quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

...NOVO...

“...As pontas do céu, estavam sendo puxadas lentamente para dentro da minha janela.
Eu esperava a chuva, ela não veio,
Não me entristeci por isso.
A noite caiu, sorriu, me deu seu brilho verdadeiro,
Mesmo assim a minha saudade, ela não supriu.
O desconforto do consolo abafado, entre o vão de um sim e um não,
Movem as ondas, lentamente, com seu gingado entorpecente.
A felicidade, nasce na verdade.
E a verdade, não trancafia a saudade.
O que habita em mim, não adormece,
Vive atento, sem lamentar o sentimento,
Intensifica a paixão, compreende o erro da ilusão,
Mas não morre dentro do devaneio.
Quem ama, nunca está só,
Não desiste, mesmo que, seja capaz de denunciar sua maior fraqueza,
Persiste sempre, por dentro, ficando entre o momento e rompimento do que é bondade.
Abraço o céu em pedaços, amassando assim o ato de renovação.
É chegado o tempo de colher, escolher,
Não mais sofrer!
Deixar ser conduzida pela liberdade que habita o espírito livre,
De quem quer a paz, para confortar-se com aquilo e para com que ama.
E poder realizar a partir disso, a tranqüilidade nos dias de inverno intenso...”

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

...PÁSSAROS NOTURNOS...

Aqui estou eu...

Sentada sobre a pele escura da madeira ranzinza, que denuncia sua velhice através de suas pernas tortas.

Vejo nascer o contraste da noite pálida e úmida, com meu corpo aquecido pela robusta atmosfera da solidão.

Os velhos livros, todos marcados pela minha e saliva de outros, em suas bordas, eles comentam o meu silêncio vagamente.

Barulhentos pássaros noturnos, rodeiam este assombroso momento, mas, não ganham toda minha atenção por muito tempo.

O chão crespo, pintado de marrom e branco, tece minha historia particular e a minha busca pela liberdade.

Quantas vezes eu estive no meio deste quarto, escutando antigas canções, e murmurando baixinho, quase invisível, pela saudade da boa menina dos olhos amadeirados...

Aqui, as atrevidas cortinas cinzas, escondem o sol dos meus olhos, nos dias quentes de verão insuportável, que eu tanto odeio.

Creio que esta porta que visualizo agora, abre e fecha, o bem e o mal, atenta, com sua grande boca, que presencia a partida e a chegada dos meus convidados.

Ora, nada disso tudo sabe mais de mim, do que a sujeira que está alojada entre os vãos desses papéis amontoados no criado-mudo, ao lado de minha cama...

Neles, como este aqui, que uso agora, deixo cada instante revelado, pedaços da minha alma, presos em linhas azuis.

Papeis, muitos, não quero a eternidade deles, eles vão embolorar...

Essa irritação que o tempo me joga na cara, é para realçar as coisas que ainda acredito, que são verdadeiras, porém, as falsas vão para minha fogueira astral.

A janela suspira ao pé do meu ouvido, esperta, me desperta com seus ruídos do mundo, cheio de fúria e também de mil amores porque não?

Neste universo, não é preciso uma boa decoração, cada centímetro deste lugar, guarda em sua memória os meus passos curtos, trajetórias inquietas do que é saudade...minha, trazendo assim a nostalgia para o meu coração.

Nada aqui é breve, são milhares de cartas de baralho, voando por todos os lados, denunciando assim, a minha vontade de nunca ser eterna, e ter certeza de nunca querer ter certeza do que é finitude.

O que resta desta noite, é um quintal cheio de flores, e com suas gramas pervertidas crescendo fielmente para fazer companhia ao jovem luar...

O cheiro do sono invade o meu consciente... DORMIR!SONHOS!

Pego carona no rabo de um cometa, e termino meu devaneio com os olhos abertos para o entendimento...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

...RODA GIGANTE...

Se for para voar para um lugar bem longe,
Que seja para dentro de você...
Porque eu sei que ai dentro, eu posso ouvir seu coração batendo calmamente.
Eu sinto que preciso estar sempre contigo...
Andei contando os instantes que não estou ao seu lado,
E baby, nada tem sido tão real.
Falta um pedaço de mim e ele só se encontra na sua alma.
Tudo sempre acontece quando a noite cai...
E eu não me sinto confortável deitada sozinha nesta cama,
Imaginado o que eu poderia estar vivendo ao seu lado.
Hoje não tem chuva, os telhados estão aquecidos pelo calor humano.
Transbordo uma xícara com as lágrimas do dia esgotado.
As algemas, quebraram-se ao meio, e a roda de fogo,
Suspende o ar pesado da minha respiração.
Os prédios tristonhos, com seus moradores com cara de adeus, acenam para mim.
Ah, eles sabem que eu sinto sua falta, assim como todas as coisas neste mundo.
Não tem como deixar de lado esta ausência
Eu brinco de trapacear com o relógio, criando os números ao contrário,
Testando a minha paciência, beijando o infinito particular, que encontro somente em seus textos.
Minha poeta das almas, que arranca as coisas mortas, e faz com que elas renasçam com ar de bebes provetas, saltitando em suas linhas verticais.
E eu me banho com sua poesia, alegria, que irradia, amansa minha fera interior,
Colocando vida em minhas veias, coagulando o meu tédio, satisfazendo minha sede de fantasias.
Suspira o amor, calando a dor, corpo celestial, entrelaçado com as tempestades de areia,
Que nascem da ponta de seus dedos, e que clamo sempre pelo seu chamado, dizendo: Consuma tudo em mim, por favor!
O sabor da insana vontade de liberdade, como uma roda gigante, mobilizando toda a pequena cidade, para brincar de ser criança.
É possível dançar no escuro, sem escudo...
Por aqui, a proteção mata a razão.
A razão tem sabor de erotismo, fetichismo!
Bater a sua porta, pela madrugada, acalentar o seu pranto com o meu sorriso.
Dormir em seus lençóis é a porta do meu paraíso....

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Hoje, lendo um artigo do Soren Kierkegaard, sobre fenomenologia, no qual ele confronta a filosofia contemporânea de perder muito tempo com as “essências”, bem e mau, pensei: Que diabos fazemos todos os dias?
Eu mesma, vivo rodeada pelos críticos que anulam o fato de que eu pense a partir da percepção...
Não me prendo apenas a bons livros, e nem mesmo a ideais antigos, tenho em mim a vontade supra de evoluir sempre, transcender. É difícil conviver no mundo, percebendo as coisas com uma “mágica” , que para outros, compreendida como “perda de tempo”. Modernidade, cof cof!!!! estamos em meio a um grande caos isso sim...é sério gente, eu consigo até imaginar os pilares da humanidade em ruína.. (CHEGA)! As pessoas já estão acostumadas com violência e banalização do sexo, e aonde vamos parar com tudo isso?(Gente filha da puta)...Parar nada, não para, continua, o movimento é circular, a linha reta está distorcida, as vertentes da verdade, fecham suas ramificações para os apelos moralistas e são destruídas por idéias masoquistas do que é vida. Viu só, acabei de usar um artigo erótico para falar do mundo ideal!!(CARACA)!
Existir, não é complicado, (bom penso eu que não) esta minha procura pela “essência” do que vive e o que vivido, é que me satisfaz que articula meus pensamentos para longe do abismo. Sei que são tão poucos que compreendem o fato de que, estamos vivos e não é só isso. Não consigo simplesmente colocar uma venda e dizer que estou feliz sendo apenas quem sou perante a sociedade, (ou será que a cega sou eu?) quero dizer, eu sou moderna e me encaixo nos estigmas sociais( ecati). Essa é uma verdade pela qual nunca lutarei, e não vou fingir que posso andar por um patamar condicionado por antigos regimes falhos do que é existir.
O que dói ver, é que, ( e que dor viu) as pessoas cada vez mais estão insensíveis, ou talvez seja eu, nem com a fé elas tem contato íntimo, o Deus, agora é a Ciência, e a Ciência é o que move o ser humano a acreditar que ele apenas é um pedaço de carne lançado em um globo gigantesco chamado mundo.
São tantas diferenças, ninguém precisa ser especial, basta somente estar sendo alguém...( é pedir muito?) e conseguir a partir disso, aprender a respeitar o outro sendo parte de si mesmo. Será que é tão difícil? Depois de séculos ainda vivemos os mesmos dilemas, problemas, críticas tão ultrapassadas, que ainda está enraizado nas estrelas o tanto que corremos sem sair do lugar ( desculpem não consegui segurar o ilusório). Não quero que o que eu penso, seja verdade única, (Deus me livre!!!) talvez porque somente sirva para mim mesma, mas gostaria que as pessoas tivessem contato com tudo, sem limites, porque, a partir do momento que conhecemos outros horizontes, podemos enxergar e compreender que podemos estar em vários lugares ao mesmo tempo, através das memórias e vivencias que construímos em nossa historia. É o espírito, a confraternização de idéias, porque isso parece tão bom para mim e tão ruim para os outros? Talvez a minha fala ainda seja incompetente, a ponto de muitas pessoas, nem ao menos prestarem atenção no que é tão importante para que eu carregue essa minha história com orgulho no peito.
Confesso, sou cheia de sonhos, talvez uma lunática, quem sabe, não quero ser normal, e aceito a condição, de pensar sobre as coisas que conheço no mundo, com muita fantasia e espiritualidade. Não me separo do mundo por isso, mas estou aprendendo a calar, e ouvir o que eles têm a dizer, mesmo quando, meus lábios coçam para dizer como é minha visão perante as situações. O que eu não compreendo é que, eu posso ficar por horas conversando com qualquer tipo de pessoa, a fim de ter contato com um novo horizonte, sendo pobre, rico, louco, fiel ou não a pátria, isso nunca me importou, sempre estive disponível para qualquer tipo de “ser”, mas quando eu me proponho a contar um pouco do que eu “sinto”, não o que sei, não sei de nada, as pessoas simplesmente agarram minha fala e logo após, soltam as mesmas no mundo. Eu vivo menos porque me preocupo com o que é vida? Se for assim, tudo bem, eu vivo bem com as coisas que me fazem crescer, e através deste meu crescimento, aprendo a lidar com as coisas do mundo e as pessoas com humildade e muita sabedoria. Encontrei pessoas que compreendem minha visão, elas nem precisam gostar, mas respeitam, são poucos, para ser sincera, quatro pessoas, sim, e eu conheço bem mais de 20.... IRONIA!
Esse não é um texto “rebelde”, apenas instigo minha paixão pela escrita através das encrencas existenciais que me cercam.
Enquanto isso na terra dos portugueses:
Dançamos funk, com letras baixas ( só putaria), rebolando até o chão, enquanto nossa economia afunda, os políticos são feitos em fábricas, ( Que vergonha não sei votar) 82% da população não tem saneamento, ( 82% AH NÃO) e vamos vivendo, a margem cada vez mais podre e invadindo as colunas sociais... Quem fica para ver o desfecho desta baderna? (Eu? Está brincando), quem quiser lutar, boa sorte, eu amo tanto meu país que não quero ver ele desta forma, logo tudo vendido, pessoas prostituídas pelo poder aquisitivo( Falso é claro) e ai? (Que isso!!!) é fim... ( o pensamento fascista reina)... agora só me resta rezar...(Ave maria...cheia de graça...lá lá)

“Ta rebocado meu cumpadre, como os donos do mundo piraram...eles já são carrascos e vitimas do próprio mecanismo que criaram... (Raul Seixas)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

...IMAGINÇÃO...

No meu mundo,
Os pássaros levam - me para casa na ponta de seus pequenos pés.
E as nuvens, nunca parecem presas no céu, a ponto de eu toca-las com minhas unhas.
Tudo que dói, é simplesmente o que não é digerido com sensibilidade.
As palavras grudam nos cabelos curtos da moça que carrega paz nos olhos.
O tempo por aqui, existe, mas não consiste com o que é banal.
Sinto-me esquisita, quando tenho que mudar de cor em meio a um devaneio de cores.
Gosto de sentir que as lágrimas evaporam com o calor deste dia tão calmo.
Surpresas, como doces alegres, as sombras misturam-se com os rios de sangue que carregam a minha dor para longe.
Rabiscando, estou bem, dando adeus aos olhos úmidos que me embriagam de tristeza.
Os sonhos nunca morrem, e eles persistem até quando aceitamos que eles são reais.
Não quero legendas para despir as minhas fantasias, eu apenas quero sentir-me com asas...
Suspire, eu posso te ouvir.
No final, é somente você, que compreende que eu estou me sentindo tão anestesiada,
Entrando em uma zona desconfortável de memórias cheias de serpentes.
Existe algo correndo em minhas veias, que fazem um segundo se transformar em milhares de anos luz.
Todos os dias eu tento não me escorar na minha imaginação fértil e cheio de pensamentos quebrados.
Para onde nós vamos, todas as vezes que estamos perdendo nossa dignidade?
Veja, eu consigo sentir que posso mover os vidros com o piscar de olhos.
E assoprar a ventania para longe de sua janela.
Quando confronto meus demônios internos,
Entro e saio de um estado tristonho e acordo com a sensação de estar liberta de meus medos.
São muitos degraus, e eu tenho que fechar minha respiração,
Para não que eu não me afogue,
Quando eu mergulho nas entranhas deste mundo tão cheio de indagações...

...SILÊNCIO...

Saindo do colo do mal.
Renunciando as dividas com a sobriedade dos anjos caídos.
As estrelas estão desabando, e o céu esta noite promete a escuridão.
Arranco do peito toda a frustração ilusória,
Deixando assim em paz a minha intuição...
Se eu falei alto, que tu sejas um dia, capaz de entregar-me, seu mais precioso perdão.
Eu cuspi, tudo de uma forma irracional, não nego.
Mas eu só quero que você caminhe sempre ao meu lado,
Assim eu serei capaz de provar mais uma vez o quanto eu estou contigo.
Minhas palavras estão deitadas no nosso horizonte,
Só desta vez, eu gostaria que você pudesse visualizar todas elas com calma.
Se esta minha calmaria, não faça com que você perca este aroma tão doce.
Estou tentando acordar todos esses dias, de bom humor.
Vendo o relógio marcar as minhas cicatrizes.
Não quero partir deixando você com o coração amargo.
Sente-se em meu sol, quero ser a sua luz.
Dormir junto com a sua suave pele de carmim, sentindo seus poros nos meus.
Nada, simplesmente nada, restaura minha alma com tanta rapidez, como o seu sorriso.
Levante-se, hoje eu preciso que você tenha estrelas em seu olhar.
Não quero sentir que estamos compartilhando apenas tristeza,
Quando eu juro mil coisas, querendo lhe transferir toda minha paz.
Diz para mim, que podemos melhorar com o tempo,
Porque eu não tenho palavras para dizer, o quanto eu sinto muito por ter magoado você.
Quero que você voe sempre na direção de meus braços,
Quando sentir que pode estar ficando triste, eu secarei suas lágrimas com meu silêncio.
E esta é uma confissão, eu não quero ir para casa, sentada no último vagão
Chorando porque não fui capaz de te deixar em casa, dormindo confortável no seu leito que repousa também a minha alma.
O problema é que as vezes, para o mundo eu sou tão “estéreo” .
Que acabo sugerindo um apetite voraz, sobre o que é minha fome de tranqüilidade.
Estou tão alta, eu só queria descobrir um modo de ver a realidade com simplicidade,
Para lhe dizer com as palavras certas, que eu te amo tanto,
Que acabo me perdendo, nos meus embaraçados anéis de saturno...


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

...EVOCANDO...

O último pedaço da carne amaldiçoada pelos servos do consumismo está sendo lançada para o inferno.
Apagando as velas que denunciavam que o mórbido sentimento que se manifestava nas coisas mais bonitas da vida.
Feche seus olhos, a metade podre da face alheia acaba de cair, e eu sinto vontade de devorar as palavras que saem de meus pensamentos e vomitar em quem não consegue se importar com o alheio, sem designar a missão suicida da sociedade pedante.
Justiça, quem falou? Acerto a tonalidade das sensações que abordam o meu espírito que antes usava a camuflagem selvagem de alguém cheia de fúrias internas que tentava matar seu tempo com suas explosões temporais resolvendo problemas dos críticos maléficos.
Quem vai se importar quando seu corpo estiver suspenso pela sua alma amarga cheia de pesadelos presos no clube da solidão?
É fácil dizer que alguém aqui está assistindo o seu filme preferido e chorando por nós quando se atua como coadjuvante em um núcleo de vermes mutiladores de corações fiéis.
As cortinas do pensamento estão abertas, preste atenção, divulgando o que queima e o que resta de tanta sujeira, não temos a facilidade de pensar diferente dos animais se não andarmos de quatro as vezes, tentando tocar o sub-mundo do terror interno com a palma das mãos sujas pelo trajeto difícil que é caminhar na terra dos mortos vivos.
É pureza, não importa de que forma vemos o quanto fomos deficientes com nossa seriedade, ou se alguém julga que estamos enlouquecendo quando tentamos travar uma luta com a sanidade desgraçada pelos desejos moralistas que dançam funk com nossa melodia dramática nos dias escuros.
Conte até 5, respire fundo, porque a criança preferiu o colo do pecado à ter o seu monte de teorias sobre o que é estar vivendo em uma droga de limite Façamos um release de uma estúpida e metódica visão do que é abrir o corpo para o mundo, quando estamos na verdade de costas para o abismo prestes a cair dentro de nossa própria condenação. Talvez cada um tenha uma missão, eu acredito, tomo minhas “purple pills”, entro lentamente no vocabulário baixo quando falo das coisas que alguém costuma esconder com um manto negro da remota sensação de poder ler o que a dignidade não permite descrever com palavras suaves.
Os céus estão sendo rasgados por milhares de pedaços de concreto, eu gostaria de ter a oportunidade de ver tudo isso dentro de uma caixa, odiando o fato de as nuvens cinzas trazerem o meu ódio a tona, porque enquanto eu peço para que deus cuide de todos, eles separam o corpo da alma e apenas querem saber de receber os seus próprios méritos em cima da luta perdida de outrem.
Não quero decifrar a vida, as pessoas, o que raios isso signifique, eu quero um tempo de paz, para que eu possa acreditar em uma fé coletiva. Vendo que enquanto uns dormem de cansaço evocados pelo prazer confortável do gozo raso sanado, outros gritam de dor e choram dentro de seus quartos, pedindo clemência porque a dor parece não ter mais fim.
Não quero ter controle de nada, não quero ter os olhos de uma assassina e nem ao menos de ter poder sobre todas as coisas das quais eu tento consertar com minha humildade. Eu quero expor uma critica, não impor um jogo pelo qual alguém vença ou perca. Toda essa reação em cadeia, ainda me faz pensar que o meio de um tempo bom ainda está por vim e que o final será evoluir a tragédia. Não costumo economizar verbos nem adjetivos, desconheço a gramática, e não ignoro a beleza do mal e tão pouco do bem, arrasto as palavras com a ponta dos meus dedos tentando assim uma pequena tradução do que eu vejo com meus olhos e transcrevo o mesmo através da minha forma apreensiva de ver que algumas coisas estão sempre rodeando as pessoas e elas ignoram o sentido do ser.
Aceito milhares de devoções e tenho meu deus como guia, apelo aos desastres para saber que existe sangue dentro de um corpo que age como máquina quando o assunto é carnificina explicita na tela de uma tv banalizando assim uma violência animal que só tende a crescer como arvores robustas nos quintais de todas as pessoas que tem medo de sobreviver ao caos emocional quando a manhã anuncia um novo dia de luta contra a si mesmo.
Tenho o amor e respeito no peito por tudo e todos, sou de poucos amigos e possuo uma jóia em minha vida a uma mulher maravilhosa que amo e chamo de esposa. Também possuo a ira de milhares de deuses no canto escuro dos meus pensamentos, estou entre a espada e o escudo, olhando tudo com atenção, domando as feras que aparecem no meu caminho. Fazendo amizade com os aflitos que querem me derrotar com suas falas redundantes e conformistas. Me mantenho assim, fiel a vida, colaborando com uma rajada de metralhadora filosófica e aprendendo a ler poesia para fortalecer a normalidade da bondade dentro de mim, isso não faz florescer só flores sensíveis, elas são protegidas por seus espinhos venenosos.
Sempre fui sozinha, particular, nunca tive problema em articular as mensagens do meu entendimento, e nem de participar de uma vida cheia de descobertas que começou tão cedo. Com a dor aprendi muitas coisas, e com a alegria eu vejo sempre um bom tempo para que eu me fortaleça com as coisas que eu cultivo com tanto prazer e prezo sempre pelo meu amor verdadeiro pela humanidade.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

...Caiu!...

O que fazemos vivos?

Alguns trabalham o dia todo, outros dormem e acordam todos os segundos. Na esquina alguém morre, do outro lado existe outrem em berço doentio nascendo faminto, procurando o leite maternal. Agora penso ver uma casa sendo erguida no meio do pântano, outra se encontra em ruínas em meio ao concreto violento de nossa grande metrópole.

São milhares de relações, humanas, loucas, insanas, beijos, abraços, parapeitos desejados, outros forçados. Conversas sobre a mesa de quinta-feira, astros gigantescos que descem em nossa direção. Travessias amargas, doçuras sendo descritas através da poesia na mocidade doentia...Todos os dias nós montamos um quebra-cabeça com aquilo que por nós é vivenciado, muitas vezes criando e desmontando nossos medos do desconhecido em cima daquilo que procuramos deixar tocar em nossos ouvidos, feito música incansável, a mesma melodia ressonando em nossos ossos cansados do esforço do pensamento intensivo. O velho abre a porta de seus armários, e eu caminho entre as árvores do parque encantado, vivendo em um mundo de fantasias, abençoando o lobo e condenando a mocinha bondosa, ali todos os meus gestos são sensíveis, a cama está arrumada, o leito do supliciado vazio.

O tempo no vento, no canto do ensinamento do sentimento sobre o momento reflexivo que se esconde entre os degraus da escada da respiração ofegante... Alguns nos abandonam muito cedo, outros ficam para nos ajudar a penar por essa terra com seus gases venenosos, asquerosos sentidos que não se podem negar, existem as flores que tentam nos purificar do mal, a inocência das raízes fortes que nos prendem ao passado... Essas mesmas, agora são arvores gigantes que sempre se comunicam conosco derrubando suas folhas no quintal assombrado pelos nossos desejos nunca elaborados.

Alguém chora em um quarto cheio de memórias, e eu tento tocar minha saudade usando meus olhos para procurar no instante as coisas que não consigo dizer a mim mesma sem enxergar que elas existem. Não sou fato, fenômeno ou coisa do tipo sou eu, simples, de carne, osso e alma. Breve, às vezes intensa, quase perfurando o ouvido do inimigo com meus devaneios femininos, sangrando os olhos com minhas dramatizações irônicas, quem vê não me entende, quem entende não tem muitas vezes coragem de me ver.

Acendo as velas para um novo dia de ritual e me pergunto: Porque ainda viva? Viva de Vivi, vivi de tudo, o todo, vivi vivendo o veneno da vida e quer saber, não adianta só sofrer, ou somente sorrir, dançar, espernear, estreitar os relacionamentos, se sentir só, acompanhada, falar bem, dormir, acordar, gritar, calar, entre outras coisas que agora não quero citar, é preciso saber o porquê de tudo isso, e mesmo que não tenha um porque, saber e compreender que estamos com os pés aqui e outro no além sempre, uma espécie de adrenalina contida que é liberta quando temos contato com o que verdadeiramente fazemos aqui neste lugar estranho com seus mil caminhos a serem traçados.

Tenho meus pensamentos loucos quase súbitos que: talvez estejamos em pedacinhos e espalhados por todos os cantos deste universo e quando aceitamos fazer parte de um todo dentro de um tudo é que somos o que nunca pensamos ser, temos o que nunca poderíamos ter...Acredito que não tocamos nada, o mundo nos toca com seus mistérios.

O desfile da solidão em meio a um pátio cheio de almas rasgadas de mãos dadas assistindo o espetáculo da vida...O tempo que está se esgotando, e elas não agüentam muito tempo de pé, até que uma delas se distraia e seja puxada pela moça que por mim leva o nome de solidão... Ela cai... Desmaia e acorda chorando como se estivesse sentindo sua própria morte ali, e se distancia da roda, caminha em direção a sua casa, cansada, desesperada... É então que, Solidão abraça, acaricia seus medos, toca seus sentimentos, leva a pobre alma para a cama... Em seu leito de dor que elas fazem amor. Depois deste acontecido ela nunca mais é a mesma, não quer fazer parte da “antiga” roda... Compreende em si só que não era preciso ela passar sua vida toda girando ali, apenas vendo o tempo passar, rodando, rodando de mãos dadas, quando na verdade ela precisava do seu encontro íntimo com o que estava acontecendo no núcleo do seu tempo. Era ela ali no meio, metade dela, vestindo a roupa da solidão bailarina dos seus véus encantados, desejos reprimidos em seu ventre castrado. Metamorfose psíquica se desintoxica do mundo rasteiro e abre portas para o seu novo imaginário. Retira os espinhos amargos de sua pele, um por um, sente pela primeira vez o gosto de sua própria saliva, reconhece o seu próprio corpo, denuncia seu tato. Ouve suas risadas, graceja com seu papo sonhado, sente o aroma do dia, inala a noite suavemente, e solta o ar gelado por suas narinas rosadas. Olha a si mesma no espelho, e tem a visão própria do pecado e não condena. Transforma suas lágrimas em um rio de águas volumosas e cheias ondas que arrastam seu lado negro para a margem de seus pensamentos. Dali seu desconhecido lado, escuro e tenebroso é ouvido lentamente, até que ele se torne claro... Lentamente ele sobe para o céu, ela acompanha sentada em sua consciência. Um cavalo levando aquele menino medroso para seu descanso alado.

Aqui é vida, fora e dentro, no céu e na terra, na mente ou na demência de ser amante da própria ilusão de estar vivendo sempre sem ter os pés atados. Eu prefiro ter asas à ser condenada pela moral, mas sou humana, demasiada ou não, considerando meus fenômenos um ato místico para ir sempre além do racional... O que sinto às vezes não explico, porque não consigo, não persisto, algumas coisas tem de ficar em silêncio. Um dia elas gritam comigo, sentam-se na minha frente e são compreendidas até sua última atuação em minha vida até o meu último sinal de freqüência com o mundo imaginário e substancial... Resultado da conexão entre o plano terreno e astral.