilho das pestes que derrubam o caos sobre a minha existência.

Não me puno mais com baixarias, extravagâncias ou ironias rasteiras, deixo a vida entorpecer minhas veias de imaginação.

Tenho idéias de ritos, mitos e não anuncio quando estou embaixo da via perigosa do mistério.

Quando sou chamada para buscar, preparo minhas bagagens e parto, sem nem pensar o que por ali irei encontrar, eu apenas vou...

Vôo distante, no instante em que o momento importante não é egocêntrico nem auto – confiante.

Quem ainda teme neste mundo, desencadear um rio de sentimentos?

Não é possível conter-se diante deste espetáculo que é a vida.

As vezes não temos palco para receber tal apresentação, nem por isso, deixemos de existir naquele instante, penduremos nossas falas morais e levantemos para aplaudir o desconhecido.

Jorra alma, joga em mim suas lamúrias, constrói suas moradas, consuma minha falta de estadia neste concreto, eu me permito!

Não me obrigo a passear somente na luz, a escuridão me trás a reflexão da visão da ilusão perdida pela minha ousadia em sempre querer voltar para cá.

Vai vida, o que queres de mim? Faça de mim uma aprendiz serena.

Me dê leveza quando eu não puder respirar, me dê seu sorriso quando eu quiser chorar.

Chorar de graça, jamais!

Meu choro é infantil e cheio de vazios.

Não temo mais a morte, e não arrisco mais a sorte, vivo de sul a norte, do oeste ao violento leste, compreendem a minha estrada selvagem.

Muitas vezes saio do meu caminho desesperadamente, eu sinto a vida me chamar, quantas vezes eu não fui? Porque eu fiquei? Não sei!

Só sei que, se eu quisesse compreender e entender tudo, não teria mais nada bonita em minha vida.

Como eu queria ter um pingo de vontade de não querer sobreviver.

Sobreviver dói e muito, estou aprendendo a viver imensamente a intensidade sem ser onipotente.

Ah quantos deuses ao meu redor gritaram nos meus ouvidos, me convocando a uma nova abertura, e eu não deixei de senti-los.

Se eu estiver com as portas abertas, não temerei o frio e nem o excesso de calor, que eu tenha uma sabedoria nobre para agüentar o pavor do mundo que gira a todo vapor.

Em minha mente não sei mais quem está presente, são muitos, muitas, peças, passos, falas, construções loucas, constelações, galáxias, astros enfurecidos pela temporalidade que rompe-se com a minha fé e inspiração.

Não, ainda não tenho nada eu sei, mas sei também, que não preciso de muito para me sentir satisfeita, satisfação as vezes é uma contradição.

Pecado dizer que não posso voar se tenho sonhos tão delicados.

Fernando Pessoa falou no simbólico e se foi como poeira no vento.

Meu deus, mas estão todos mortos mesmo!

Os grandes, ilustres, quietos que pouco falavam, mas que deixaram nas suas entre - linhas vestígios do sem-fundo.

Ah como eu queria ter um pouco mais de vaidade, dedico-me apenas para o que está aqui dentro, mas e meu corpo, chama-me terra, preciso de seus cuidados.

Meus diálogos cada vez mais, sinto que, não acontecem, a comunicação anda sem freqüência alguma.

Já nem sei mais o que escrevo, leio tanta coisa e no instante seguinte, estou lendo apenas aquilo que me embriagou, não quero!

Sai intelecto embriagado, quero a vácuo do existencialismo!

Quero vida! Vem, vem !!!!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

.: SINFONIA :.

Ah então a vida poderia ser um jogo eterno...

Uma espécie de batalha, e não tão simples como eu imaginei.

Se os buracos emocionais fossem somente tampados por estreitos tormentos, seria fácil, o difícil na minha questão toda, é saber porque ainda se vive com a referência do outro que morre a todo tempo.

Já cheguei a um ponto de não conseguir falar mais direito, com medo de justificar demais o que eu tenho sentido.

Não que eu não queira compartilhar a vida, mas a vida está cada vez mais obscura, e o nítido para mim, tem sido tão somente pessoal.

Tenho medo de ir contra qualquer diálogo, por mais absurdo que seja, ou mais prematuro que aconteça, eu os vigio de longe, bem longe , dentro da casca de nozes.

Nós cada vez mais falamos a verdade, e menos aprendemos a ver o que é verdade.

Tenho como sonhos minhas bases menos conceituosas, majestades caladas com seus tronos violentados pelo acaso.

Se existir fosse tão fácil, se resistir a vida fosse usar uma lábia barata para compensar uma retroação do mundo interior, eu estaria enlouquecida pelos furiosos desastres cômicos.

Eu sim seria uma entre milhares que debruçariam em suas lacunas para ver o sol nascer lentamente.

A imagem fala, os quadros se movem, nós ainda estamos parados, aonde eu não sei.

Em meio a este universo gigantesco, somos formigas tentando nos tornarmos atômicas.

Agora por quais vias isto acontece, me causa pavor pensar a respeito.

Chego a ter nojo até da minha própria sombra que depende de mim para crescer no vão da parede.

Se existe um profeta insano e que trouxe alguma coisa celestial, este já está por ai caído, solitário, mas feliz consigo mesmo, está ali, vivendo o aqui, esvaziando-se de tudo que um dia falou a outro.

E o outro, passa diante daquela figura serena do profeta e, silencia por não ter de volta as palavras para acariciá-lo.

Sem gestos de afeto, nenhum, aquele sorriso maroto se foi com o tempo, o moço andou falando demais sobre a própria vida, e viu aos poucos sua fala engolindo-o profundamente.

O sol dele nasce cinza, a lua dele, trás a luz da individualização.

Quem quiser, o show está aberto, os palcos estão prontos para receber comédias e tragédias.

Só não sabemos mais o que é diferente no ser presente.

O que é intenso e verdadeiramente presente, se faz ausente para uma multidão de calorosos calouros espertos.

Caso alguém sinta a nádega formigar, não estranhe, será difícil uma manifestação que não seja duradoura.

Os momentos bons, ninguém irá perceber, estarão preocupados com a hora que está se passando.

Por aqui não tem bravos nem fracos, todos somos humanos desvairados , quase chegando ao ponto de sermos desmascarados pelo nosso tão aclamado tédio.

Não basta chorar, nem sorrir de mais,

Se tentarmos provocar alguma emoção, ficaremos catatônicos.

Quem for inteligente, irá se esvaziar do intelecto, quem for ignorante, irá ter que aprender com a própria demência.

Não adianta ser sábio por aqui, e nem tão pouco ser astuto, a fera que move a vida é sagaz.

Fúria, descontrole, sentimentalismo, isso então, nem se fala, a vida joga conforme o tempo nos invade.

E ser invadido pela vida, deve ser algo monstruoso, não catastrófico, mas algo que, nossa não sei falar.

É como se às vezes todos nós entrássemos em um túnel e com medo da distancia dele, saíssemos antes do grande final.

Arrogância demais, fios de Ariadne por todos os lados, somos quase sufocados pelos nossos melhores atributos, não basta só isso, é preciso não ser autentico, é proveitoso que sejamos nós mesmos.

Fora de si caminhemos, nesta nossa vida que é única e por isso, turbulenta, um orquestra rebelde diante de um maestro teimoso.

Que não aceita aplausos mesquinhos, e nem tão pouco considera um bom músico só quem sabe o que é música.

Ele rege bem, não é Deus nem o Diabo encarnado, ele é homem, super, magnífico, e quer saber, ele é próprio desconhecido.

Tudo que sabemos sobre divino, ainda é muito humano, estaríamos estrangulando a beldade deste ser.

Então que falemos mais nada, só contemplemos a sinfonia da vida.

.:ABORDAGEM CÔMICA:.

Eu sei que pode parecer loucura, em um instante eu estou de malas para voltar, e agora estou partindo novamente...

As bagagens andam pesadas demais e os sinais cada vez mais são intensos e fortes,

Eu ainda prefiro comentar algumas coisas para os outros, porém, não consigo mais me abrir com facilidade.

Talvez eu tenha cansado de ficar bem, e isso pode ser árduo!

O trem já partiu e sorrir não tem sido muito meu forte, eu tenho andando a beira da linha do trem sentindo a ar gelado de quem está partindo por entre aquelas ferragens.

Eu não tenho visto nada que eu consiga ignorar, por isso, algumas vezes eu procuro ouvir os sinos daquela igreja distante.

A madrugada é gelada, tem sido um sufoco conviver comigo mesmo sem saber mais com expressar quando estou de saco cheio de algum atrito com o mundo.

Tudo parece fácil demais, então eu quebro tudo no meio para tentar revelar o núcleo do meu descontentamento.

O sentimento de vida me dobra ao meio, e minhas veias estão enxadas, ninguém consegue acertar a minha margem, porque, eu estou nadando contra a correnteza.

Tenho vontade de pegar a tristeza no colo e niná-la para que ela possa me deixar dormir pelo menos esta noite.

Não quero que as coisas façam com que eu tenha sempre que ir embora com o remorso no olhar.

Claro que eu não posso deixar que as coisas fiquem em branco e preto, já que novas cores vão aparecendo e eu as pego no pé do horizonte com paciência.

Estou alta, e então eu adormeço e começo a fantasiar sem lamentar as lágrimas que eu deixei em alguma esquina desta jornada.

De alguma maneira eu ainda penso no que eu posso perder, pois, eu tenho chorado quando penso em mim mesmo com nostalgia.

O futuro tem estado tão longe e procurar em mim mesmo alguma coisa para acreditar, tem feito brotar sementes de raiva muito intensificadas, eu não consigo ficar em silêncio quando estou sozinha, mas quando existe outra pessoa eu sinto um bloqueio enorme acontecer e não sei o que fazer para ficar presente.

E se eu pudesse lembrar de mim todo tempo, o que eu faria com isso?

Talvez eu tenha deixado que todos estes anos, ficassem presos atrás do brilho do sol, e amar aquela velha mania de jogar tudo fora, tenha me causado um mal-estar desnecessário.

E isso não é nada, porque, eu ando de ponta – cabeça com minha dignidade, eu tenho escondido o tanto que tenho pensado sobre as minhas dobraduras existenciais.

Não adianta chegar tão perto demais, porque, as casas estão todas inundadas e eu vejo as pessoas desesperadas por um abrigo que é cobiçado por milhares de dores.

Abrir os olhos em meio esta tempestade de areia poderia vir-á me cegar de vez.

Uma vez feliz e três vezes, insolente, demente e insuficiente.

Eu quero acreditar que, estou esbarrando no desconhecido, separada da minha amargura de vez, e não posso mais deixar de dizer que é verdade, do outro lado, estou voltando a congelar.

Não tenho nome mais, eu sou um monte de folhas voando por ai, arrastada pelo vento, e quando a tempestade passa, estarei de volta a porta de minha vivência.

Talvez ninguém possa me compreender por agora, já que eu não quero nomear nada por um tempo.

Estou com problemas na comunicação e o farol está apagado em dias em que o mar encontra-se extremamente violento...