quarta-feira, 24 de abril de 2013

::MENOS::


Eu estou sem cor novamente.
As flores começam a murchar, eu vejo o espiral na minha mente.
Fiz um monte de coisas, senti cada uma delas, toquei cada pedaço das minhas trevas.
Eu pude sentir, novamente...
Os passos estão mais curtos e as lágrimas estão congeladas.
Desejo que eu não consiga mais desejar estar tão longe.
Este tipo de dor não passa com uma pílula e nem com um banho gelado.
Sacrificar tudo que se tem para se arriscar a morrer na tragédia.
Era tudo isso que eu queria?
Escapei para algo terrível aonde eu não me importava em sentir este ressentimento.
Tudo está morrendo, eu estou construindo uma nova abertura.
Esta rachadura parece mais profunda e mais cruel.
Minhas mãos estão atadas e agora eu vejo a emoção densa me estrangular.
Não estou preparada, não deste jeito.
Aonde eu desenhei a minha virtude, se torna um grito de desespero em meio a uma multidão surda.
As paredes estão caindo em cima de mim, e eu não quero ficar para ver cada tijolo me soterrar.
Será este um novo abrigo que estou construindo?
Eu preciso acordar, ou realmente eu deva sentir tudo com esta intensidade para me manter viva.
E se esta penalidade for a única coisa que me torne real?
Eu preciso acordar antes da noite acabar.
Porque eu estou ficando sem ar, eu não consigo escolher o que me torna substancial.
Eu preciso sair, antes que meu ultimo suspiro me traga novamente a vida alada...