sexta-feira, 27 de junho de 2008

...CRIANÇA...

Eu vivo entre o sol e a lua
Algumas vezes eu me entristeço, logo a angustia se esvai...
Se quiser pode beber do meu sangue,
Caminhar dentro da minha pele, você pode voar com minhas asas.
Eu sinto que algumas coisas não querem passar..
Abri meus olhos, vi por dentro de tudo, em um instante eu acreditei,
Nas coisas voando para o meu peito com tranqüilidade.
Sim, eu ando tão quieta e tão sonolenta, em off, para não aborrecer ninguém.

Algumas pessoas me perguntam se eu vivo bem, e eu respondo que sim, vivo do meu modo, muitas vezes eu sinto um vento gelado passear no meu rosto, e então vejo que posso correr por ai procurando um motivo em tudo que eu sinto, e sou tão pouco compreendida. Quem quiser pode vir para dentro, e contar as minhas fábulas, mas não tire o meu ar quando eu puder buscar respirar na superfície.
Muitas vezes tenho a sensação de estar anestesiada por algo em algum lugar confortável, e os segundos são contados de novo, aos avessos, estou afundada em permanentes escolhas e isso me deixa contra tudo aquilo que eu quero viver, e então eu afogo as minhas lamentações...
Sou sensível, carente, apática e mando tudo para dentro esperando que o fogo consuma, e isso não tem acontecido tão facilmente. Não mais, estou de ponta – cabeça, brincando com as crianças choronas que moram dentro de mim, e elas me deixam doente quando contam sobre a sua ingenuidade...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

...FOLHAS MORTAS...

Amanha será um novo dia,
Com suas alegrias e tristezas.
Falo com uma linguagem secreta sobre minha vivência
Fixo o momento da minha chegada ao mundo dos sonhos
Impecavelmente uso a roupa da alma para falar de dor e do amor.
Quebro a melancolia, observando a minha gentil presença a notar que,
Os instantes são marcantes, por isso por mim passam de forma sensível.
Vou varrendo lentamente todas as folhas mortas no quintal, na tentativa de ver um novo limpo surgir diante de meus olhos.
Tempestade, velha amiga, com seus truques perversos,
Vem bater com força na minha janela, usando de seu vento gelado para me deixar desconfortável no berço do mistério.
É quarta – feira, cheia de saudades,
Hoje estou exagerada, envolvida pelo tempo que, atrai as minhas lembranças de quem eu fui.
Vejo os pássaros ensaiarem antigas canções para embalar corações aflitos, cheios de remorsos.
Deixo as minhas tragédias debaixo do travesseiro, aquecidas, enfurecidas, amanhecidas...
Faço a travessia pelo rio, o rio do esquecimento matinal.
Não ouso desiludir a minha existência com cartas antigas, que agridem todo um baralho cheio de reis e rainhas com seus arcanos deslumbrantes e cheios de segredos sobre o universo substancial.
Sim, o dia chega, claro, bem tranqüilo, se faz então o astro gigantesco a ofuscar a minha manhã.
Desloco minha ira, para os cantos do meu quarto, já não estou mais sozinha, a casa não encontra-se mais vazia.
Acompanho a sonolência das horas, uma por uma.
Contudo, não deixo de vestir a poesia em meus pensamentos, por mais loucos que sejam.
Sou longa, não infinita, sou breve e atrevida quando sinto que, estou sendo sentida.
Não revelo, apago as luzes para as intrigas, ora que de vez enquanto me ajudam a encostar na beira da reflexão do impulso que, nasce dentro e é puxado para fora em alta velocidade.
Estou em atos, atalhos, que misturam –se para juntos abrirem meus novos caminhos.
Um sinal, uma prega na saia do destino!
Ah se um dia eu puder descrever tudo que me é sentido, ficaria tão feliz e tão intima com minhas fantasias, que morreria...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

...NOTURNA...

É mais um começo, a tempestade aproxima-se de horizonte
E sinto minha respiração ofegante, eu estou caindo em nuvens negras,
Vendo o céu transformar-se nos meus olhos atrevidos, sem destino.
A dor minha amante intima, que adormece nos braços da minha solidão,
Corre louca com as pernas do presente, e invade a minha alma!
Meu coração está pintado de preto, e eu sinto meu sangue coagular.
O meu instinto furioso, toma minha bondade, agora eu sou metade minha,
A outra desmancha-se na brisa suave da noite que invade o meu quarto.
Vida, com seus romances cheios de insanidade e torturas,
Um sexo sem doçura, apenas age de modo que, o prazer faça adoecer!
O toque do sensível com as garras de uma fera selvagem sem freios,
Correndo em direção ao meu peito, o perigo fascina o meu espírito.
Estou rastejando, e estar a 7 palmos sempre, faz de mim uma dominadora de sentidos.
Estou definhando, envolvida pelas camadas de nevoeiros sagrados.
O resto, aglutina-se com o que ainda não foi consumido.
Todos dias parece que estou indo embora, mas voltando sempre para longe de tudo.
Esta quentura insuportável, faz com que eu sinta meu corpo levitar.
Olho no espelho em uma galeria cheia de imagens gritando pela minha liberdade.
Vou ter que voltar para a floresta, aonde as folhas deixam meus rastros vazios.
O secreto se revela, e eu tenho vontade de devorar tudo que está ao meu redor.
Sinto o gosto da certeza revirada, e isso trás o mistério para perto de mim,
Isso faz com que eu tenha força para esmagar os meus ossos com a pressão do meu pensar.
São as trevas se manifestando, e hoje eu me sinto tão bem!
As casas estão destruídas e as ruas encharcadas com minhas lamentações,
A beira do abismo fica cada vez mais distante,
O fim não chega, a tarde não adormece, e eu apenas continuo sendo fluida,
Desmanchando o romance terreno, presa pela atração astral...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

...RITO...

Ora, ora, que este mundo tão cheio de significados para nós, apresenta o seu lado mais sangrento e desordeiro para nossos olhos, que tanto querem apreciar a beleza intima que dorme ao lado do interno mistério divino aleatório nunca permanente. E que luta meu caro, para manter os corações aquecidos destes milhares de fragmentos frios e mortos do externo sem brilho. Existe um chamado, que vem na contra-mão do terreno, que invade os olhos sensíveis e habita o escuro sentido de quem vive a procura de mistérios, do mesmo, pouco sabemos, mas entendemos que, a nossa esfera cósmica não pode ser movida e tão pouco notada por aqueles que não concedem a passagem do espírito para o canal do nada.
De alguma forma, estamos sempre a lançar nossos maiores segredos, a beira do mundo, e essa beira da margem suja e tão rasa, de alguma forma busca sentidos pelos quais, já quebramos espadas a muitos anos (luz) atrás...
Cansativo, quase que torna nossa alma imortal, porque, toda vez que entramos em contato com a escoria alheia, enfrentamos os mesmos duelos irônicos causados por nós mesmos. Essa dança da escuridão com a luz, que tanto nos traga para o berço do mistério, admito ser tão majestosa que, perco os sentidos deitando – me de ponta – cabeça no colo dos meus entes queridos, para buscar no útero da vivência um fenômeno para cultivar a esperança que tanto prezo e busco sabedoria para lidar com a mesma.
Realizar a vida de uma forma saudável, faz com que muitas vezes, entreguemos os nossos sonhos para o baixo estado sonolento natural.Ali, acontecem milhares de projeções, nossas almas transcendem até o ponto mais ardente e voltam congeladas para o imanente mundo das escolhas. O possível ato de existir convivendo com seus mistérios verticais e horizontais, faz de nós, grandes pacientes da dor do inexplicável universo das realizações cabalísticas!
Existir, persistir, persuadir com as entranhas do arco que enverga a vida, causando assim a sensação da perturbante causa do efeito sentido pelo ventre do existencial, ser – vivido, que vive a prática do “rito” antigo da conseqüência sincronizada do passado presente sem futuro na sensível atmosfera do desconhecido útero não revelado. Anjos ou demônios, não importa, a fantasia do enxergar a diante, nos mobiliza a reconhecer que não temos verdades alheias, e que, tudo que nos rodeia, nos consome, por isso somos trevas a todo tempo, disso surge o efeito de nunca sermos notados pelo que estamos sendo, e sim pelo que querem que sejamos naquele ato – marcado. A estrada é longa, e não temos um limite que estabeleça um elo entre nossa alma velada pelo universo e o tempo que rasga a nossa finitude em duas fases: o nascimento e a morte do falso nascer.
Não andamos mais cobertos, uma vez que, já temos a consciência de tantas máscaras que temos de usar e tirar toda hora, e que nunca mais esqueçamos de deixá-las atrás da porta, porque ali trancafiamos o que o instante quer nos conceber, uma ruptura.

terça-feira, 17 de junho de 2008

...ANUNCIO...

Quando você coloca suas ultimas cartas na mesa,
E não sabe como retirar as diferenças do seu coração,
O mundo atravessa os olhos como raios loucos,
Que tragam suas lágrimas do intimo e as lança para seu rosto.
Eu esta noite não posso insistir para que o tempo passe,
Ele entra e sai de dentro da minha mente.
Estou sendo consumida pelo nada, o real conversa com o meu itinerário astral.
E sim, eu posso enlouquecer e ver deus nos olhos do demônio furioso,
Mas isso não faz com que, eu deixe as torres afundarem em meus pensamentos.
Tem sido tão difícil estar nítida para o mundo, e o mundo tropeça nas minhas beiradas.
Vejo lanças por todos os lado, sinto o sangue sujo jorrar de meu peito,
Abrindo assim passagem para a limpeza transcendente.
Sim, eu escrevi muitas coisas, e gastei todas as minhas palavras,
E isso não tem sido mais o suficiente, pois eu estou sem verbos para construir,
O que eu ando conhecendo dentro de mim.
Estou no sub – solo, destilando as minhas tristeza,
Destruindo as montanhas de pedras, e eu sinto que isso pode me enfraquecer.
Mas eu lhe digo, isso é tão pouco real, que não sei se existo aqui.
Isso tudo não justifica a minha performance, e eu não sei como sair do imaginário.
Não, eu realmente não preciso pensar que posso vir –a –ser inconstante,
Minhas mudanças não são perceptíveis para quem não busca o mistério.
Estou voltando para casa, com os olhos cheios de lágrimas,
E um pulmão cheio de suspiros aprisionados, o meu sangue já transbordou.
Preciso de um abraço que triture os meus ossos, e que me traga a dor real de volta...
A miragem está próxima, e os meus sonhos deslizam como meninos fanáticos por pesadelos.
Estou sendo familiar quando quero estar no final das coisas que não tem um começo certo.
As mesas estão viradas, e o meu universo está bagunçado, todo aos avessos,
E o mal anda tão faminto, e o meu bem, tem feito de mim uma sombra catastrófica.
Os telhados não suportam mais minhas lágrimas, e o fogo está sendo aceso esta noite.
As arvores perseguem os meus passos, e as ruas são como amantes do peso da minha alma.
Os caminhos enrolam-se, criando assim os meus devaneios eróticos, com suas formas majestosas.
Estou em mim, fora de tudo, dentro de todos, e fora do meu próprio alcance,
Apaixonada pelo instante, sentido o que é meu, passar por dentro dos meus órgãos.
Caminhando sobre nuvens negras com seus trovoes anunciadores de tragédias individuais.
Mesmo com tantas perseguições, sinto como se eu estivesse anestesiada,
Esperando a ultima flecha sinaleira indicar o fenômeno da vida!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

...CALDEIRÃO DOS DEUSES...

Vendo a lua cair em minha direção,
Com os sentidos marcados pela ação do tempo.
O dia do hoje, a vontade da morte anuncia mais um salto ao desconhecido.
A presença do dia que não consegue mais levantar no horizonte.
As portas que fecham –se por dentro, as fechaduras do inconsciente enferrujadas.
Converso com a linha dos acontecimentos e ela vibra, me hipnotiza, me fere!
A abordagem perfeita do que não é compreensível, o elo do nada com o agora,
A sensação de que as sombras escondem os olhos insanos do projeto clássico,
Do ausente exterior que, busca em cada dia uma nova visão do que vê dentro de si.
Milhares de ramificações, o simples com a falsa claridade, as trevas, com suas enormes garras,
Arrancando máscara por máscara, dolorido processo que não pode ser deixado de lado.
Algumas vezes os braços não alcançam o infinito, por isso tentamos voar para longe,
Migrar nosso entendimento, seguindo os rastros de existência misteriosa de outrem…
O compromisso com o nunca, a corrida para o absurdo, a loucura de viver na sanidade buscando a conciliação com falsas verdades.
Tempero mágico, VIDA dentro do caldeirão dos deuses enfurecidos com suas naturezas terrificantes,
O choque de chegar a terra, a leveza do cosmo que, domina o terreno com sua força cautelosa.
O brilho da foice que ceifa a podridão, lentamente , tão devagar, que corta o termo em milhares de pedaços, o universo unifica a vivência e o tempo articula a separação dos sentidos...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

...THE VOID..

O nevoeiro se aproxima do meu corpo,
Agora eu posso contar com o amor e com o ódio.
As vezes eu brinco de ser paciente, quando estou pedindo paz para minha imaginação.
Vejo as travessuras sem sentido contaminando a minha mente,
Pedindo para que eu acorde, porque eu estou sempre pedindo para ficar dentro de minha alma.
Se eu penso na tempestade, logo ela chega, com seus raios de piedade,
Não temo a sanidade que não tenha valor, para uma flor que, não pode nascer mais,
Peço então desculpas, pois, as coisas vão tomando forma em minhas idéias,
E então eu acabo procurando perspectivas aonde os processos estão em decomposição.
Sim, eu me atrevo a ter esperanças, quando o mundo está sendo sacudido por dentro.
Tudo isso machuca e muito, mas eu não tenho medo da força da minha sensibilidade,
Sei receber tão pouco, e aprendi com tantos erros a dar tudo, sem medo do vazio.
Os olhos estão entre – abertos, e agora sinto que não posso ser uma virgem por isso.
Vejo as coisas formarem-se bem devagarzinho, e tem sido um caminho esplendido.
Se eu não posso viver por ninguém, então eu construo um pedaço de carne saudável,
Aqui no meio do meu peito, para aconchegar os meus queridos, que são tão poucos.
Nas minhas sombras, existe compaixão, o amor não deixa de imperar,
Porém, nunca peço complacência quando eu estiver errando feio.
Aqui por dentro, existe uma alma louca, que corre de um lado para o outro,
Que pensa que tudo tem um sentido mágico, que quer o instante brilhando sempre,
Mas ele sempre vai embora, e eu em silêncio, presencio a despedida do fenômeno.
Abra as janelas, eu não me importo se suas visões ainda fazem da sua vida,
Um pedestal cheio de deuses mortos e condenados por sua satisfação.
Não tenho a ocupação rasteira, de abrir a boca para ser a sua fraqueza,
Não quero ser substituída por um pensamento que não pode agir em função de um bem estar.
Tenho minhas pretensões, e isso as vezes faz com que, eu adoeça por semanas,
Com a sensação de estar dentro de um buraco negro, esperando amanhecer para sair...


terça-feira, 3 de junho de 2008

...REPETIR...

Algumas coisas nesta vida, não passam, marcam!
As ruas cada vez mais loucas e cheias de sentidos obscuros.
Alguém pede para ser salvo na outra esquina,
E eu procurando alguma maneira de não ser tão vulnerável.
Se eu pudesse escolher um instante, eu brigaria com o tempo,
Pois, tudo o que eu vivi, foi importante, por mais que tenha me magoado.
E quando as coisas pedem uma segunda chance,
Eu grito, quase perco a voz, porque eu fiz a escolha de não ficar em silêncio.
Talvez o sol não possa iluminar promessas,
E a escuridão não seja capaz de esconder nossos martírios,
Surge o renascimento, mas parece que ninguém pode justificar a decepção,
De querer sempre entender as virtudes da vida, através das frustrações repentinas.
Não tem como dizer que não foi nada demais,
Quando nos envolvemos com as nossas próprias esperanças,
Massacrando assim muitas das vezes as nossas emoções.
Dar um pouco de si, virou insanidade, quase sem futuro.
Procurar um motivo ruim dentro de si, quando parece que estamos trocando de nome toda hora e vestindo sempre uma roupagem antiga em um momento inadequado.
E falar de você, de mim, não tem um fundo,
Os olhos estão apontados para o peito, e o coração parece uma bomba prestes a explodir,
E mesmo assim nos arriscamos tanto...
Porque “Eros” é uma criança brincalhona, mas quando assumimos a identidade dentro do que amamos, despejamos a vida em todos os cantos, por todas as bordas, e então, esperamos ver o coração manifestar o intimo gozo de estar nos mantendo sensíveis a nós mesmos.