terça-feira, 8 de junho de 2010

::LARANJA::

E quando nada mais fazia sentido.... uma luz se apagou.

E naquele instante eu não tinha medo algum, era uma coisa, vinda de um lugar dentro de mim. Vinha e saia. Rapidamente.

Não, não posso conter tudo isso e contar seria desmistificar tudo que eu senti, mas, uma sombra maior formou-se diante de meus olhos.

Era um céu misturado com um chão cinza, uma névoa estrangeira, uma busca aflita de quem eu estava sendo.

Eu fui!

Para longe, aonde as coisas não se movem repetitivamente, elas duram, mas morrem.

Lentamente fui observando que meus passos agora eram mais curtos, senti que meus braços poderiam abraçar o mundo, bem, isso caso fosse, se mundo eu tivesse.

Mercúrio puro, um cheiro misturado com flor e azeite, uma bolha de sabão entrando em minhas pupilas, era mágica.

Era real, abismal, abominável para minha mãe, era gigante, mas não era gente.

Gente inocente, sempre que penso neles, não existe pensamento que me invente.

Cara ou coroa?

Não tinha moeda, era tudo suspenso, sem perninhas e saltos.

Sem receios...

Ai que angústia me dá pensar nos meus anos dourados, se bem que, de dourados não tinham nada, eram de prata, mata lobisomem, assusta anjo enquanto os demônios dormem.

Eclipse solar, no meu coração também tinha, habitava um silêncio daqueles que se alguém não me tocasse, eu ficaria para sempre presa naquele instante.

Prisão, calabouço, uma conspiração íntima, tudo parecia acontecer em fração de segundo, mas era demorado e amargo.

Eu vi ondas, tons alaranjados descendo as paredes do meu quarto.

Senti minha língua ácida, áspera quase vulgar.

Cuspi minha própria ignorância, aprendi a me tolerar...

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