quarta-feira, 27 de maio de 2009

.:NOVO INSTANTE:.

Um dia me disseram que eu jamais poderia amar alguém.

Erraram, e feio nisso que vomitaram em mim.

Eu amo alguém que diz que vivo uma vida bela por mais que eu não veja brilho nela às vezes.

Este sentimento que tenho é grandioso, o amor que sinto é largo, mas não se perde.

Eu vi brotar uma flor triste em um canto escuro do meu jardim secreto.

E a partir disso, observei a vida com sensibilidade e vi um mundo cheio de plantas carnívoras comendo pessoas por todos os lados.

Estive todo o tempo sendo movida por esta razão egocêntrica de achar que meu jardim era só meu, enquanto isso, eu andava no mundo que é minha floresta particular.

Eu vi pessoas ficarem desapontadas com minha esperteza e aprendi a chorar por causa disso.

Mas, não estranhei quando aprendi a sorrir quando elas não podiam me entender.

A verdade mais suave que eu aprendi foi que, eu não quero entender tudo nesta vida, pois, somente assim a vida me consumirá com sinceridade.

Por isso, eu estou sempre chorando e sorrindo feito uma desvairada quando eu me finjo de morta com saudades da hipocrisia que me divertiu por tanto tempo.

Sou carente em excesso às vezes, e quando quero suprir minhas necessidades acolho alguém carente para não morrer com a minha falta de sobriedade.

Eu ouço vozes que me enlouquecem nas noites vazias, mas não me sinto só com elas, então aprendi a dizer para elas que eu estou sempre por aqui quando elas precisarem falar sobre o que eu tenho medo de ouvir.

Estou sempre pronta, vestida de preto, com os olhos apontados para o céu, e não temo em seguir os sinais que estão sempre brincando com minha sanidade por debaixo dos tapetes.

Já sangrei demais, mas estou sempre entrando na embarcação que tem como destino o desconhecido.

Sonho tanto, e nenhuma cama é capaz de suportar o peso das minhas ilusões, por isso, estou sempre procurando um lugar para descansar a minha imaginação.

Então eu me deito nas linhas das páginas brancas e tento dormir um sono repentino que me trás um conforto involuntário e inquieto.

Neste sono eu descanso e volto mansa para acordar para um novo instante da vida substancial.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 25 de maio de 2009

.:A FALA DA ESCURIDÃO:.

O buraco foi aberto...
Ali eu consegui ver milhares de cores juntarem-se fazendo a construção de uma vida toda em poucas horas.
Eu vi o meu reflexo no espelho de minha alma e me assustei demais com tudo que senti.
Não consigo com perfeição descrever aquelas sensações que entravam de mim com tanta rapidez e força.
Parecia por um instante que eu estava sendo atacada por um leão feroz, como se as garras dele pudessem arrancar de mim os perdoes que jamais consegui consentir que existissem.
Perdoar, perdoar, eu não conseguia suportar aquela intuição toda que jorrava dentro da minha cabeça como uma avalanche de sentidos misturados com minhas memórias mais primitivas.
Eu conversei com a morte e ela estava rindo junto comigo da minha vinda ao mundo e, também eu podia através dela ver os meus traços mais infantis construírem quem eu queria ser.
Eu fui ali um alvo, o meu próprio alvo vivo, a vida foi transmitida para mim de uma forma sangrenta, porém, por um segundo eu pensei não ter alicerces para suportar aquela dor toda, mas no final o choro contido que de mim saia, silenciou as minhas falsas constatações do que eu estava vivendo.
E aquela isolamento maldito?
Era um isolamento danificado pela existência que eu tanto negava, mas que pensei por um tempo que havia controle sobre o que eu via e ouvia das pessoas.
Ali eu fui tomada por uma estranha sensação de perda, abuso e violência.
Calcificada pelas cicatrizes que não queria aparecer, eu fui danificada pelas chamas antigas que estavam esquecidas em minha alma ancestral.
Aquele fogo todo me consumiu, restaram cinzas, eu me vi vivendo uma centena de acontecimentos nos quais, eu não era capaz de existir de verdade, eu estava morrendo todo tempo.
Foi difícil, pesado e árduo, fui eu mesma com minhas recordações mais ardidas e sórdidas.
Vi um espelho gigante brotar do meu inconsciente, eu vi águas voarem frente a minha personalidade.
Vi rainhas descerem do trono, vi uma princesa chorar porque sentia que estava em coma.
Vi uma mãe gritar por ajuda, eu era a coluna dela eu sentia o peso da bagagem que ela levou sozinha a vida toda.
Eu alucinei, recordei, me sufoquei dentro daquele abismo cheio de discórdia.
Ali, haviam luzes, muitas delas, mas a escuridão foi para onde eu corri assim que vi que a passagem da minha construção mental estava corrompida.
E toda minha essência se fez ausente, eu recebi um presente do cosmo, eu vi baixar diante dos meus olhos a cortina do imaginário.
Tive muito medo, confesso, em alguns instantes pensei que pudesse morrer, eu só não fiquei ali por um bom tempo, porque não suportaria mais aquela carga de sentimentalismo puro.
Senti ali, o quanto ainda eu era boa demais e, por isso, eu estava desrespeitando a ordem da minha consciência.
Eu havia engolido a terra que estava querendo me enterrar de vez neste túmulo que quer me sufocar, o mundo.
Eu não preciso disso, aquilo que me resta é o que me falta, o que me é tão precioso, e eu deixei passar por tanto tempo.
Reconheci rostos familiares em meio aquelas paisagens cheias de cores, eu vi a galáxia negra banhar-se de vida com os meus olhos fechados.
Contemplei a jornada cansativa pela qual eu não tive coragem de deixar vir coisas melhores.
Ali, não tive medo do novo, e não conseguia gritar, os meus gemidos eram internos.
O que eram aquelas facas cravadas no meus estomago?
Aquele gosto azedo e que me causou náusea quando senti que estava abrindo os meus pensamentos de uma vez por todas.
Senti como se entrasse em um túnel, e haviam fotos de lances da minha vida nos quais eu esqueci de me lembrar por tanto tempo o quanto eu estava ausente.
Ausente?
Ah isso é pouco, no meu corpo eu sentia só cala frios, aquela conexão louca com alma causou suor em excesso e dor sem recesso.
Foi real eu sinto que foi real, eu não consigo entender algumas coisas, aquelas que brotavam tão radicalmente de meu “self”.
Fiz construções belíssimas, me deu uma vontade de ter liberdade, ali eu tive asas e passei voando sobre meu passado.
Vi muitas ilusões perdidas, culpas, ressentimentos, miséria de espírito e uma falha comunicativa com meu eu mais ingênuo.
Agora eu sinto, estou mudando, ali algo se rompeu, e eu ainda não sei como cheguei até aqui, sendo tudo isso que eu pensei ser.
Me falta tudo, mas eu confio na minha própria decisão de existir, confio na minha agulha, no meu tecido, no meu brilho mais pequenino e suave.
Tive fé aonde o medo tentou me arrancar a sanidade, porém tudo que eu conhecia como estar sendo sã, foi por água abaixo.
Aquele mundo todo era meu, e eu estava brincando de ser deus, habitando minhas lembranças mais dolorosas de cima, lá no alto, aonde eu sempre tive medo de subir.
Fui analisada, senti a regressão do meu espírito e do meu corpo, os dois estavam ligados por um fio feito de pó cósmico.
Vi a margem de um rio doce, aonde eu me banhei por horas e não esqueci de tudo que deixei nele.
Voltei, com o sentimento de que, algo ali foi rompido e que a partir desta viagem eu jamais seria a mesma.
Não consigo deixar de lado tudo o que senti, aquele buraco todo, aonde a terra é negra e as chamas do presente estão sempre ameaçando me apagar de vez.
Tenho que mudar, mas não para que eu possa construir uma identidade, eu preciso destruir tudo aquilo que ainda me resta de compaixão para comigo mesmo.
Preciso não mais ter a alma tola, necessito do entendimento do acaso, de não me envolver em pequenos fragmentos que não são meus.
Preciso aglutinar a minha essência espiritual ao meu corpo, dar valor as minhas preces, aprender com todos os pequenos circuitos de fé, elaborar uma vida sem valores sujos.
Agora eu necessito do mundo!
Preciso aprender a viver sem os valores mesquinhos que empreguei a mim mesmo.
Evoco agora as minhas juras, promessas e medos para fora.
Lamentações que me causaram enjôo pode expelir de mim todo mal, não posso ser mais severa comigo mesmo... ou irei apodrecer...
O que mais me chocou foi a relação minha com as pessoas que tanto amo, porque eu não conseguia demonstrar para elas o quanto elas me enchiam de alegria.
Vi meu estado de vitima lançado sobre meus olhos, e não consigo puxar a alavanca da realidade.
Vi minhas mentiras se desfazerem ao pó, me vi pisando sobre elas, e senti um alivio que posso dizer que foi um prazer único.
Eu gargalhei com as minhas certezas quando percebi que ainda eu estava entupida de coisas velhas e constrangidas pelo tempo.
E naquele buraco, imenso, cheio de podridão, tinham coisas boas também, vi minha face mais amarga ser cuspida para fora, e retornar em mim na forma de uma risada infantil e feliz.
Vi cada célula minha desgarrar-se lentamente diante de meus olhos, isso me apavorou e me causou dor, mas fiquei aliviada quando vi que eu estava retornando a minha antiga feição.
Logo após, vi meu corpo ser refeito pedaço por pedaço, cada órgão tinha um cheiro diferente, o meu coração cheirava a maça.
Fui inundada pelo mundo das sensações, me vi como uma caixa, aonde todo mundo despejava algo e parti, eu rompi com este elo tenebroso, eu me transformei em águia e larguei aquelas coisas dos outros somente para eles.
Eu fui mas não sei se voltei daquele buraco.
Algo em mim foi modificado, o que eu não sei, não faço idéia.
Não consigo mais dizer o que o meu ego perdeu.
Eu me perdi naquele jardim suspenso de ilusões e a vida que eu achei que era concreta, despejei para fora de mim.
Eu morri ali...
E renasci depois que abri meus olhos para o mundo sensível...
Fui surpreendida por miragens, milagres e pesares.
Tudo que eu acredito fielmente, foi por água abaixo.
É tudo maior, milhares de vezes maior do que eu pensei.
Existe um outro mundo, aliás, milhares de outros mundos aonde eu também existo, aonde meu pensamento não tem medo de existir.
Não posso mais resistir a essa vida que me chama.
É chegado a minha hora de voltar para o mundo inacabado e santificar minha existência sem receio, covardia e desistência dos meus desejos mais íntimos.
Eu preciso aceitar de verdade a vida...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

.:Doce e Divino...

Eu não tenho as molduras do mundo em minha mente...

Este êxtase que venho procurando,  consome minha ansiedade pela vida.

Eu tenho visto afinidades com coisas novas em meio a um monte de anúncios de derrotas consecutivas.

Não quero vencer as diferencias, não quero os olhos pálidos da angústia o tempo todo me vigiando.

Quero uma atmosfera mágica envolvendo o meu útero que me transforma em comparsa da mãe natureza.

Eu não quero mais cometer aqueles erros antigos, banais e precipitados.

Quero acrescentar uma espera pelo amanhã sem medo das transformações maduras.

Preciso rever tudo que origina-se de meu pensamento com mais clareza e menos vulgaridade.

Não quero mais confrontar-me com o desconhecido com as mãos abanando, quero ser adulta.

Quero incorporar as entidades naturais que vieram comigo através da minha transcendência.

Quero existir sem usar da sorte para me proteger.

Anseio um encontro com o mundo dos mortos para ter como lembrança o meu espírito real da imanência que ainda não tenho resistência.

Preciso do cheiro da terra, da fadiga das manhãs de domingo, do barulho dos automóveis descontrolados para descrever meu caminho tão infinito.

Vou ascender uma vela para as manhãs tristes, não quero fazer de conta que, brinco de ser viva só quando estou passando por maus momentos.

No final das contas eu preciso aprender a dobrar o céu tempestuoso e colocá-lo em meu bolso quando eu não souber lidar com ele.

Se anoitecer, será que serei capaz de cair nos braços da nostalgia sem me arranhar?

Talvez!

Este animal que vive adormecido em mim, fera aflita, que mesmo que eu quisesse, não poderia prende-lo por mais tempo, ele precisa respirar o que eu poetizo.

Ando pensativa, confusa, embora mesmo que eu seja tão alfinetada pelo acaso, ainda me nego a aceitar as coisas secretas que me cercam com receio do presente.

Não quero adivinhar o agora.

Coloco-me ao dispo da imperfeição da escuridão ímpia, eu não escaparia dela mesmo se fosse capaz.

Não nasci clara, por isso,não quero restringir a minha condição como ser-no-mundo.

E sobre a verdade?

Esta sim, anda séria e fazendo de conta que eu posso conversar com ela, meu deus, eu aceitei que posso enlouquecer e isso é tão saboroso e divino.

Vou me despir de corpo e alma para silenciar o que eu não duvido que exista.

A revolução da minha relação substancial vivida, com a dor do inconsciente sofrido pelo mundo  da minha imaginação...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

.:PEQUENAS COISAS:.

Estou de costas para tudo...

 

Voltando as origens, apenas coisas boas e eu me sinto tonta.

Algumas destas pequenas coisas, trazem perguntas que não posso responder e  isso me confunde.

Esta violência quase física me tortura a alma.

Eu posso cantar, deliciar-me com alguns trajetos inconstantes mas, eu preciso ver alguma maneira de tentar não ficar suspensa por muito tempo.

Está tudo virando de ponta-cabeça.

Minha personalidade está mudando novamente e eu sinto que os vultos estão me atacando, estou indo longe de mais.

Meus joelhos doem, então eu não agüento ficar nesta prisão por mais tempo.

Eu volto em um segundo, sei que não sei nada sobre loucura ou, ressuscitar um jardineiro que morreu com o cheiro das flores mortas.

Eu só sei ver o fogo jorrar para fora de mim.

Agora eu estou esperando um par de olhos novos e uma nova boca para um diálogo menos apreensivo.

Eu sei, não posso me relacionar sem insanidade e isso me faz chorar.

Vejo que eu estou torta, e queimando meu tempo com manhãs perfuradas pelo passado.

Venha, eu estou arrumando uma expressão que não mora dentro de mim.

Tomando o ultimo ônibus da estação para procurar um abrigo longe deste caos.

A minha fala anda estrangulada a preciosidade das outras almas agora me interessa.

Minhas lágrimas servem para regar uma floresta cheia de arvores que esperam pelo outono.

O frio é intenso e eu sinto que poderia caminhar um pouco mais devagar.

Estou revivendo memórias e construindo um novo sentimento e, isso faz com que eu queira ser  menos comparsa da tristeza.

Existe uma legião dentro de mim, com seus cavalos loucos, carruagens sem suporte de mundo, estou vivendo o estrago da noite passada.

Eu salto de dentro de você, eu peço desculpas e não adianta, eu não consigo falar sobre mim.

Deixe rolar, eu sei que algumas vezes eu posso voar para longe e lhe deixar em paz.

Agora este momento parece dramático demais, e minha amiga satisfação anda de férias.

Vou pular de um trampolim, ver as coisas andando lentamente, sentir o vento me carregar para novos horizontes.

Aprendi a silenciar algumas essências e eu estou colada na beira do céu amargo.

Não, eu não posso mais mentir, eu estou tentando contar algo que eu não posso conter.

Estou grávida de uma pretensão, e eu estou no colapso chorando para os deuses.

Preciso perder a consciência para poder não compreender...

Existe milhares de fatores que entopem minhas vias que me levariam ao sossego absoluto, mas eu não posso, não é meu.

Os sinos estão batendo e sinto que entreguei minha jornada a deus dará e isso não foi o suficiente.

O tempo está correndo e eu não abrigo mais com tanto prazer as cicatrizes que habitam meu corpo hospedeiro de sentimentos.

Estou abrindo um buraco no meio do meu quarto, aonde jogo todas as noites um pouco do que eu desejo, para na manhã seguinte, me jogar dentro dele para me perder entre os meus sonhos.

A marcha para o final está longe e eu arranco de mim o meu auto-controle.

Isso tudo de onde vem?

Eu não sei silenciar mais, eu só estou cansada e eu preciso parar um pouco para ver o sol nascer sem medo...

Me dê suas mãos eu preciso olhar dentro de você, preciso ver se tem algum lugar escuro para mim.

Faça com que eu recue, me deixe dormir dentro do seu descanso, porque eu ando tão farta de chorar feito criança quando não consigo suportar minhas culpas...ão farta de chorar feito criança quando não consigo suportar minhas culpas...

 

terça-feira, 19 de maio de 2009

.:INFERNO II:.

Existe um lado meu que não fala mais,

Não briga, chora, sorri e multiplica o tédio.

Eu continuo abrindo as portas do entendimento.

Existe um lado meu em que as coisas estão se entrelaçando com força,

Por isso, não consigo ficar estável em nenhuma circunstancia.

Eu tenho visto flores morrerem, e águas rolarem ao contrário.

Tenho suportado o vapor da vida insana, as caldeiras do pensamento estão apitando.

A locomotiva está de volta, com sua velocidade imprópria para menores.

Carrego as lagrimas no peito de uma noite de amor mal propagado.

As algemas estão jogadas no chão, e eu não mais consigo me magoar com facilidade.

O fato é que, tantas vezes eu tentei arrancar de minhas cicatrizes, e foi doloroso ver que o meu passado estava andando sobre a minha imaginação.

De olhos fechados eu monto o quadro da ilusão pós-morte.

Eu ando pintando deitada sobre um sol de 40º graus o meu presente que está congelado.

Ser vulnerável não me pertence mais, e eu sei quando erro, quando peco contra mim mesmo.

As lamurias antigas agora ressoam em mim!

A derradeira vontade de existir me possui, eu sou contemplada pela tragédia do dia-dia.

Eu preciso de mãos grudadas em meu corpo, de uma raiz que não seja forte para quando eu resolva voar.

Eu preciso de tantas coisas, e as coisas andam precisando de um tempo.

Tenho feito uma limpeza consciente na qual, as maneiras com que eu me portava estavam corrompidas, estas, já se foram, exilei de mim um demônio feroz.

Quem pode dizer que vive tudo em um dia?

Um dia se é vivido por tudo, e a contemplação humana deste, me faz querer virar uma deusa.

Talvez um pouco mais rouca, louca, e não cansada de ter esta fragilidade, medo do mundo.

Já enfrentei dragões maiores, mas estes cuspiram fogo sobre a minha existência.

Voltei do inferno com as mãos sujas de lama...

Limbo que me trouxe a reflexão dos dias escuros e foi na escuridão que eu me criei.

Não tenho medo da claridade, teu tenho feito fantasia sobre as coisas pelas quais eu sinto um grande terror.

Este terror todo brota de mim!

Eu vejo as pedras saírem e as cachoeiras enfurecidas correrem em direção as minhas águas futuras.

Não temo qualquer tipo de confronto e ser delicada comigo tem me feito ser auto-confiante.

Eu tenho vivido um inferno, um doce inferno!

Engolindo excesso de saliva, os meus diálogos tem sido simbólicos demais, eu não consigo mais compreender aonde eu estou quando lanço no mundo a minha essência...

Estou prestes a voltar a me perder...

terça-feira, 12 de maio de 2009

.: A CERCA:.

Eu estou vendo o fim da estrada...

 

Eu sei, eu posso sentir que meu trajeto será longo e cansativo.

Algumas realizações eu tenho feito, todas as vezes eu tento não desistir,  então renomeio o meu novo caminho.

Se faltar amor,  eu re-considero tudo que sei sobre ele, eu reviro minhas bagagens.

Estou andando naquela rua aonde encontrei uma outra vida, uma esquisita forma de palavras misturadas com meus sentimentos mais insanos.

Neste momento eu estou rasgando mil máscaras e  os rios estão cheios com minhas lágrimas.

É tão difícil permanecer aquecida quando se sabe do frio rigoroso que está lá fora.

Mas, eu posso ver uma possibilidade melhor do que eu pude imaginar até aqui.

As flores estão morrendo e as sombras estão carregadas de lembranças.

Eu não posso mais laçar a sorte e não quero desta vez pensar que, algumas vezes eu disse adeus com as mãos tremulas por de trás das cortinas.

Não é crônico, é simbólico, somente um rastro fiel de um pedaço do que eu poderia ter feito.

Não o fiz, e o que dói mais é ver as figuras, os loucos lábios da insensatez brigar com meu ego.

A mesa está posta, e os postes iluminam a minha rua, nesta noite eu só quero uma porção de vaga-lumes para dar brilho a minha solidão.

O que podemos sentir desta vez, além de estarmos exaustas daquelas certeiras recordações?

Uma alma estranha carrega minha sensibilidade para a lama, eu sei , ali reina algo negro, e eu me derreto com minhas lamúrias, eu trago a minha flexibilidade eu não posso a ela pedir ajuda.

Ela tem o molde do divino em seu corpo e minha pedra mais valiosa bate rápido demais para que ela possa congelar e ver que este é meu único bem que ela não poderá ter.

Agora você pode ver a luz, em um momento lúcido, vamos ter que não temer mais aquela loucura comum, somos feitas de pólvora, estamos prontas para a grande explosão.

É com você mesmo, eu sei que não está fácil estar satisfeita, e eu torno a dizer que, você ainda está entupida de certezas, suas teorias ainda estão cruas, você não se permite mais sonhar.

Eu tenho um rombo no peito, e uma dor insuportável na alma, a culpa não mais me faz padecer, eu estou tomando banho com aquelas antigas correntezas fortes e as ruas estarão todas alagadas até eu conseguir meu ar recuperar.

Quer uma festa para ver meu vaso de vaga-lumes?

Os cavalos fugiram do celeiro, e o pasto está cheio de margaridas, eu tenho medo daquelas patas pesadas e ferozes, cheias de sujeiras, eu tenho que proteger o que ainda tem de bom em mim.

É tudo isso mesmo?

Não eu sinto que não!

Eu assopro o céu, e inspiro profundamente trazendo as tempestades para fazerem casa em meus sentimentos, hoje eu sinto que posso ir correr depressa com esta minha tristeza.

Estou procurando alguma coisa que não seja eterna, porque, tudo que eu tive até agora que me foi ensinado como algo imortal, despejou uma grande dose de mentiras sobre o teto do meu quarto, e ficar inconsciente por agora tem sido tão caótico.

Sim, esta não é toda uma história e eu vivo os pedaços.

E estes estão sendo levados para um lugar no qual, as minhas marcas estão por toda parte nas paredes verdes.

Faça silêncio, eu anuncio o final de mais um estágio de calmaria, eu estou pulsante, inconstante vivendo um colapso infame.

Segure minhas mãos, desta vez você terá que ser forte para resistir quem seremos daqui a um instante....

 

quinta-feira, 7 de maio de 2009

.:O MURO:.

Uma tempestade me aguarda...
Se os trovões me assustassem eu não teria tanta coragem para encarar o frio que quer me consumir.
De onde vem tudo isso?
Esta sensação de dor, angústia e ando duvidando dos meus maiores sentidos.
Não posso traduzir o que em mim caminha com tanta voracidade, eu tento deixar a vida de ponta-cabeça e no final eu fico sem ar.
Abro as portas da imaginação!
O vento gelado me transporta para o terceiro mundo, as ondas são gigantescas e eu permaneço a caminhar sozinha entre os mares suspensos cheios de ódio e rancor.
Sinto cada célula de meu corpo fragmentar-se para o infinito, eu converso com o mal, eu lamento meus desejos mais íntimos, eu nego quem sou no sensível, eu vivo a falta de união do comum com o inteligível.
A proposta está feita e meu espírito vaguei no mais profundo limbo existencial.
Minhas mãos sangram, ardem, eu cuspo as virtudes antigas, eu traço um passado com uma linha negra, eu alinho os meus trotes emocionais.
O perigo me aguarda, e a noite parece interminável, eu soluço atrás de uma perdição enfurecida, um sofrimento legitimo que me arranca a saudade da vida.
A via do mais próximo sentimento, me separa da organização falha do individuo-corrompido.
Eu falo em voz baixa, os murmúrios do muro que brota do jardim secreto dos deus erguem-se em minha frente.
Não, eu não posso permanecer presa aqui novamente, tantos anos passei atrás desses muros, eu procuro o meu impiedoso inconsciente.
Alguém pode me ouvir?
Eu respiro fundo e não sinto mais os meus pulmões, eu choro, me desespero, eu não quero ficar só desta vez, a solidão me machuca, a solidão me incomoda.
Estar na posição confortável me faz odiar o vertical.
Eu flutuo, entro no abismo insano da loucura, e ali eu não tenho medo, os meus sonhos me estimulam a pular os altos muros dos deuses e eles ainda não estão presentes.
Eu vou tentar cantar aquela antiga canção materna, e nem isso pode me desconcentrar daquilo que eu tenho como objetivo.
Porque não posso escolher certas partes de mim?
Eu vou grudando as experiências e estou re-vendo o reverendo passado passar por mim, com seus passos sutis e cautelosos.
Aqui não existe uma margem e o fundo é absolutamente tentador é para lá que eu novamente me vou...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

.:LINHAS DA IMAGINAÇÃO:.

Não se fala mais sobre o individuo.
Eu, você, nós somos um conjunto de ramificações não identificadas, a identidade morre entre as linhas da imaginação.
Se eu tento descrever um ato natural, eu peco e peco feio, diante da severa forma com que aprecio o mundo com meus olhos encaixados na visão pré – fabricada pelo mundo sólido inconstante.
Não que eu não possa tentar descreve o que acontece aqui fora, mas o que está dentro de mim é um jogo de diferenças simbólicas que, quando vem a tona, transforma-se em um dialogo mudo para quem tentar compreender, isso vale para mim e para você.
De várias maneiras por muitos anos eu tenho tentado captar o que está por detrás das rochas do esquecimento, e digo que, isso não é mera ilusão que brota do meu cotidiano, eu apenas escrevo com felicidade instantânea que logo após visualizo o resultado final, encontro-me angustiada.
Sem saber o porque, eu continuo esta minha busca pelo romantismo e a trilha da novidade que nasce na briga dos opostos.
Minha potência é anônima e dizer que sempre posso vivenciar as coisas que escrevo seria uma fatalidade.
Represento minhas fantasias profundas através de um impulso que nasce do entrelaçamento do meu consciente com o meu inconsciente, este mundo para mim não é revelado, eu sou apenas um canal, uma espécie de passagem, somente isso.
Não fico triste por não mais conseguir diferenciar entre ilusão e o que está sendo realidade, quando aprendi a fundir-las, acabar com os meus conceitos humanos quando posso desempenhar o papel de intermediaria da vida pós – mortal.
Estou oscilante, e a cada linha tento retratar de forma vivida cada pedaço de vida que encontro no mundo, esta é uma tarefa muito difícil, pois, não consigo definir ali naquele instante o que estou sendo e porque estou sendo.
É um jogo de luzes, a minha mentalidade como aprendiz tem me tornado rabugenta a ponto de, eu me cansar com qualquer duvida rasteira que venha de outro que não saiba dizer que como eu não tem certeza daquilo que, lê e escreve.
Não vivo um fato isolado, nem uma vida asquerosa por isso, sei que, muitas pessoas encontram sérios problemas em descrever e conversar com as coisas do mundo interior, seja pela escrita, pintura ou até mesmo pela fala.
Sinto –me faminta, e a minha produção não equivale a tudo que eu me baseio, a minha construção tem buracos, não mais indago minha “persona” por não conseguir ir tão adiante nas representações que tento jogá-las para o mundo.
Muitas vezes tento reconhecer uma estrutura através daquilo que leio, não minto, eu vejo muitas coisas que me agradam e outras já me causam náusea.
Tenho uma perseverança com o mundo novo e seus papeis de individualização, porém, ao contrário das coisas que eu tenho buscado, ainda moram em um lado negro do outro.
Aprendi a ficar no posto de observadora durante todos estes anos, anos curtos eu diria, ainda tenho consciência do que preservo de mais jovem, e meu papel como individuo já me cansa, não estou falando que não mais sou uma forma viva, mas que atingi o ponto 0 da vida, e estou sempre recomeçando de onde minha personalidade quer me agarrar e assim me manter escrava.
Esta voracidade com que jogo as palavras ainda me irrita e profundamente, todas as minhas realizações com o coletivo tem sido amargas, porém, ainda sou cheia de esperanças.
Estou em um processo novo, tentando não mais compreender tudo, relembrando do meu passado, tomando as águas antigas, cochilando com meus atos felizes, exercendo meu papel de mulher que tenta desenrolar a psique.
É difícil, muitas vezes pensei em largar tudo ter uma vida moderna, entrar no caos de vez, mas não consigo, esta não é a vida que a vida escolheu para que eu viva.
Eu tenho deixado que os caminhos se abram, não tenho apanhado nada que venha de fora, deixo-me ser tragada pelo novo sem usar da minha vontade primária para satisfazer-me só na parte do intelecto, eu quero sempre mais...

Hoje, eu não tenho medo da loucura, tristeza ou arrependimento,
Estou a espreita do terceiro mundo, estou tentando ser tomada de vez pela vida!

terça-feira, 5 de maio de 2009

...Alegorias...

Em uma pequena hora do dia, vejo as minhas memórias fragmentadas serem corrompidas...

Se eu morrer de saudades, que eu morra sorrindo e não deixando lagrima alguma neste solo.

É o fim da tristeza por agora, hoje eu estou sendo apavorada pela sensação do outono insano, que com suas garras me prende a nova ilusão do estar.

A ilusão da existência de aprender a dizer não para os vícios da certeza do coração.

Eu me apaixono pelo lado de fora,  com o lado de dentro eu venho estabelecendo, um vínculo da inspiração dos dias negros e sombrios.

A aurora anuncia a vinda de outrem, a emoção contida me segue, me prende, desliza em meus devaneios mais inseguros.

Me despeço da razão mútua.

Eu não omito mais minhas frustrações, eu ando de lado para que a vida entre na minha frente.

Não quero mais decifrar antigas palavras, rimas, sorrisos temidos, silêncios roubados e gritos coagidos.

Eu quero o pequeno, o risco do sentir-se, mesmo que remoto seja o sentimento fora da formação da identidade.

Não quero mais reclamar aflições, hoje o dia está parado, entre atos e falhos asfaltos que riem de minha inconstância e divertem-se da minha majestosa sinceridade que não me cabe.

Falar de que?

Para que?

Deste mundo não tenho fechado portas para que os abrigos sejam reservados para os aflitos com o sistema de existência congestionado.

Vivo no pais do verde, aonde as instalações são profundas, e o povo anda faminto pela tal felicidade.

Não me venha com bondade, reciclar piedade não me cabe, eu venho de um outro lado,

Um lado sem fundo, sem beira e sem rumo.

Não tenho pressa de chegar, não tenho medo da dor e da profanação do bem estar.

Já sei sorrir e chorar, contestar e sonhar!

Minhas bagagens quando pesadas, deixo pelo meio do caminho, para novas experiências pela vida carregar.

Aprendi no movimento antropofágico a vomitar até mesmo minhas cicatrizes mais densas e que um dia pensei que eram incuráveis.

Esta falta de cura, adoecia os minhas madrugadas.

Já não vejo e nem sinto pena dos homens favorecidos pelo intelecto, eles voam, assim como eu e nada sei que entendo do que tudo um dia cai para mim no esquecimento.

Eu vivo esquecendo, aprendo algo e no instante seguinte, esqueci de quem eu estava sendo.

Enlouqueço furiosamente, tranco um terço da minha saudade para que eu possa me  prender no fundo e  prazeroso desejo contido de morar longe de mim, para sentir a  mansa vaidade que me rodeia.

Se me destino a sentir a vida, a vida terá que me afogar em tuas ondas de liberdade.

Quem dera! Se o mundo tivesse rodas, se os meus cavalos pudessem andar soltos por onde o sol não se deita.

Aonde as trevas são conciliadas com uma manhã de sol ingênuo.

Ah grande astro, se você soubesse o que por aqui se passa, não nos abandonaria tão rápido.

Mas a noite chega, e com ela também uma sensação de perda, um luto doentio me invade.

Não sei o que me falta, aonde foram parar aqueles meus pedacinhos humildes e tristonhos.

Os pedaços que ainda me restam, unem-se, fazem um balé incrível em minha mente.

Soltam suas substancias loucas, enfurecidas pelo acaso, e montam um panorama do que é estar sendo vivida pelo agora.

Ah se eu fosse poeta, se eu fosse Vivi todo tempo, se eu fosse eu ontem, se eu não esquecesse de me esquecer que já vive tempo demais para pensar somente em morrer...