terça-feira, 22 de junho de 2010

::Jurada::

Alguém está batendo na porta?

Eu estou enganada novamente...

O frio lá fora é perigoso e em mim as flores já voltaram a nascer.

Vou colher algo, a noite está tensa e eu não sei o que fazer.

Andando de um lado para o outro, permanecendo em círculos,

Dentro, para dentro novamente.

Estas confusões todas, ilusões que me vivenciam.

O tempo está passando e alguma coisa vai morrer novamente.

Eu conto até três e minha respiração não consegue me acalmar.

Pertenço a uma espécie de melancolia que me acolhe das pessoas que não conseguem me ver.

Que conflito é este que está andando dentro de mim?

As ruas parecem rios...largos e tranqüilos demais.

A calmaria me trás algo que me embriaga.

Volto para dentro, tudo aqui fora é extremamente familiar demais.

Envelhecer ainda está longe e a minha luta maior é continuar tudo isso sem desistir.

O que acontece quando não posso pendurar minhas tristezas no armário é,

Uma demonstração de piedade para com a alma que destruí um dia.

Tenho esperanças, e o rio fica vermelho...

O céu agora está cinza e as nuvens estão me perseguindo.

Venho peregrinando por um trajeto doloroso e cheio de perigo.

Será que alguma vez eu pude vivenciar as coisas antes delas se quebrarem na minha mente?

Este é aquele cheiro de azedo que eu sempre detestei.

Um cheiro que me lembra um vazio pelo qual eu tenho permanecido inerte em muitos aspectos.

Eu choro quando entro para dentro de mim e vejo que não posso mudar muitas coisas.

Meus ossos doem, minha carne pega fogo, eu estou dentro de um túmulo cheio de mágoas.

Muitas vezes não sei diferenciar o que é real das minhas imaginações.

E ficar em silêncio faz com que minhas cicatrizes aumentem...

Não tem culpados, e nem cúmplices, é tudo meu.

Para dentro, aonde as coisas voltam, para onde eu tenho medo de ir e sempre acabo ficando por muito tempo.

Porque agora que ando me abrigando em sinfonias misteriosas ... vejo o vento trazendo memórias ruins.

E se eu pudesse compartilhar isso tudo... eu morreria duas vezes!

Tenho meu jogo sujo, e as pistas estão se apagando.

Também sei que as coisas estão fora do lugar, e alguém pode me afogar em lágrimas.

Isso é relativo!

Se eu contar um, dois, tudo volta ao normal.

Um monstro bloqueia minha visão, agora eu vejo meus complexos no mundo.

Eu armo uma conspiração, estou tentando não ser negativa.

A névoa se aproxima e eu preciso despistar aquelas lembranças, e eu não vou ficar para ver o sol me denunciar.

Estou a três passos do inferno, rasgando os últimos trapos que me restam.

A sete palmos eu vou dormir como uma doença impetuosa.

Ainda não aprendi a vingança e meus inimigos são pessoas que não existem mais...

Eles apenas sussurram suas verdades, jogam em mim suas necessidades e eu permaneço sonâmbula.

Ouvi um tiro no céu, uma abertura de uma mulher que vai para os confins do universo buscar a saudade de si.

Estou fechada... de novo para dentro...