quinta-feira, 18 de novembro de 2010

::Dialogos Obscuros::

Que sonolência estranha é essa?

Parece que existe alguma coisa querendo que eu saia deste mundo.

O outro é desastroso,porém não tem nada de caótico.

Lá o ventre jorra veneno.

Não consigo achar um pedaço de mim.

Algo maior se aproxima, é como se eu pudesse a qualquer momento ser soterrada.

É terra firme, grossa, ingênua, aonde as tempestades fazem suas moradas.

Aonde os ventos fazem curvas e amassam os olhos úmidos e doentes.

São buracos gigantes, portas entre abertas, muros esburacados é a morte.

A cama não está feita, e as figuras agora conversam comigo.

Elas narram suas misérias mais profundas e me fazem rir com toda aquela falsa alegria.

Eu tenho medo, mas medo de que?

Pode ser de quem, de mim?

Ora, se isso não me valesse noites a fora pensando em como eu posso vir-a-ser eu acreditaria.

E acredito, fielmente.

Não é medo deste mundo, talvez, nem do outro e nem dos outros que me cercam.

É medo de uma água rasa que coloco os pés, ela é um rio de ponta cabeça.

Não é da profundidade que eu desconfio.

É de quando eu sair dela, o que eu vou encontrar na margem a me espreitar...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

::FATOR::

A outra metade pode não ter uma saída.

Uma pequena parte de mim, um outro gênero de experiência substancial desqualificada.

São sonhos, aberturas inconscientes.

Uma volta por cima de um espírito inerte.

Misturei tudo, uma escuridão por onde caminho a dias.

Todos os destinos estão cruzados, não posso tentar escapar.

Fugir é remediar o que eu tenho certeza que acontecerá.

É fato, o fator é exato.

Inato, bolhas de água, estou de cabeça para baixo.

Negando as intuições, enferma, os cristais estão rachando.

As partículas estão chegando.

Não adianta correr, a distância me aproxima do meu self.

Aqui eu sou, lá não estou.

Aonde os mundos se conectam.

Preciso voltar a dizer que eu posso sempre estar um pouco mais feroz do que fui ontem.

A minha existência é uma penitência por causa da minha excessiva demência.

Se eu contar, eu narro algo trágico, se eu calar, eu silencio o meu fator isolado.

Estou com meu piloto automático desligado...