Que sonolência estranha é essa?
Parece que existe alguma coisa querendo que eu saia deste mundo.
O outro é desastroso,porém não tem nada de caótico.
Lá o ventre jorra veneno.
Não consigo achar um pedaço de mim.
Algo maior se aproxima, é como se eu pudesse a qualquer momento ser soterrada.
É terra firme, grossa, ingênua, aonde as tempestades fazem suas moradas.
Aonde os ventos fazem curvas e amassam os olhos úmidos e doentes.
São buracos gigantes, portas entre abertas, muros esburacados é a morte.
A cama não está feita, e as figuras agora conversam comigo.
Elas narram suas misérias mais profundas e me fazem rir com toda aquela falsa alegria.
Eu tenho medo, mas medo de que?
Pode ser de quem, de mim?
Ora, se isso não me valesse noites a fora pensando em como eu posso vir-a-ser eu acreditaria.
E acredito, fielmente.
Não é medo deste mundo, talvez, nem do outro e nem dos outros que me cercam.
É medo de uma água rasa que coloco os pés, ela é um rio de ponta cabeça.
Não é da profundidade que eu desconfio.
É de quando eu sair dela, o que eu vou encontrar na margem a me espreitar...