quarta-feira, 12 de outubro de 2011

::ESPINHOS DE FERRO::

Flui dentro de mim, uma coisa obvia e destrutiva.

Um demônio que faz coleção de sofrimento.

Toda vez que parece diferente, eu sou arrastada para a decepção.

E no segundo seguinte eu olho através dos meus olhos no espelho,

E vejo lagrimas que brotam dentro de mim.

A sensação não é boa e qualquer coisa que me eleve eu aceito.

O cansaço me trai quando eu tento contar a ele sobre minha tragédia.

É mais prático viver em um mundo real, mas isso não flui normalmente em mim.

Quando observo as pessoas, coloco dentro de um pote e vejo as possibilidades.

Porém, quando descubro que não tenho poder algum de mudar o que sinto,

Despenco de uma escadaria e fico dias no chão rindo da minha comédia invasiva.

Ninguém pode me dizer que eu não tento, pois, o que mais faço é atravessar a neblina.

A réplica está feita e o chão cheio de água salgada.

Não posso tocar nesta parte, não desta vez não posso ficar longe por dias.

Existe algo ruim dentro de mim e aqui dentro as flores não crescem saudáveis.

O que eu sou? Um monstro ferido, uma pessoa que engole suas feridas.

Estou aflorando e tudo que me resta é perceber que o meu conformismo é o meu apego.

Bata três vezes antes de entrar... é como se eu estivesse dormindo.

E o som ensurdecedor dos corações batendo, me deixassem viva por um dia melhor.

Feche a porta, a tristeza é um tiro no escuro e a minha alegria tira férias quando quero sorrir.

A música está alta e agora as roseiras estão envolvendo o meu corpo.

Os espinhos de ferro, encravados no meu peito não me incomodam, me fazem refletir.

O que eu tenho visto? O que tenho vivido? Quanto ainda me resta de expectativas?

Eu soluço alto, algo está fazendo sentido!

Logo eu volto, paralisada, esperando uma ação que não me destitua novamente...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

::QUANDO A NOITE CAIR::

É só uma questão de tempo...
As coisas vão se misturando novamente, e o que era parado, move-se rapidamente dentro de mim.
Não que eu possa lentamente ir salientando tudo morre em mim, mas é pura decadência esperar a estrela se apagar.
Os panos estão rasgados e a graça de tudo vai se esvaindo sem honra.
Algo está por baixo e os lençois estão escapando com a força dos ventos do sul.
Se fosse possível falar uma lingua menos insana, as rosas morreriam lentamente no silêncio de uma noite gelada.
E se os ouvidos fossem mais apurados, eu teria um abrigo para ver o mundo ingenuo e mudado.
Escute, agora aquela voz vem vindo na escuridão e não sei aonde me esconder.
Eu poderia preparar uma boa bebida e meditar sobre todas as circunstâncias aonde estive ausente.
Não, de novo não, esta coisa toda me faz querer voar para um lugar novo.
Então eu acabo me abandonando, deixando rastro para o meu passo renegado pela minha coragem.
Preciso dormir, e o meu maior tormento é que, sozinha eu aprendo... e me desprendo de tudo que me faz odiar grande parte minha.
Eu choro, pois, o real para mim, vem com uma grandeza sufocante e acabo não entendendo o que digo, faço e mudo sempre para uma versão desatualizada do que sinto sobre o que vivi.
Eu me deprecio, estou longe sussurrando por um socorro que só pode vir quando a noite voltar a cair sobre minha alma...