quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

::A MAQUINA::

O chamado...

Sabe-se pouco da dor, da angústia e do sofrimento que nos cerca.
Por muitos anos eu pensei ter entendido uma lição majestosa.
A lição do aprofundamento da dor existente.
O que é verdade, transcende a maldade.
A maldade, transcende a dignidade.
A dignidade, transcende a virtude.
A virtude abre portas para a saudade do que se está sendo.
E estar sendo é um papel que não é nosso.
Não somos nós quem vivenciamos a vida.
Ela nos vivencia.
Os momentos passam em nós,
As lágrimas são parte de uma glória perdida.
Perder-se na glória é aceitar que depois do fracasso, vem a paz.
E a paz não é duradoura, nada permanece parado.
Tudo move-se para a direção contrária da que vivenciamos.
Porque, a vida carrega seus enigmas para longe do nosso ego.
O mistério brota da unidade, o cósmico transmite os sinais.
Podemos enlouquecer a todo tempo.
E a loucura não tem a ver com a falta de realidade.
A loucura é a própria realidade que não conseguimos viver constantemente.
Vivemos o lapso tempo no agora.
Agora é tempo, o tempo é a máquina.
Máquina de acontecimentos...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

::A vida é tão azeda::

Correndo...


Correr para onde as coisas não venham me maltratar,
Aonde o vento faz com que eu me perca nos redemoinhos.
Dentro de mim, um sentimento de solidão não me deixa dormir.
Estão suspensas as casualidades, os fatos me tornaram mais sensível.
Porque eu escolhi que preciso da dor como companheira, e ela não irá me desapontar.
Eu desmonto as casas que um dia construí com tanto esforço,
Os alicerces estavam apodrecendo e meus sonhos estão fazendo sentido.
Eu ando a mil por hora e tudo que tenho são as bagagens pesadas em minhas costas.
Porque tudo que eu creio que seja real brota da saudade de que um dia eu pude escolher ser feliz.
E eu concretizei até enquanto eu podia, mas não negarei o fracasso que me faz evoluir.
A cidade está parada e eu consigo ver as nuvens aglomerando-se diante da minha cabeça,
E nada mais faz tanto sentido quando, um vazio que me domina a estas horas.
Se você não pode acreditar em tudo que digo,
Eu posso abrir a caixa antiga e deixar que o tempo te revele o quanto tentei te salvar.
Atirei milhares de pedras no rio, e toda aquela movimentação no meu sentimento,
Aquelas falas estranguladas que saiam de mim, não faziam sentido algum,
Até que um dia, fui envolvida pela infelicidade da minha vaidade perdida.
E eu fiquei gélida, estúpida e desalmada.
Voltei do inferno, caminhando entre caminhos tortos, aonde a razão não pode me consumir,
Aonde a culpa não pode me sacanear.
Eu vou arrancar as rosas do meu jardim, e vou me envolver nos ramos e seus espinhos ácidos.
Quero sentir a dor de que um dia experimentei e pude vivenciar as tentativas que eu criei,
Sem medo de morrer a sete palmos, sem medo de ceder aos meus próprios caprichos.
Os olhos estão fechados e minha coluna dói,
Eu tenho uma flecha atravessando o meu peito!
O meu sangue é comum, não tem segredo, mas eu insisto que não consigo mais fingir que não posso sentir esta pressão que sai dos batimentos cardíacos meus, que estão ficando cada vez mais fracos.
E se eu respiro é porque eu choro, e esta ladainha me abre para o novo.
O infinito da dor... a angústia, ela quem me consome neste momento,
É ela que mistura os meus sentidos, insiste nos meus instintos...eu volto a ser primitiva...
Porque eu sofro, e sofrer tem sido áspero e cruel.
E eu tenho nojo do costume da mania, dos atos falhos, insônias suspeitas da minha ironia.
“tenho medo que o sofrimento tome conta do meu corpo.
Não é orgulho nem tristeza a vida é tão azeda.
E isso pode dar uma tragédia,
Me desculpe por não ter lhe dado atenção, são cicatrizes.
São veias que estouram para viver com asas...”

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

::ASAS::

Eu abro a minhamente para as coisas novas...

Tudo que eu tenho perdido é quase uma luta que eu tento não encarar.

Não posso ficar muito tempo jogando contra as coisas que perdi.

Eu rabisco as minhas fantasias e eu estou perindo idéias de fraqueza todo tempo.

Ando pregando meus ossos na terra a todo instante,

E minha cabeça dói só de pensar em solucionar os meus problemas.

Estou irritada com o outro mundo, e minha relação pessoal está perturbada.

O negro passou diante de meus olhos e me contaminou.

Não por agora eu prefiro ficar em silêncio, não consigo me comunicar com ninguém.

O vazio me devorou de uma vez só.

Estou abrindo as portas e fechando meus outros pensamentos claros.

A realidade tem sido tão transparente, e eu ando tão timida.

O antigo verbo não serve mais para os dias de solidão.

Profanei o espirito livre, vivi uma liberdade racional demais.

Um monte de consequencias que me deixaram tonta.

Se eu tentar narrar, eu vou contaminar as coisas que eu venho sentido,

Sinto uma certa estupidez dizendo que eu vou me afogar no meu proprio sangue...

A frustração me trás um caminho,uma abertura, um novo sentido de vida.

::PECADO::

Suor, sussurro e saliva.
Eu vou virar o seu corpo aos avessos com a ponta dos meus dedos.
Vou transbordar a sua libido.
Vou denunciar as suas fraquezas.
Vou fazer o mundo ouvir os seus gemidos.

Eu vou respirar fundo com o ar que sai dos seus pulmões,
Enquanto eu empurro o seu abdômen contra o meu.
Vou dedilhar a sua pele íntima para desdobrar os seus sentidos.
Escravizar a sua sede de amor, rasgando a sua voracidade através dos seus ouvidos.

Vou trancar sua liberdade no meu tórax,
Estilhaçar os seus olhos com a ponta dos meus cílios.
Quando você perder o fôlego, quero ressuscitá-la através dos seus sonhos eróticos reprimidos.
Vou usar o seu peito como abrigo para o meu vício infantil,
Vou cortá-la ao meio para que você saiba que estava inteira comigo.

Vou te arrastar pela cama, como se fosse conduzi-la para inferno.
Salivar em seu ventre, para demonstrar o meu paladar aguçado e atrevido.
Você não vai pode escapar, estará presa em minhas pernas,
Em meus braços seus braços serão amarrados e exprimidos.

Eu vou te deixar em transe.
Vou roubar sua sanidade com a minha loucura sexual,
Vou te transformar em uma menina com a mente pervertida.
Vou beber seu suor através dos poros do meu corpo,
Vou te seduzir até que seu prazer seja completamente por mim consumido.
Serei sua vingança, sua amante, sua mentira, sua culpa e sua perversão feminina!
Serei cada membro seu conduzido pelo meu instinto.
Arrancarei seus medos, quando seu corpo estiver trêmulo e sem vitalidade.
Serei seu liquido sagrado deslizando entre suas pernas,
Debruçarei sobre suas fendas com meus lábios úmidos pelo gosto que vem do seu pecado.
E em suas veias correrei ao contrário,
Até que você não possa mais sustentar o próprio peso do seu suplício.