sábado, 28 de fevereiro de 2009

...JAIL...

A jaula está aberta!
E os truques não estão nas mangas, e os olhos escuros se escondem entre os famintos diálogos exaustos.
A temperatura da cobiça está em alta, a deselegância bate as portas do coração.
Temor, genialidade genuína, abracadabra!
As lanças estão afiadas, os desejos apontados para o céu.
A torre está caindo, a carruagem aproxima-se do bosque!
Não adianta ser leigo, e a inteligência brota do sensível.
A desordem está armada as freqüências estão desorientadas.
A anfitriã tirou férias e não sabes se volta para este mundo.
A caçadora anda comendo carne humana, devorando o sexo frágil coagido.
A dominação encontra repouso no ar e os ventos são pavorosos.
Tempestades aproximam-se do horizonte cinza, e as paredes verdes ao de cair.
A mente está voltada para a fresta da obscuridade.
O mistério chama, a vida cala-se, a vontade de existir clama por silêncio!
Estou levando a vida sussurrando, baixinho, no ouvido do invisível...

...VALORES...

Alguém me ensina a construir uma torre de palavras?

Eu vi um risco vermelho no céu, vi uma estrela morrer...

Venha, entre dentro de mim, eu vou mostrar como eu fico por aqui.

Falo, insisto, reparo todos os danos um por um, as memórias ardem como brasas,

E o fogo não é eterno por aqui.

Eu sinto falta dos dias de inverno, da solidão que procura aconchego em meus braços,

Dos ímpios que procuram uma verdade para sustentar seus vícios,

Tenho saudades de tudo que entrega meu entretenimento de mãos beijadas para o abismo.

Quando escrevo, tento dizer tudo que não posso calar, e acabo por calar-me diante de mim mesmo.

São dois lados, opacos, trágicos e cômicos, comigo, eu persisto em não ser breve,

O caminho longo sempre me atraiu, e eu não tenho medo destes compromissos,

Fico tão cansada a ponto de nem ao menos conseguir dormir.

Eu faço o desabafo, nem poesia, prosa me satisfazem, eu uso a escrita corrida.

Tenho majestades, magos e humildes em minha vida,

Devoro o caos, trago a morte e vivo a vida pulsante vivida.

E se for para falar de tristeza, eu choro, mancho linhas, desabrochando meu inconsciente.

Se for para falar de amor, crio as frases imperfeitas em busca da perfeição.

Me lembro de cada gota que já derrubei, de tudo que cansei de um dia saber,

De não entender que o mundo está a metros de mim, e eu estou longe sem assim o querer.

Não posso mais me afogar, o mito está morto.

Revivo anjos e demônios, arcanos e inferiores, brinco de Deus!

Vejo o por-do-sol pela janela, sincera, demente porém consciente.

Não tenho uma coleção de acidentes, sou um instrumento frágil,

Penso nas manhas da manhã, construindo gaivotas no horizonte vertical.

A mulher em mim, amada, promove uma jornada errada muitas vezes,

A porta por onde entrei é justamente pela qual nunca quero sair.

Uns entram em mim, e saem atropelados pela densidade,

Outros, nunca experimentam, para estes eu escrevo os líquido da minha existência.

Adoeço todas as manhãs, mas não deixo que minha alma se aborreça o dia todo,

É preciso comer para se viver.

Devorar para se entender que é preciso desfechos, anseios, um útero maior do que o meu para viver em sociedade.

É preciso ser vivida pela vida!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

...ALGUÉM...


Em pequenos passos eu traço meu destino...

E se o destino for algo semelhante a chorar por dias sem saber o que se fez, então, o presente eu rascunho em uma folha florida.

Se for para falar de amor, eu fico em silêncio e vislumbro o céu que me guia.

Se for para falar de dor, eu anuncio que, estou sempre partindo de onde não consegui imaginar.

E se tudo for um pequeno excesso em minha vida, eu aprendo a apreender os instantes em que sou feliz,  e tenho vontade de morrer naquele segundo.

Chorar, brincar que se pode esvaziar-se da angústia, eu sou incapaz!

Mas tudo volta, como grandes círculos tudo volta, desenhando a origem do ressentimento.

Não é preciso que tudo seja perfeito, também tão pouco é preciso que, aja sofrimento em tudo que se sente.

Sentir-se, inundar-se da mais profunda beleza do mistério do existir, compreender!

Quem ama sente tanto, mas tanto, que uma hora não sente que sente.

Para contornar as mudanças, ares novos, paisagens desertas, abismos renunciados.

A aurora grita pela salvação, e neste instante, não adianta reclamar, é só ouvir os sussurros do passado.

Milhares de janelas abertas, rostos brilhando, outros, ofuscados pelo temor do dia seguinte.

Ainda existe luz!

Ainda existe trevas!

Ainda existo!

Persistindo na consciência que busca, a autenticidade aonde é proibido sofisticar os pensamentos.

Lamentos, cobiças, argumentos atrevidos de quem sem saber, acaba por derramar litros de lágrimas salgadas pela miséria de si para com o mundo.

Para todos os dias, paciência, dignidade e saudade do que se foi.

O que habita nos dias de inverno, hoje são sementes para uma primavera saliente, que nasce como o sol  e banha-se de sombras, como o deitar da lua no céu.

Não tem como não permitir sentir-se triste, não é possível deixar de omitir o que se passa conosco.

A vida tem seus caminhos, uns diferentes dos outros, porém, todos tem uma única direção, o des-fecho da jornada.

Uma fornalha que fabrica encontros bons e ruins, aproveitáveis na maioria das vezes em que, nos permitirmos vivenciar tudo se exagero.

Tornar-se um andarilho quando, corremos de um lado para o outro, procurando o instante em que fomos tocados pelo infinito.

Não adianta correr, precisaríamos de ombros amigos, refúgios, uma espécie de outra atmosfera para resistir a pressão que vivemos.

A pressão do que se foi, do que foi lamentado, do que nos faz ofegantes quando observamos que estamos presos naquela estante de desejos, usando amostras do que fomos, e do que não fomos por assim dizer.

E por falar em dizer, nenhum diálogo dói mais que, a resistência de que algumas coisas não mudaram.

Este falatório coletivo não supre nossos quereres, eles enchem, enchem e se vão na tempestade.

Tudo individual, nada constante, absoluto por aqui é, um deslize pelo qual costumamos a aprender a escorregar em nossas próprias memórias.

Quem vive, vê, quem quer morrer, prefere esconder-se a revogar os próprios dizeres íntimos:

“Alguém tem que me ver, alguém, alguém, ninguém, sem ninguém, alguém, eu, sem ninguém

 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

...Contato...

 Eu desenvolvi o meu mal!

Sem medo de poder voltar atrás das coisas que me possuíam.

Desespero é algo que faz com que meu sangue corra em minhas veias de uma forma excitante.

Me desculpe, as vezes eu fico fora de controle, buscando algumas razoes que não existem em meus contextos íntimos.

Mesmo quando eu deixo o vento entrar, ele ainda não respeita meu espaço e arrasta minhas folhas tristes por todo meu quarto.

Então é isso, as coisas estão me puxando para baixo, e eu tenho um apetite insaciável pela busca das memórias que tentam revogar espaços em minha imaginação.

Eu tento escrever com o coração, mas a minha intuição fala mais alto, eu acabo por rabiscar todas as figuras da minha ausência, usando metáforas de quem eu fui.

Não existe tensão maior quando vou arrumar minhas antigas bagagens e um antigo bilhete rouba a cena!

É nesta hora que eu penso que o futuro está me cutucando, procurando minhas respostas, assinalando as perguntas mais subjetivas para que eu possa viver intensamente a vida que um dia roubei de mim mesmo.

Conto até 10, e suspirar as três da manhã é quase um suicídio temporal...

Ascender a luz, rasgar os medos todos ao meio, escrever sobre uma dor que não passa, e um amor avassalador que cura minhas cicatrizes mais profundas, não exige mais de mim de que, o próprio silêncio que me assombra.

Abro e fecho diálogos, agora sem fala rústica, eu desenho nos painéis do meu inconsciente o que eu estou sendo naquele momento, por isso, estou aprendendo a desenvolver um padrão de consciência melhor para com o mundo.

Subo e desço degraus, os ossos meus, rangem como antigas escadas do descaso, e minha boca está fechada para o meu próprio sentido do oculto pensar.

Refletir trás de volta o brilho que eu perdi em uma dessas esquinas qualquer...

...Marcas...

Os sinais estão sumindo, e eu não consigo ver mais nada no mundo que pudesse levar a minha memória para um lugar confortável, eu já não posso mais desculpar-me pelo que causei...

Eu sinto muito, isso é verdade, eu até tentei segurar suas mãos, e eu não pude, você me podou de teu jardim secreto.

Não posso mais voltar atrás, as realidades foram separadas e o tempo tem sido cruel, porque eu olho através do vidro e os campos verdes estão vazios, alguém partiu.

Eu estive por perto, mas errei tanto que,  o inverno tratou de encobrir minhas lamentações.

Aprendi a respirar, apenas respirar, mesmo quando eu percebia que estava tão longe de você, que poderia me perder nas minhas fantasias.

Não posso mais pular o acaso, a separação de tudo me consumiu!

Estou dentro de uma jaula, querendo alegar o quanto eu fui estúpida, para que você soubesse, que, ainda existe algo teu dentro de mim e eu não sei o que fazer.

Eu mudei de linha, teci milhares de colchas, mas nenhuma delas tem o valor que um dia tiveram, pois, mesmo com dor, eu fui capaz de falar de amor, com um ar sereno e fiel.

Eu te fiz chorar, eu derramei tuas últimas esperanças, mas eu corri tentando te alcançar quando você quis fugir, e eu fui incapaz de ter fôlego para te acompanhar.

“Corre, porque em pensamento eu não consigo deixar de te procurar”

Eu começo pelo lado trágico, porque minha comédia está sendo vivida em linhas marcadas pelo passado.

Por mais que eu escreva milhares de palavras, eu não consigo transparecer o quanto sinto a sua falta, o quanto eu daria tudo para poder olhar em teus olhos e dizer que, sim, você estava certa todo este tempo e eu estava aprendendo a lidar com tudo que um dia você me ensinou a jogar fora.

Estou aqui, sentada contando histórias, todas reais, e por Isso, a maioria tristes, porque eu menti tanto, que agora eu sei o quanto você era real para mim.

Ando cansada, mas nada me tira o ar, a não ser que, eu permita que você vá embora por uns dias, mas você sempre volta, e cada vez mais forte para dentro de mim.

Baby, eu sei que eu fiz tudo na escuridão, e queria muito que você pudesse me ver mudar...

Não consigo nem mais me afogar em minhas folhas, algo lá fora me chama e o concreto me trás a revolta de quem eu era dentro do seu mundo tão sofrido, sim, eu fui insensível e amadora, eu deixei você sofrendo enquanto eu ganhava sorrisos  egocêntricos.

Me leve para fora, eu não consigo mais, eu estou correndo a dias e não sei por onde ainda não passei.

Eu quero dizer que, plantei novamente tuas flores, e pintei suas borboletas nos cantos da minha imaginação, agora elas me trazem os dias coloridos, quando as trevas tentam me seduzir.

Eu ascendi a luz!

Ainda estou sozinha...