domingo, 20 de fevereiro de 2011

::O Castelo::

Porque quando eu imagino um castelo, eu não me vejo dentro dele?

Sabe aonde eu estou nesta paisagem?

Do lado de fora, escondida atrás de uma arvore gigante, observando as rachaduras naquele concreto antigo.

Vendo que toda aquela imensidão de concreto, a qualquer instante pode ser derrubada por uma tempestade...

Naqueles arredores não existem cavalos brancos, são touros fortes, bravos e onipotentes.

Gramas selvagens, ervas daninhas que crescem na borda daquele lago que banha as estruturas fajutas daquele castelo.

Aquele lago é sujo, erótico e desprovido de qualquer beleza.

É impróprio para banhos noturnos de melancolia, não lava, ele polui de vez uma alma caída.

Quem tenta entrar no castelo, chegando a ponte, e ela desce lentamente, vê a visão de algo tenebroso, algo tão real que é avassalador.

Quem entra ali, choca-se com o esplendoroso monumento que tem na porta principal.

Um homem de asas negras, abaixado, chorando e suas lágrimas se transformam em veneno mortal.

Alguns bebem daquele veneno, outros são tragados para o intestino da estátua e ali ficam até que crescem tanto que são expelidos para fora.

Naquele castelo, eu só entro quando preciso buscar um jeito real de conversar comigo mesmo, através do meu inconsciente fantasmagórico, brusco e abismal.

E quando eu saio dele, novamente eu me transformo em humana...