Um
turbilhão de imagens se formam em minha mente.
Uma grande
bagunça, imagens picotadas, jogadas como velhos móveis sem utilidade em uma
casa que está prestes a ser devorada por uma mudança.
Não entendo
mais sobre as grandes virtudes, tento me manter em movimento, para trás e para
frente.
Um grande
amor é minha inspiração principal, família que se quebra e se renova, mas
deixando sempre um gosto de amargo na minha consciência.
Tenho um
sério problema, não consigo processar uma coisa por vez, parece que as coisas
vão simplesmente se entrelaçando e formando um nó na minha realidade.
Poderia tentar
reduzir tudo em um monte de bolhas de sabão, elas sobem até o alto, coloridas e
redondas, cheias de ar, de repente, estouram e deixam seus rastros sobre um
pátio mental úmido.
A verdade é
que meu silêncio tem sido constante, paradigmas vão se cruzando no meu dia a
dia, pedaços de construções internas que vão cortando meu presente.
Minha felicidade
consistiu até agora em poder estender as mãos e ajudar as pessoas que amo,
hoje, com dificuldade consigo me levantar para poder ajudar a mim mesmo.
Tenho um coração
apaixonado inquebrável, aonde uma dama reside em toda sua perfeição, beleza, inteligência
e sensibilidade incríveis, de repente, sinto uma insegurança, me deparo com
minha falta de beleza, inteligência e morbidez.
Um som de
socorro aflito que toda vez que escapa, magoa, entristece, a culpa não ignora a
minha lamentação.
Fiquei pequena
demais, meu tamanho é igual a palma de uma mão, surrada e cheia de futuro
incerto.
Toda esta
força, a minha força, ambas estendem-se para um infinito de possibilidades que
eu não consigo edificar.
O único
pensamento de esperança , atravessa meu peito.
A queda foi
grande, meus pés são pequenos e meus passos parecem apertados.