sexta-feira, 9 de setembro de 2011

::Postes Ilustrativos::

É como uma pedra quebrando nas minhas costas.

Esta facilidade que eu tenho para falar da dor, é algo que eu não compreendo.

Falando, gritando, de repente, no silêncio da noite eu procuro algo para não me enlouquecer.

Vou de encontro com uma voz que se insinua dizendo que os meus sonhos são pequenos,

O lugar dos meus desejos deu estadia a uma precoce desconfiança que estou no caminho errado, e não me preocupo pois, quando eu tento parar de caminhar nesta estrada, aparece um atalho, algo maior me atravessa e então, estou de novo na beira do abismo.

Quando tento ir devagar, me prendo a uma situação que me arrasta pelo chão, eu acabo pulando, me curvando a uma circunstancia maior que não me impressiona, que é o peito fechado para receber as coisas que tentam me lançar.

Se a sorte é uma coisa que vem comigo, então eu digo que ela é meio traiçoeira pois, está constantemente transformada em uma pílula de pressão que entra pela minha boca como uma água gelada e atravessa minhas veias e corta minha pele em mil pedaços.

Esta realidade toda que se envolve comigo eu entro numa paranóia de que, uma parede vai cair sobre mim da noite para o dia.

O dia é inconstante e eu ando tão envolvida com o pouco que me resta, e o que resta sou eu dentro de um universo cheio de mágoas e falta de resoluções.

Não desisto, mas falar de curativos quando se tem sempre um peito aberto para agüentar pancadas, é delicado já que, vivo sozinha dentro de uma depressão cheia de inconstâncias frenéticas e insolúveis.

Quando peço um tempo para mim, sou esfaqueada por trás, meu passado me corta feito papel e novamente eu estou dolorida para escrever sobre o que realmente eu sei fazer, lamentar.

E lamentar não é somente viver a espreita de uma constante indagação de onde anda a felicidade, e pedir perdão costuma participar da minha fala extraordinária sobre o que eu não sei dizer quando pergunto como eu estou.

O ataque é rápido e então a fuga é quase irresistível, mas eu se que não posso moldar uma questão dentro de mim, porque, a pergunta que me alcança é a mesma que me cerca por anos.

Talvez eu seja uma presa, um nome dentro de um baú, ou um corpo cheio de paciência, carregado de memórias e extremidades profundamente magoadas.

E se eu tivesse uma chance de mudar tudo isso, eu não mudaria, pois, estou retornando a minha infância e o sangue que escorre dos meus olhos, me trás de volta a ser o que eu estava sendo.

Não me engano, as certezas que um dia eu tive, se foram, e com isso eu tive a oportunidade de conhecer vários ângulos das minhas agonias.

Vou vomitando nervosa sobre uma mesa cheia de tribulações.

O mundo vem me comendo e eu vou apreciando até o ultimo pedaço desta fatia gigantesca de maldade.

Estou em um labirinto, adentrando aonde a música mais sonolenta não chega, aqui é tudo agitado, eu não paro um segundo, minha respiração faz com que eu exploda todos os dias.

Escapar, não, uma rainha torturada conversa comigo, e ela diz que a vida vem passando e que as virtudes que eu quero, estão próximas e eu acabo por destroçá-las com medo de perder o valor da esperança.

Tenho meus dias de glória e eles costumam durar até quando eu prendo o suspiro e choro alto como se eu pudesse achar um amplificador dentro do meu cérebro.

O fato vai dilacerando meu temperamento, e o que é racional vira um filme repetitivo, e então eu peço um bis, mas isso não me consola.

O demônio dentro de mim está sempre mudando de lugar e então eu tento pegar uma distração para que ele envelheça antes que eu possa me tornar sua filha preferida.

A cidade continua prateada e cheia de perigos e estou trancada em uma fantasia que alguém pode vir e ver que o escuro é bem mais emocionante.

Quando eu perco o controle eu vejo o que os meus olhos não tem medo de construir.

Esta construção vai me levando até o submundo aonde eu me criei, aonde a luz chega de vez enquanto para me iluminar e me tirar do tédio.

No minuto seguinte eu começo a repetir tudo de uma vez só, só que os valores são diferentes, eu procuro não me julgar, mas é quase inevitável e de novo, bum, eu explodo e vou para todos os cantos da onde eu aprendi a me virar sozinha com o que tenho para sobreviver.

Viver aonde o sol também nasce e aonde a lua vira minha adorável companhia.

Muitas pessoas vão e vem na minha vida, o amor que vem brotando sobre este distanciamento fez com que eu aprecia-se o consolo que vem das palavras que preciso quando estou sonhando alto demais.

As pessoas vão sentindo e elas podem se policiar todo tempo e não o faz, em particular as partículas vão se dissolvendo diante dos meus olhos.

Os segundos vão surgindo na minha ótica distorcida sobre o que penso o que é o mundo problemático que eu sinto.

Existe amor em tudo, mas o ódio alimenta uma coisa em mim que é como se o único combustível que me mantem de olhos abertos é o desespero.

Imagine só, eu de bem e de mal, todo tempo mudando as coisas, rastejando pelos esgotos sombrios, aonde a maioria da população se esconde e tem vergonha de admitir.

É prazeroso falar do imundo, mas estar suja todo tempo faz de mim uma pessoa pendendo para um infinito desabor do que é viver.

Não existe problema, eu gosto de viver como vivo, as minhas bagagens estão pesadas, e todos estes anos eu tenho deixado algumas conexões de lado.

Meus ombros doem, meu coração está a flor-da-pele.

Classes vão nascendo e eu morrendo tentando ser uma pessoa um pouco menos idiota de sentidos.

Sou sensível e minhas cavidades estão ai para quem quiser ver o que habita o meu inconsciente.

O consciente vem brincando, e eu vou satirando com tudo que vem se mostrando.

O que levo a sério é esta coisa de luta contra a ignorância parcial da humanidade ilustrativa.