Não se fala mais sobre o individuo.
Eu, você, nós somos um conjunto de ramificações não identificadas, a identidade morre entre as linhas da imaginação.
Se eu tento descrever um ato natural, eu peco e peco feio, diante da severa forma com que aprecio o mundo com meus olhos encaixados na visão pré – fabricada pelo mundo sólido inconstante.
Não que eu não possa tentar descreve o que acontece aqui fora, mas o que está dentro de mim é um jogo de diferenças simbólicas que, quando vem a tona, transforma-se em um dialogo mudo para quem tentar compreender, isso vale para mim e para você.
De várias maneiras por muitos anos eu tenho tentado captar o que está por detrás das rochas do esquecimento, e digo que, isso não é mera ilusão que brota do meu cotidiano, eu apenas escrevo com felicidade instantânea que logo após visualizo o resultado final, encontro-me angustiada.
Sem saber o porque, eu continuo esta minha busca pelo romantismo e a trilha da novidade que nasce na briga dos opostos.
Minha potência é anônima e dizer que sempre posso vivenciar as coisas que escrevo seria uma fatalidade.
Represento minhas fantasias profundas através de um impulso que nasce do entrelaçamento do meu consciente com o meu inconsciente, este mundo para mim não é revelado, eu sou apenas um canal, uma espécie de passagem, somente isso.
Não fico triste por não mais conseguir diferenciar entre ilusão e o que está sendo realidade, quando aprendi a fundir-las, acabar com os meus conceitos humanos quando posso desempenhar o papel de intermediaria da vida pós – mortal.
Estou oscilante, e a cada linha tento retratar de forma vivida cada pedaço de vida que encontro no mundo, esta é uma tarefa muito difícil, pois, não consigo definir ali naquele instante o que estou sendo e porque estou sendo.
É um jogo de luzes, a minha mentalidade como aprendiz tem me tornado rabugenta a ponto de, eu me cansar com qualquer duvida rasteira que venha de outro que não saiba dizer que como eu não tem certeza daquilo que, lê e escreve.
Não vivo um fato isolado, nem uma vida asquerosa por isso, sei que, muitas pessoas encontram sérios problemas em descrever e conversar com as coisas do mundo interior, seja pela escrita, pintura ou até mesmo pela fala.
Sinto –me faminta, e a minha produção não equivale a tudo que eu me baseio, a minha construção tem buracos, não mais indago minha “persona” por não conseguir ir tão adiante nas representações que tento jogá-las para o mundo.
Muitas vezes tento reconhecer uma estrutura através daquilo que leio, não minto, eu vejo muitas coisas que me agradam e outras já me causam náusea.
Tenho uma perseverança com o mundo novo e seus papeis de individualização, porém, ao contrário das coisas que eu tenho buscado, ainda moram em um lado negro do outro.
Aprendi a ficar no posto de observadora durante todos estes anos, anos curtos eu diria, ainda tenho consciência do que preservo de mais jovem, e meu papel como individuo já me cansa, não estou falando que não mais sou uma forma viva, mas que atingi o ponto 0 da vida, e estou sempre recomeçando de onde minha personalidade quer me agarrar e assim me manter escrava.
Esta voracidade com que jogo as palavras ainda me irrita e profundamente, todas as minhas realizações com o coletivo tem sido amargas, porém, ainda sou cheia de esperanças.
Estou em um processo novo, tentando não mais compreender tudo, relembrando do meu passado, tomando as águas antigas, cochilando com meus atos felizes, exercendo meu papel de mulher que tenta desenrolar a psique.
É difícil, muitas vezes pensei em largar tudo ter uma vida moderna, entrar no caos de vez, mas não consigo, esta não é a vida que a vida escolheu para que eu viva.
Eu tenho deixado que os caminhos se abram, não tenho apanhado nada que venha de fora, deixo-me ser tragada pelo novo sem usar da minha vontade primária para satisfazer-me só na parte do intelecto, eu quero sempre mais...
Hoje, eu não tenho medo da loucura, tristeza ou arrependimento,
Estou a espreita do terceiro mundo, estou tentando ser tomada de vez pela vida!
Nenhum comentário:
Postar um comentário