Existe um lado meu que não fala mais,
Não briga, chora, sorri e multiplica o tédio.
Eu continuo abrindo as portas do entendimento.
Existe um lado meu em que as coisas estão se entrelaçando com força,
Por isso, não consigo ficar estável em nenhuma circunstancia.
Eu tenho visto flores morrerem, e águas rolarem ao contrário.
Tenho suportado o vapor da vida insana, as caldeiras do pensamento estão apitando.
A locomotiva está de volta, com sua velocidade imprópria para menores.
Carrego as lagrimas no peito de uma noite de amor mal propagado.
As algemas estão jogadas no chão, e eu não mais consigo me magoar com facilidade.
O fato é que, tantas vezes eu tentei arrancar de minhas cicatrizes, e foi doloroso ver que o meu passado estava andando sobre a minha imaginação.
De olhos fechados eu monto o quadro da ilusão pós-morte.
Eu ando pintando deitada sobre um sol de 40º graus o meu presente que está congelado.
Ser vulnerável não me pertence mais, e eu sei quando erro, quando peco contra mim mesmo.
As lamurias antigas agora ressoam em mim!
A derradeira vontade de existir me possui, eu sou contemplada pela tragédia do dia-dia.
Eu preciso de mãos grudadas em meu corpo, de uma raiz que não seja forte para quando eu resolva voar.
Eu preciso de tantas coisas, e as coisas andam precisando de um tempo.
Tenho feito uma limpeza consciente na qual, as maneiras com que eu me portava estavam corrompidas, estas, já se foram, exilei de mim um demônio feroz.
Quem pode dizer que vive tudo em um dia?
Um dia se é vivido por tudo, e a contemplação humana deste, me faz querer virar uma deusa.
Talvez um pouco mais rouca, louca, e não cansada de ter esta fragilidade, medo do mundo.
Já enfrentei dragões maiores, mas estes cuspiram fogo sobre a minha existência.
Voltei do inferno com as mãos sujas de lama...
Limbo que me trouxe a reflexão dos dias escuros e foi na escuridão que eu me criei.
Não tenho medo da claridade, teu tenho feito fantasia sobre as coisas pelas quais eu sinto um grande terror.
Este terror todo brota de mim!
Eu vejo as pedras saírem e as cachoeiras enfurecidas correrem em direção as minhas águas futuras.
Não temo qualquer tipo de confronto e ser delicada comigo tem me feito ser auto-confiante.
Eu tenho vivido um inferno, um doce inferno!
Engolindo excesso de saliva, os meus diálogos tem sido simbólicos demais, eu não consigo mais compreender aonde eu estou quando lanço no mundo a minha essência...
Estou prestes a voltar a me perder...
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