terça-feira, 14 de dezembro de 2010

::Arvore surda::

Era uma voz noturna,

Sussurrando em meus ouvidos uma tempestade de palavras.

Delicadas sementes saiam de meus olhos.

Eu chorava, lançava em meu rosto pétalas negras.

Um sofrimento infeliz, que me deixava perto da felicidade.

Se eu não tive um só momento de solidão neste dia,

Ali eu estava na companhia de uma árvore surda e muda.

Como nunca acredite, aqueles acordes iam se formando,

Conforme o vento assoprava a melodia da melancolia.

Dia que não irradia, noite que me sacia.

Pele macia, assim era a gentil forma da minha outra camada.

A camada externa, sanguinolenta, violada pelos sentidos ocultos do universo.

Pelos cantos, florescem videiras cheias de raiva,

As esperanças de um tecido que se forma através dos passos longos da liberdade.

Era tudo, em nada que eu podia não narrar, mas eu tentava.

Então ensurdeci, enlouqueci com meus próprios gemidos.

Estava eu desejando demais a liberdade?

Não, eu estava apenas em um dia cinza...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

::Paralisia Local::

Arranque toda minha pele, tente encontrar o sentido da minha tristeza.

Eu ando me sentindo perdida, como se algo se aproximasse de mim,

E quisesse tudo que eu tenho, e então eu me coloco a justificar o resto que construi.

Todas as coisas choram, a liberdade tem ficado estreita perto das salvações.

Justamente quando a serenidade quer se acolher nos meus braços,

Eu me sinto fraca e puxo com força minha agressividade.

Correr para onde, os laços estão rompidos.

É grave, não tem como escapar.

A chave está do lado de dentro.

Vou mergulhar no abismo e sentir aquela chuva me destruir.

Tento me concentrar, e o que eu penso é futuro ou passado.

O agora não aparece, eu não consigo decifrá-lo.

Tento me concentrar, e tudo que eu consigo, náusea.

Você sente o frio que vem de mim?

As conseqüências são gigantes e eu me fecho.

Não é uma brincadeira, os ânimos estão desgastados,

Sorrir é um veneno para mim.

Sinto, sinto que nada mais pode me salvar,

Sou surpreendida por nostálgicos finais de tarde.

Toda vez que eu olho no espelho, eu vejo uma faixa negra no meu rosto.

O cavalo se aproxima e eu sei que ele quer ver como eu me saio montada no meu destino.

E eu não vou, simplesmente eu levo um tombo atrás do outro.

Então, eu persisto!

Envolvida por uma dor ancestral, e a realização vem do meu ego.

Deste jeito eu vou arrancando as minhas defesas,

Sem lágrimas, eu vou caindo...caindo... até o fundo da minha alma.

Rastejando, e como se meu corpo não tivesse peso,

Os meus joelhos já não sei dobrar para suplicar.

Ninguém neste deserto sobreviveu nos meus sonhos.

O inferno inflama minhas saudades.

Me dê um tempo, eu preciso ir até aonde eu não tenha medo de voltar.

E a volta é sempre trágica e estranha.

Então, esquecer que respiro é só um detalhe.

Eu vou me deixar, como uma pena sobre uma nuvem no oceano...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

::Dialogos Obscuros::

Que sonolência estranha é essa?

Parece que existe alguma coisa querendo que eu saia deste mundo.

O outro é desastroso,porém não tem nada de caótico.

Lá o ventre jorra veneno.

Não consigo achar um pedaço de mim.

Algo maior se aproxima, é como se eu pudesse a qualquer momento ser soterrada.

É terra firme, grossa, ingênua, aonde as tempestades fazem suas moradas.

Aonde os ventos fazem curvas e amassam os olhos úmidos e doentes.

São buracos gigantes, portas entre abertas, muros esburacados é a morte.

A cama não está feita, e as figuras agora conversam comigo.

Elas narram suas misérias mais profundas e me fazem rir com toda aquela falsa alegria.

Eu tenho medo, mas medo de que?

Pode ser de quem, de mim?

Ora, se isso não me valesse noites a fora pensando em como eu posso vir-a-ser eu acreditaria.

E acredito, fielmente.

Não é medo deste mundo, talvez, nem do outro e nem dos outros que me cercam.

É medo de uma água rasa que coloco os pés, ela é um rio de ponta cabeça.

Não é da profundidade que eu desconfio.

É de quando eu sair dela, o que eu vou encontrar na margem a me espreitar...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

::FATOR::

A outra metade pode não ter uma saída.

Uma pequena parte de mim, um outro gênero de experiência substancial desqualificada.

São sonhos, aberturas inconscientes.

Uma volta por cima de um espírito inerte.

Misturei tudo, uma escuridão por onde caminho a dias.

Todos os destinos estão cruzados, não posso tentar escapar.

Fugir é remediar o que eu tenho certeza que acontecerá.

É fato, o fator é exato.

Inato, bolhas de água, estou de cabeça para baixo.

Negando as intuições, enferma, os cristais estão rachando.

As partículas estão chegando.

Não adianta correr, a distância me aproxima do meu self.

Aqui eu sou, lá não estou.

Aonde os mundos se conectam.

Preciso voltar a dizer que eu posso sempre estar um pouco mais feroz do que fui ontem.

A minha existência é uma penitência por causa da minha excessiva demência.

Se eu contar, eu narro algo trágico, se eu calar, eu silencio o meu fator isolado.

Estou com meu piloto automático desligado...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

::O grande conjunto::

É um novo plano.

E o ataque vem de cima, da onde o meu teto está caindo.

A vida é estranha e eu sei que não dá para querer quebrar tudo de uma vez.

Venenoso, sangue violento, famosa dica de uma nova fórmula de destruição.

Pronto ou não o mundo está de ponta-cabeça.

Um lunático com uma luz verde, a luz vermelha ficou presa no farol.

Luta que equivale a 200 quilos é uma mente acesa eu posso ver o sinal brotar da terra.

Megalomaníaca ou não, a idéia da nova versão de mim vem do abismo.

Comendo os biscoitos enfeitiçados, as letras serão alteradas.

Não tem como para tudo isso, é um som infernal.

Alguma coisa está fora do lugar, e eu sei que posso colocar fé nas mensagens que vem de mim.

Pego um trem carregado de tristeza, estou terrificada.

Pessoas correndo, um sangue intoxicado está sendo dividido entre mil e uma pessoas.

Está tudo lotado, então a via mais acessível para escapar, é a morte.

Um prato frio, palavra vulgar distribuída de forma irregular.

Vou pular da ponta do penhasco, a água é gelada e eu tenho certeza que a dor será menor desta vez.

Idiotice ou não, estou de volta a vida.

Juntando cacos, conservando o bem estar, e eu estou falando de tudo ao mesmo tempo e não consigo construir algo legítimo.

Se eu perder o controle, eu sinto que a altura da minha imaginação chega ao topo.

Então, se não conseguir compreender tudo, eu fico até feliz.

Já montei um plano, risquei a parede toda, e agora estou enrolando para finalizar.

E então uma voz no fim do túnel me chama para conversar.

Isso pode ser um pouco folk demais, ou uma agressividade se faz mal compreendida.

Porque algumas vezes eu tentei me explicar demais, tive pretensão de sobra,

Mas a mesa virou e eu estou do lado de fora, vendo os cachorros montarem em seus donos.

Eu não digo que alguém caiu do outro lado da rua, eu estava em alta velocidade.

Então posso suprir algumas coisas e em outras ser totalmente egoísta.

Mas o que eu não quero resumir, eu vomito.

Porque a vida pode até ser radical demais, mas eu vou suavemente deslizando nas minhas memórias.

Não existem vitimas, e os que puxam os gatilhos estão suados feito porcos suicidas.

Esperando que uma ordem seja dada.

E quer saber, não tem preço, o valor dado para cada um é menor que a possibilidade deles atirarem na própria cabeça.

Se isso for uma briga consciente, então eu estou montada em um cavalo sem asas.

Pulando de um lado para outro, procurando um buraco para enterrar minha ansiedade.

Estou com as costas doloridas, tudo está confusa.

Porque quando acordo de manhã, sinto uma dor na cabeça, e então estou escrevendo de novo.

Não tem nada de velho, as desculpas dizem sempre a mesma coisa, mudando o trajeto verdadeiro das conseqüências.

Então, se o ônibus atrasar eu vou correr atrás de tudo que perdi um dia.

Não tenho pouco tempo, mas odeio ficar parada personalizando simplesmente o que tenho como propriedade.

A minha prioridade é fazer tudo dentro de mim, explodir...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

::SEM FIM::

É vento, chuva e fumaça.

A noite me parte ao meio,

Não existe segredo sem medo.

O medo vem da descontração do céu e da terra.

É o som que sai de mim.

Um tipo de som que mata e fere, mas cura e salva.

É cômico e trágico, é vivo!

Vivido em cada rompimento, sentimento de descontentamento.

É ferro que arde, fogo que queima e se espalha.

É palha que voa com a tempestade.

Coisa de bem, nasce da pura maldade.

Vaidade, senso de sinceridade, bondade alojada no negativo.

Positivo quando vicia, inicia um ciclo vital.

Mortal quando se torna banal.

É água que desce com força da cachoeira.

Som da mata, floresta negra, mergulho no infinito.

Falta de ar, concentração e a fala do inconsciente.

Ele não mente, só omite, na hora certa se revela.

Me ascende nos quatro cantos.

Em prantos não perco minha lealdade.

É realidade que se esconde debaixo das asas do dragão.

É melancolia pura, cheiro de honra.

Desonra que afronta a si mesmo,

Descobre que no fundo, esteve brincando com a própria saudade.

Saudosa de mim!

Que viajo sem medo de chegar no fim...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

::Fogo no céu::

Fogo no céu!

A morte é uma calúnia para os sobreviventes do atentado a vida.

Tulipas e rosas, um cheiro de amargo toma o ar.

Abra os braços, a solidão restaura o amor que anda de cavalos descalços.

Cavalgando por ai, não sabe se vai, ou se fica.

Volta quando o sol não é mais capaz de aquecê-lo.

O quente ardor da angústia é tentador.

É frio, sempre congela o coração abalado.

Cinzas, pétalas choronas, faíscas ranzinzas.

Dorme enquanto some de si.

Em si, acorda sorrindo com lágrimas no colo.

É inverno!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

::Movimento vermelho::

Não cabe em mim.

Nem mesmo ajustando bem forte, ainda assim, não vai!

Um empurrão e lá estou eu novamente andando na corda, o abismo!

Me perco entre sonhos e realidades paralelas, entre os mundos aonde reconheço meus medos e vaidades.

Nesta cidade sem muros, aonde a perseverança não morre e o cheiro de morte não existe.

Aonde a minha fala é sinfonia e os lenços são pintados de vermelho sangue.

Por tanto, me perco aonde existem cinzas.

O pó entra em meu nariz, aspiro o que já fui um dia, transpirando o odor do cansaço.

Visto meu casado de pele, pele marcada feito boi.

Aqui não dói, é tudo uma questão de tempo, movimento antropofágico!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

:: Porta de escape::

É para dentro que as coisas correm.

E lá ficam, fabricando armadilhas inconscientes..

Não existe porta de escape, existe o cara a cara com a própria realidade.

Porque, se eu contar os pontos eu saio perdendo.

Servindo a uma rainha interna que sempre quer me deixar para baixo.

Eu fecho a boca para que ninguém saiba o quanto eu ando desapontada com tudo que tenho construído...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

::SOBRE O SOL QUE NÃO NASCE::

Eu sei, as vezes tudo é um pouco mais difícil porque eu não costumo deixar que a simplicidade me invada.

E o silêncio faz crescer em mim raízes, negras, suculentas e dolorosas.

O tempo não para de correr e minhas pernas já estão gastas demais para avançar conforme a ampulheta da vida.

Estou construindo um castelo, ele é longe da civilização, ali algumas coisas morrem, eu não.

Os anos vão se passando, e sinto uma necessidade estranha de estar sempre cogitando tudo que tenho e a falta do que não tenho, nunca me incomodou.

É preciso muito, friamente uma dose alta para me incomodar.

Os cômodos estão girando e a toalha ainda está molhada, o meu suor na madrugada, cheira a um campo cheio de flores precisando de água.

Toda vez que eu percebo que alguma coisa vem surgindo em minha direção, viro de costas, e sinto passar por mim um aroma delicado de saudade, e no outro instante, já me perdi neste cheiro azedo de pouca vaidade.

Mármores gelados, sinto como se cada parte do meu corpo estivesse enrijecida, algumas vezes eu penso, penso e só penso, e não consigo deixar de levitar.

Eu viro um balão, cheia de movimento, com uma corda frágil que me prende ao chão.

Quando me puxam, vejo a força que tenho e minha fraqueza é alimento para esta minha falta de terra.

Eu deveria sumir, por um momento inteiro e voltar refeita, não, pensar assim só trás de volta um sentimento de angústia estranho.

Uma melodia atormentadora se forma em mim, uma sinfonia me destrói, sinto as cordas arranharem minha pele, estou envolvida pela mesma música por milênios.

Milênios são segundos, e depois disso, vem àquela famosa queda.

Daquelas de ranger os dentes, me ofereço às cicatrizes, sou drama, perdi o controle da fala.

Agora eu sussurro!

Não sei, acho que eu deveria aprender a falar.

Falar de verdade, sem cochichar, me fazer nítida mesmo quando eu estiver a ponto de derramar todas as lágrimas possíveis, ali, eu seria um pouco infeliz.

Ser feliz é questão de estar, onde eu estou?

As veias entram e saem do meu corpo, a todo tempo.

Não posso resgatar alguma coisa falta, ela volta quando quer me ter por um belo instante.

Sou eu, eu quero me ter por um belo instante.

Mesmo que de costas para tudo, eu estou ali.

Ou ao menos penso que estive...

Não sei se ando triste demais, ou se a felicidade pode ser uma opção.

Optar pelo que?

Aonde começa a felicidade?

E se faz tanto bem, porque vai embora e bate a porta e volta quando quer?

Tanto faz, fez, farei de novo, perderei a vontade de existir como não quero, serei intuição forte.

Sem martírios... Só esta noite, por agora sou eu!

E isso já não me fascina mais.

Enjoei de mim de novo e agora?

Renascerei das cinzas e assoprarei as velas e deitarei no meu túmulo, depois, me cobrirei de terra azul, nomearei a mim mesma de solidão...

sábado, 17 de julho de 2010

::Sem Sol::

Caminhando aonde os limites não existem.

Aonde o fraco esconde a força no sangue.

As pessoas estão andando devagar,

Eu posso ver as lágrimas escorrerem para dentro com violência.

Tudo já está sendo cobrado,

E a dor vai se sentar na porta dos vaidosos.

Lá dentro as coisas são diferentes, elas não deixam de gritar...

terça-feira, 13 de julho de 2010

::Demanda::

Eu quero uma sandália calada, que não seja capaz de contar os meus passos.

A cidade agora está encantada...

Os prédios estão destorcidos, para onde eu vou caminhar?

Então agora não tem prosa, a demanda da morte é longa,

E o relógio grita sem parar, é hora da rosa chorar...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

::Linhagem ancestral::

Estado de vigília, a transformação do inconsciente.

É a abertura, as exteriorizações se comunicando por vias perigosas.

Respondem sem perguntas, perguntas especificas desconsideram toda minha experiência.

Está em tudo que vejo, a essência do que não percebo, reação humana.

Individualizada na própria carne física abatida pelo sofrimento sensorial.

Vibra o ar, a imaginação ativa, objetos lançados pelas entidades internas.

Movimentos, reflexões sobre o estar em outros lugares.

Meu processo, outros fenômenos, percepção desajustada.

Não existe significado para tudo, é uma névoa, uma lua que se esconde dentro da luminosidade.

Sonho, ensina-me, dê orientação a as estas feridas que não secam.

Feridas que não falam, ensurdecidas pela minha fúria constante.

Esta intuição introvertida me irrita.

Me arranca as solas dos pés e me enrijece.

Eu quero debruçar a beira do abismo e poder contemplar as minhas simbólicas plenitudes.

Não penso porque não me alimento de segurança quanto a minha vida.

A minha vida, é uma roda... Moiras...

É o devir antes do agir, furiosamente desgastada pelo cansaço matinal.

Talvez eu chegue um pouco antes...

Antes de ser eu, de quem fui, de quem virei a –ser .

Antes que a morte rompa os vínculos afetivos ancestrais, estarei longe.

Perto de um infinito, um lugar grande... espírito.

Ninguém tem culpa, esta foi minha última descoberta.

Talvez, tarde demais, eram oito da noite e eu estava desorientada...

terça-feira, 22 de junho de 2010

::Jurada::

Alguém está batendo na porta?

Eu estou enganada novamente...

O frio lá fora é perigoso e em mim as flores já voltaram a nascer.

Vou colher algo, a noite está tensa e eu não sei o que fazer.

Andando de um lado para o outro, permanecendo em círculos,

Dentro, para dentro novamente.

Estas confusões todas, ilusões que me vivenciam.

O tempo está passando e alguma coisa vai morrer novamente.

Eu conto até três e minha respiração não consegue me acalmar.

Pertenço a uma espécie de melancolia que me acolhe das pessoas que não conseguem me ver.

Que conflito é este que está andando dentro de mim?

As ruas parecem rios...largos e tranqüilos demais.

A calmaria me trás algo que me embriaga.

Volto para dentro, tudo aqui fora é extremamente familiar demais.

Envelhecer ainda está longe e a minha luta maior é continuar tudo isso sem desistir.

O que acontece quando não posso pendurar minhas tristezas no armário é,

Uma demonstração de piedade para com a alma que destruí um dia.

Tenho esperanças, e o rio fica vermelho...

O céu agora está cinza e as nuvens estão me perseguindo.

Venho peregrinando por um trajeto doloroso e cheio de perigo.

Será que alguma vez eu pude vivenciar as coisas antes delas se quebrarem na minha mente?

Este é aquele cheiro de azedo que eu sempre detestei.

Um cheiro que me lembra um vazio pelo qual eu tenho permanecido inerte em muitos aspectos.

Eu choro quando entro para dentro de mim e vejo que não posso mudar muitas coisas.

Meus ossos doem, minha carne pega fogo, eu estou dentro de um túmulo cheio de mágoas.

Muitas vezes não sei diferenciar o que é real das minhas imaginações.

E ficar em silêncio faz com que minhas cicatrizes aumentem...

Não tem culpados, e nem cúmplices, é tudo meu.

Para dentro, aonde as coisas voltam, para onde eu tenho medo de ir e sempre acabo ficando por muito tempo.

Porque agora que ando me abrigando em sinfonias misteriosas ... vejo o vento trazendo memórias ruins.

E se eu pudesse compartilhar isso tudo... eu morreria duas vezes!

Tenho meu jogo sujo, e as pistas estão se apagando.

Também sei que as coisas estão fora do lugar, e alguém pode me afogar em lágrimas.

Isso é relativo!

Se eu contar um, dois, tudo volta ao normal.

Um monstro bloqueia minha visão, agora eu vejo meus complexos no mundo.

Eu armo uma conspiração, estou tentando não ser negativa.

A névoa se aproxima e eu preciso despistar aquelas lembranças, e eu não vou ficar para ver o sol me denunciar.

Estou a três passos do inferno, rasgando os últimos trapos que me restam.

A sete palmos eu vou dormir como uma doença impetuosa.

Ainda não aprendi a vingança e meus inimigos são pessoas que não existem mais...

Eles apenas sussurram suas verdades, jogam em mim suas necessidades e eu permaneço sonâmbula.

Ouvi um tiro no céu, uma abertura de uma mulher que vai para os confins do universo buscar a saudade de si.

Estou fechada... de novo para dentro...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

::Sindrome do nunca vivio::

Vivo a síndrome do nunca vivido.

Pés e mãos torcidos, uma gigantesca ala de mascarados se aproxima.

Não respeito o que vem de mim, é difícil ser conduzida pela desconfiança.

É o que se deita, o que descansa nos meus tumultos internos.

Ouço passo, são pulsos atravessados, uma fúria do que eu fui,

É um momento resgatado do passado.

É assim,uma resistência inútil, rochedo de quem nunca quis ser amada.

Assim nasce o retrato falado.

Aquele que não fala, que abusa da vontade alheia.

Tem um ritmo simples, mas acompanha uma melodia erudita bem tocada.

Ou então, quando tudo parar de vez,

Estarei de pés para o alto.

Solta no descaso desta cidade congelada.

Eu não me desintegro, quero ser consumada, a finada.

Venho do principio do precipício , tudo venta, tudo vai cair.

A inveja quer derrubar tudo.

Estou no meu posto de vigia, irradiando uma nostalgia de portas abertas.

Um largo sorriso miserável e visceral.

Sou uma concha, feita de de retalhos...

::Tarde Irlandesa::

Pele prata, rasgada pela areia.

Nuvem chata, chove chuva porque o sol me chateia.

Vou lá fora, a tarde inteira irlandesa.

Vou beber o sangue, o resto da praia que me sobra.

Até onde vai minha vista?

O sufoco do surfista.

Branco e negro, posto nobre nas nove meia, tudo apaga.

Tudo ascende e a luz é solitária, solidária com quem a noite passeia.

Um grão, vem a saudade, a angústia meu corpo tateia.

Vem do céu, desce diretamente na porta da minha casa,

Estou iludida pelo que me resta, vou ouvir o grito da sereia.

É pedra em fogo, o estojo de canetas vermelhas.

Virtude que em mim brota, sensação de que serei aberta por inteira...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

::Outro?::

Alguma coisa não me deixa pensar direito.

Quando eu começo um pensamento ele se funde com algo maior do que minha consciência.

Sinto minha pele ser rasgada no meio.

Vem aquela sensação quase arrebatadora de que as coisas vão entrar no lugar, e de repente, eu estou no vazio de novo.

E este vazio não fala comigo, as coisas estão de ponta cabeça, a voz maior é a que sai de mim, um grito estrangulado me engole em um só gole.

É tarde ainda, e meus devaneios parecem querer me matar.

Eu sou presa por uma terrível aflição de que, alguém pode estar escondida dentro de mim, e isso me humilha.

As velas estão sendo apagadas e o vento entra dentro de mim através das minhas narinas, é uma confusão com um cheiro de constrangimento fortíssimo.

Aumentando a minha sensibilidade eu poderia flutuar, mas existem grades por todos os lados e meus pés estão presos com corrente nos pés da minha cama...

terça-feira, 8 de junho de 2010

::LARANJA::

E quando nada mais fazia sentido.... uma luz se apagou.

E naquele instante eu não tinha medo algum, era uma coisa, vinda de um lugar dentro de mim. Vinha e saia. Rapidamente.

Não, não posso conter tudo isso e contar seria desmistificar tudo que eu senti, mas, uma sombra maior formou-se diante de meus olhos.

Era um céu misturado com um chão cinza, uma névoa estrangeira, uma busca aflita de quem eu estava sendo.

Eu fui!

Para longe, aonde as coisas não se movem repetitivamente, elas duram, mas morrem.

Lentamente fui observando que meus passos agora eram mais curtos, senti que meus braços poderiam abraçar o mundo, bem, isso caso fosse, se mundo eu tivesse.

Mercúrio puro, um cheiro misturado com flor e azeite, uma bolha de sabão entrando em minhas pupilas, era mágica.

Era real, abismal, abominável para minha mãe, era gigante, mas não era gente.

Gente inocente, sempre que penso neles, não existe pensamento que me invente.

Cara ou coroa?

Não tinha moeda, era tudo suspenso, sem perninhas e saltos.

Sem receios...

Ai que angústia me dá pensar nos meus anos dourados, se bem que, de dourados não tinham nada, eram de prata, mata lobisomem, assusta anjo enquanto os demônios dormem.

Eclipse solar, no meu coração também tinha, habitava um silêncio daqueles que se alguém não me tocasse, eu ficaria para sempre presa naquele instante.

Prisão, calabouço, uma conspiração íntima, tudo parecia acontecer em fração de segundo, mas era demorado e amargo.

Eu vi ondas, tons alaranjados descendo as paredes do meu quarto.

Senti minha língua ácida, áspera quase vulgar.

Cuspi minha própria ignorância, aprendi a me tolerar...

terça-feira, 1 de junho de 2010

::Nova::

É busca, nova, mistério aberto!

Crise no sentimento fechado.

Desabrocha o tecido da vida.

O frio congela o instante.

O vivido presencia o agora.

A notícia desprende o acaso.

Sensação de sonolência.

O ataque do sensível, a esperteza do singelo.

O apocaliptico do desvelar.

Arrepende-se ou supreende-se.

Apreende-se enriquecendo.

É palavra que não é dada.

É a linguagem que não é falada.

Silêncio!

Desastre e compaixão.

Morte e ressurreição!

É matéria...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

::Efeito da falsa ordem::

Mais um dia...

E hoje eu prestei atenção nas coisas que moram dentro de mim.

Eu vi algumas delas fora do lugar e não consegui colocá-las para fora.

Percebi um sombra que me persegue, um rastro , como uma névoa.

Estou queimando meus últimos dias de glória, porque eu sei que,

Se eu sorrir eu vou me tornar um pouco mais cínica e o que eu pressinto é algo menor.

Aonde eu puder colocar meus sentimentos eu vou me alojar de corpo e alma.

Dúvidas e o sol desaparece diante de meus olhos, abortando a minha esperança.

Eu tenho uma nova saída, e esta é daquelas que não se pode voltar quando se quer.

Eu sai de dentro de um estágio pragmático e agora estou tentando treinar minha liberdade.

Sentindo o cheiro da manhã como se fosse o meu último dia de solidão.

Mas alguma coisa não está certa!

As coisas estão fora de mim eu sinto, elas vem se aproximando lentamente.

E não tenho para onde correr, me sinto um verme, encapsulada em um corpo,

Sentindo o aroma do veneno todas as noites.

Eu tenho que afundar, para mais longe aonde as conseqüências me deixem em paz.

As luzes estão se apagando e eu aqui sentada nesta cadeira,

Tentando imortalizar um momento pelo qual não posso deixar de sobreviver reescrevendo meus danos....

quinta-feira, 20 de maio de 2010

::Ruina::

Eu estou pronta!

Sentindo as coisas passarem sob minha pele.

Os meus músculos estão aguardando a grande explosão.

Eu tenho os olhos voltados para a caverna.

O que é oculto vem e vai e eu estou apreendendo a fazer fogo brotar em minha vida.

A estrada é longa e eu não posso desistir,

Estou entre as coisas que tenho remorso, eu sou o pedaço que me falta.

Jogada em uma esquina do esquecimento.

Quando me lembro de quem eu sou, eu fico em ruínas....

segunda-feira, 17 de maio de 2010

::Era dito::

Eu vi alguns loucos , viajando através do tempo...

Quem enlouquecer e aprender a viver e a ler os sinais no escuro, estaram salvos da própria ignorância.

Porque, toda vez que eu tento entender as coisas, as coisas me abandonam. Elas vão e voltam a ser as coisas no mesmo lugar, somente mudam suas lembranças, as minhas, de quem eu fui e era naquele instante.

O vulcão da vida entra em erupção!

O que é dito não se é pensado.

O pensado não pode ser dito com voracidade.

O pensar vem, através do silêncio contido!

terça-feira, 11 de maio de 2010

::Passando...::

Eu não consigo ficar mais quieta, tudo em mim faz um grande estrondo.

Fique, me ensine a falar de novo, minhas palavras são explosivas.

Minha boca agora é um vulcão.

Estou implodindo de novo.

E o caminho parece estreito.

A liberdade é ingrata e eu sou amarga.

Mas estou tentando ouvir o que vem de fora.

Andando dentro aqui dentro, as coisas vão e voltam...aqui dentro.

Estou confusa e minhas ilusões estão presentes até mesmo nas janelas sem paisagens...

As pessoas ficam conversando comigo e eu não quero escutar nada.

Estou falando, sente-se eu tenho uma nova visão.

Quero não ver mais nada...nem sentir este dia frio que tanto amo.

Minha pele está congelada e meus dedos estão prontos para serem rachados ao meio...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

...um rastro de silêncio é a marca mais profunda de alguém ferido...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

:::Para dentro:::

É possível que alguém não te veja ai dentro.

Você anda se escondendo atrás das neblinas,

Elas são geladas e úmidas como seus olhos.

Eu sei o quanto é difícil, eu tento me desvencilhar das coisas dentro de mim,

É perigoso, muito perigoso, pode matar.

Me escute, a vida está novamente nos chamando para aquele lugar escuro,

Aonde estamos sempre de mãos atadas e com um coração cheio de remorso.

As nuvens estão cada vez mais baixas, e estou quase ficando muda.

Os seus ouvidos vão tapar quando eu quiser falar, tudo aqui é ao contrário.

De a volta, fique ai dentro.

Por mais que você tente não se iludir, algo está tentando te puxar para isso.

Não podemos deixar de nos confrontarmos com esta morte.

Ela anda de cavalo e ele carrega nossas asas para onde ela quer.

Este breu todo vem da nossa respiração, inspire e sentirá o cheiro do meu medo.

Pessoas como nós, confundem a insanidade com os passos da perdição.

Não se machuque novamente, o nosso tempo anda tão escasso.

Não deixe de ficar dentro, ai aonde você conhece as paredes verdes,

Aonde os campos não existem, e as árvores são sombrias e emotivas.

Ligue a luz se preferir, você pode sentir que estamos ficando longe daqui?

Volta, não fique ai por muito tempo, seus lábios estão roxos e sua expressão me causa terror.

Pode andar de costas se preferir, vai cair sempre no mesmo lugar,

Eu já disse, ai o perigo é nosso pior guia, e nós vamos enlouquecer com o brilho do sol.

Eu vou te acolher, pode ficar comigo até que a lua se esconda de nossos olhos.

É confuso e quando mais cavamos, mais estamos expostos a isso tudo com intensidade.

Vou desmontar aquele castelo de areia, você vai ver, lá também existe algo oco.

Pessoas como nós, vivem uma leveza estranhamente rompida por um segundo de melancolia.

O tempo está contra tudo, menos contra nossa vontade interior.

Se aqueça, em meus braços você pode ficar sem medo,

Eu vou pressentir quando você puder sair sem receio da loucura,

Ela nos toma, nos governa, mas é como um antigo membro da família, aquele que você tenta esquecer, mas que carrega a sua origem.

Não chora deste jeito, eu não posso suportar o peso das suas lágrimas.

O que eu posso fazer é deixar que elas caiam rapidamente de onde vieram.

Veja, as estrelas tem um brilho diferente agora,

Um brilho que um dia você apagou da sua mente e preferiu a escuridão.

Isso que te conforta, parece real, mas é um personagem em um baile de máscaras.

Levanta, caminha comigo, estamos aonde realmente não queríamos estar.

No meio do tempo perdido, aonde nossas ilusões são premonições,

Aonde tudo existe e desaparece em seguida,

Aonde podemos encher rios de lágrimas sem nos lamentarmos pelo que estamos fazendo...

terça-feira, 6 de abril de 2010

::Barbante::

Se não dança samba, dance para mim os passos da sua solidão.

E se eu delirar com a ponta dos seus pés no meu ouvido,

Saiba que estarei morrendo de desejo imaginando o seu ombro encostado no meu ventre.

Inquieta, já sabe que alguma hora, eu irei partir.

Partir o nosso coração bem aventurado, dotado de dor e de amor ao mesmo tempo.

Ali estarei presente, em seus desenhos estuprados pelas palavras amargas que brotam do seu útero efêmero.

Ó dolorosa mulher que carrega nos seus lábios todo veneno da humanidade.

Eco divino, encenando um adeus sem partida.

Vai bruscamente penetrando nas entranhas das minhas linhas.

Nada me favorece, nem mesmo o silêncio seu deixa de me provocar arrepios.

Nem mesmo todas as coisas que você aprendeu a odiar em mim, faz de minha pessoa infeliz.

Meu peito é fortaleza para as suas dores externas,

Minhas costas são escombros da sua antiga janela da vida.

Ali, você observava o mundo que nunca teve medo de explorar.

Honra-me justamente com o seu corpo, matrimonio da minha juventude.

Estou ficando velha demais para não lhe querer todos os instantes.

Não me atrevo a dizer que algumas coisas suas, não são minhas também.

Sou fruto da sua discordância com a realidade, o seu frio sem pensar no fogo que em mim arde.

Labaredas, cinzas, uma parede manchada com as marcas das suas mãos, agora estão voando para o teto.

Esta falta de claridade na sua visão me fascina.

Sinto o gosto amargo do mar que se forma na sua boca, quando suas lágrimas eu faço derramar.

Gentil, cordial e frágil, cheia de segredos, uma espécie rara, que não sei como catalogar.

Me perdoe a ignorância e a falta do que falar.

Neste momento tenho apenas linhas para tentar lhe agradar.

Mas saiba que, ao cair da noite, quando as estrelas apontam para o leste,

Estou eu a lhe esperar.

Aflita, com os olhos abertos, a lua vai me mostrando os seus rastros.

Nestes fleches intensos, passo madrugas a lhe vigiar.

Fala que sou louca, insana, fora de mim, que eu reajo com um sorriso que não te sustentará.

Porque seu eu chorar, o meu choro é capaz de te afogar.

Deite, bem devagar nos meus braços, neles , somente neles, que você poderá descansar.

Se quiser fugir, nem pensar, eu estarei por todo este mundo penando para lhe encontrar...

sexta-feira, 26 de março de 2010

::tempo para tempo::

Tudo envolve tempo..

O tempo trás e leva tudo quando ele quer.

Ele entende o nosso existir, mas não sei compreender o que ele quer comigo.

Tudo se comprime, exprimindo as minhas mágoas, ausências e acabo por permanecer escondida.

Entre as horas, minutos e segundos, lá estou eu, atrás dos ponteiros, buscando uma saída.

Ou uma entrada, seja qual orifício for, por onde eu estou?

Para onde eu vou quando tudo isso para só na minha cabeça?

E então eu aprendi a não dar mais volta, a pegar os atalhos inexistentes no concreto.

Acabo por me magoar com esta falta de respeito com ele... o tempo que me move...

quarta-feira, 17 de março de 2010

::de plástico::

Fazer algumas escolhas e as coisas vão aparecendo no horizonte.

E eu vejo as pessoas massacrando a própria vontade, tocando no paraíso com a mente no inferno.

Ouvindo loucuras sobre uma realidade que não pertence o coletivo múltiplo enforcado pelo vicio do amanhã.

É , não posso criticar se não estiver por dentro por completa.

Então vamos vestir uma camisa branca e sujá-la com um sangue cru que nasce da nossa dependência política mal resolvida.

É cuspir para cima eu sei, mas alguns nomes eu já esqueci e acordei aborrecida não sabendo nem quem pode vir-a-ser presidente este ano.

As escolhas vem de dentro, quer dizer, de dentro da boca de outra pessoa mais confusa do que o outro que caminha conosco.

Vamos em frente, arregaçando as mangas, esperando uma nação branca, testosterona puta, com um feminino amaldiçoado pelo conflito ancestral.

Ah alguém vai atravessar a rua, com um medalhão no peito dizendo que vai brigar por toda uma nação, eu vejo o carro cair diretamente no abismo.

Correndo de um lado para o outro, um monte de moedas rolando ladeira abaixo, que droga toda é essa, um monte de pessoas gritando que deus salvará nossa nação.

Vamos brincar, jogando lama por todos os lados de porcos estamos cansados, já sabemos o que vem do lado de lá e o de cá nos faz querer falir, imitar o que estamos cansados de acreditar.

Mais um pedido?

Não, está tudo contido, na bandeira, certeira música que não toca em funerais revolucionários.

Arranca do peito a própria nação e isso não tem intenção de ser uma ilustração social.

As embalagens estão prontas, agora é só deixar que todos nós sejamos consumidos.

Ah não, sem essa de dizer que não pode evitar, você pode vomitar até a própria sorte se pensar que tudo isso será melhor desta vez, ah o que é que há?

Existe uma raiva, uma emoção quebrada bem no meio da sua goela, e dizer quem é bom e quem é mal, já não faz bem nem mal para toda esta competição.

Porque estamos caminhando para o limbo e dizer que as situações estão sob controle é uma grande estupidez...

terça-feira, 16 de março de 2010

::Silencio de Ouro::

É um chamado uma falta oculta, um brotar que me assusta.

A intuição que ascende uma comunicação que estava morta.

Aceitar o tempo, apertar o “start” , um dia melhor para se viver.

Tento estudar cada coisa que nasce em mim,

Sou estudada pelas expectativas que ressurgem nas constituições das lembranças.

Alguém deixou de entregar flores e eu não posso estragar todo este sentimento.

Se não for pretensão tenho um pretexto cheio de boas intenções.

Preciso de proteção a noite começa a cair, estou reavaliando as coisas que acredito.

Novamente caio no meio do labirinto!

Aonde está Ariadne?

Ó fio abençoado apareça!

Não, não tem arcanjo nesta falta a lua me faz querer mudar de pensamento.

Estou sussurrando para a morte vir me buscar.

Peter Pan veio falar comigo, e eu sei que eu posso respirar o ar que sai dos pulmões dele.

Vou envelhecer eu sei, e nada do que eu ganhei tenho medo de perder.

Amanhã, outra vez, amanhã!

As ruas estão cortadas ao meio e os carros trazem ventiladores ao invés de rodas no asfalto.

Este vendo que seca minhas pupilas faz com que eu sinta vontade do que não mais preciso.

Já bebi o ultimo gole e agora?

Espero um bebe ser gestado na minha imaginação?

Não, eu vejo que minhas asas estão mais fortes do que nunca,

Algumas tendências andam sumidas e minha dor conversa comigo como uma velha amante.

Meu protetor tirou férias e a esposa da minha maldade anda atrapalhada com os fenômenos.

Eu ouço, alguma porta sendo bloqueada por um unicórnio cheio de remorsos.

Posso tentar me desligar de tudo, mas aquelas vozes falam comigo em primeira pessoa.

Quero pegar as minhas bagagens e jogar para o alto, elas voltam para dentro de mim quando eu menos espero...

segunda-feira, 15 de março de 2010

::Em espírito::


Nasci das trevas e estou explorando a claridade...

em mim...


Mas eu não quero somente dizer e resmungar sobre a dor.

Não dispenso esses olhos vermelhos quase maléficos presenciando a abertura deste meu novo ser.

Sou cada dia mais, menos certa das coisas.

E as coisas são cada vez mais, setas que indicam uma nova direção de conforto para meu espírito.

Espírito esse que vem com uma força tremenda,

Que arrebenta meu peito e desbrava este meu coração cheio de remendos.

Não tenho o que ganhar ou perder, não quero gratificações para as coisas que busco.

E nem mesmo excesso de sabedoria, quero apenas leveza.

Não lamento a falta de reconhecimento das minhas visões, eu sou passagem da morte e da vida.

E tudo que nela se instaura e se destrói.

Aquelas coisas que um dia aprendi a dizer sim, hoje digo um não sem ficar zangada.

Quem de mim, quem me habita não teme o esfriamento da alma...

::Em espírito::

Nasci das trevas e estou explorando a claridade...

em mim...

Mas eu não quero somente dizer e resmungar sobre a dor.

Não dispenso esses olhos vermelhos quase maléficos presenciando a abertura deste meu novo ser.

Sou cada dia mais, menos certa das coisas.

E as coisas são cada vez mais, setas que indicam uma nova direção de conforto para meu espírito.

Espírito esse que vem com uma força tremenda,

Que arrebenta meu peito e desbrava este meu coração cheio de remendos.

Não tenho o que ganhar ou perder, não quero gratificações para as coisas que busco.

E nem mesmo excesso de sabedoria, quero apenas leveza.

Não lamento a falta de reconhecimento das minhas visões, eu sou passagem da morte e da vida.

E tudo que nela se instaura e se destrói.

Aquelas coisas que um dia aprendi a dizer sim, hoje digo um não sem ficar zangada.

Quem de mim, quem me habita não teme o esfriamento da alma...

quarta-feira, 3 de março de 2010

::Angulos complexos::

Seus milhares de valores, sentimentos, vivências da experiência do logo – ali.

Estamos entre dimensões quadriculadas, cheias de formas e cores, ângulos complexos, constituídos por dores e amores.

A morte do espírito é longa e passageira, devaneios entre o céu e a terra, os quadrantes dos astros e suas estrelas.

Tudo é incerto, a certeza devora a franqueza, a fraqueza da sensibilidade sofrida pelos que caminham diante do espetáculo da natureza.

Não há quem não sinta os acasos, do útero brota o mistério, desconhecido ventre do inimigo tempo, cronológico e tempestuoso.

Apresento os aparecidos, os fenômenos do rio do esquecimento.

A jornada longínqua dos que beiram a loucura e os destemidos pelo nascimento da esfera unidade.

Tudo é símbolo, intelecto e sentido.

Retratos do sol, a lua que se esconde no infinito!

O que é inútil é aproveitável pelo passatempo do desprovido.

Desvairado, contrariado vive nosso pensamento, rastejando naquele sujo labirinto da maldade.

Infortunado seja aquele que bom vaidade diga que conhece toda a verdade!

Esse cai, e de um altura inimaginável. Fica vazio!

::OUtra maneira::

Eu estou preparada, mais uma vez eu estou por aqui.

Debatendo palavras, rebatendo risadas, ainda que não seja mais possível sorrir.

Porque um momento meu, é um instante nosso de combate.

Olhando ao redor eu vejo as linhas tortas,

Aquela ultima alternativa, destroços de capturas perdidas.

E dói dizer e ouvir a verdade, mas estou preparada.

Destruindo algumas coisas passadas, tentando constituir novas aberturas,

Alguma coisa me diz que voltei a realidade.

Não me diga que não pode entender os meus verbos,

Minha partida deixou um coração partido, e agora sinto que voltei para abrir fogo contra quem disser que eu não posso querer ser um pouco mais real.

Eu vi um tiro de pássaros no ar, e escapar de um mundo só meu,

Fez com que eu percebesse uma espécie de raça odiada.

Não tem a ver com política, ou que meus pais não tenham me educado,

Estou falando do ponto de partida individual.

As vezes é possível supor o improvável e sair ilesa do que se pensa estar errado.

Porque, uma chance para uma vida toda é rara,

E se tenho a oportunidade de dizer, não perderei a chance de falar,

Que tudo que fiz de errado, só fez com que meus caminhos fossem abertos.

Minhas promessas saíram do coração, uma espécie de tipo raro de conseqüência,

Um monte cheio de lágrimas, uma rainha deitada em cima de uma cama de pregos,

E agora, ainda não é do ódio, porque eu formulo uma nova mensagem,

Daquelas que se fala quando se está perto da morte,

Uma farsa que não me cabe respeito neste peito.

As vezes é difícil levar uma vida mansa, e ser feroz me faz chorar.

Porque, eu não posso libertar todos meus demônios de uma vez só,

Então eu vou tentando manter esta fé de pé, para quem quiser e vier.

Todo mundo é pressionado a ser tão verdadeiro, e o preço da vitória é maior do que todo um processo bonito que brota em nós.

Não temos tempo para reparar o quanto crescemos em meio a tanta frustração.

No final das contas, estamos perdidos, buscando uma solução para a solidão.

Somos adolescentes mancos, feitos de tontos pela nossa falsa liberdade,

Saudade da mocidade que me fez feliz nesta cidade.

Não, não é possível construir um castelo com todas aquelas coisas perfeitas,

Esta loucura eu tinha quando tinha meus 12 anos, e percebi uma coisa cair em cima da outra,

E as tempestades se aproximarem muito rápido e minhas pernas não eram capaz de correr para não perder todo aquele espetáculo.

Acabei por estourar meu peito rapidamente, percebendo meus sentimentos, pensamentos, charmosas aparências que desisti de assistir queimar.

Não é preciso gostar de tudo e de todos, mas eu tento sempre compreender o mais autentico, e por menos que pareça, quem está no escuro sempre me acalmou destas trevas todas.

Quando eu falo demais, minha cabeça dói , porque eu estou abrindo as algemas e arranhando os discos que um dia deixei mofar em um quarto vazio cheio de conseqüências.

Oportunidades eu tenho de mais, mas eu expressar ainda sai apenas pelas palavras.

A verdade é que não sei o que acontece, eu apenas percebo que algo vem, e jogo para fora.

Acontece, e eu sinto que muitas coisas estão perdidas, e eu não tenho medo de me atirar neste labirinto obscuro.

As facas estão apontadas para o meu coração, mas eu não desisto de dizer tudo que ainda me atormenta.

A vítima está morta e agora ninguém pode ouvir minha voz quando eu preciso contestar algo que me acusa.

O grito é alto, e eu posso passar a noite inteira em clara pensando em todos os botões que arranquei, e todas aquelas asquerosas promessas, eu sei que posso retirar de dentro do espelho.

Não tenho um herói, heroína, as coisas comigo sempre foram tão individuais que aprendi a cuidar de mim mesmo sem ter medo das vozes que comandam minha existência.

Aprendi a ter cuidado ao olhar as coisas e pessoas, porque eu sinto, ainda é muito novo, eu reparo naquela curva fechada, e já penso que existem pessoas me olhando de cima dos prédios.