domingo, 8 de janeiro de 2017

:: TURBILHÃO DE BOLHAS::

Um turbilhão de imagens se formam em minha mente.
Uma grande bagunça, imagens picotadas, jogadas como velhos móveis sem utilidade em uma casa que está prestes a ser devorada por uma mudança.
Não entendo mais sobre as grandes virtudes, tento me manter em movimento, para trás e para frente.
Um grande amor é minha inspiração principal, família que se quebra e se renova, mas deixando sempre um gosto de amargo na minha consciência.
Tenho um sério problema, não consigo processar uma coisa por vez, parece que as coisas vão simplesmente se entrelaçando e formando um nó na minha realidade.
Poderia tentar reduzir tudo em um monte de bolhas de sabão, elas sobem até o alto, coloridas e redondas, cheias de ar, de repente, estouram e deixam seus rastros sobre um pátio mental úmido.
A verdade é que meu silêncio tem sido constante, paradigmas vão se cruzando no meu dia a dia, pedaços de construções internas que vão cortando meu presente.
Minha felicidade consistiu até agora em poder estender as mãos e ajudar as pessoas que amo, hoje, com dificuldade consigo me levantar para poder ajudar a mim mesmo.
Tenho um coração apaixonado inquebrável, aonde uma dama reside em toda sua perfeição, beleza, inteligência e sensibilidade incríveis, de repente, sinto uma insegurança, me deparo com minha falta de beleza, inteligência e morbidez.
Um som de socorro aflito que toda vez que escapa, magoa, entristece, a culpa não ignora a minha lamentação.
Fiquei pequena demais, meu tamanho é igual a palma de uma mão, surrada e cheia de futuro incerto.
Toda esta força, a minha força, ambas estendem-se para um infinito de possibilidades que eu não consigo edificar.
O único pensamento de esperança , atravessa meu peito.

A queda foi grande, meus pés são pequenos e meus passos parecem apertados.