Existe um lado meu que não quer falar,
Eu ando por lugares escuros, eu sinto como se pudesse amar a mim mesma pela segunda vez.
Esta melancolia que nasce em mim, que recolhe minhas palavras e as carrega para minhas entranhas, agora pedem passagem.
Abaixe o radio, eu sei que talvez você possa se lembrar de uma doce canção que nos lembra do verdadeiro amor, e ele não quer ir embora.
Eu não posso cantar em voz alta, de nada adiantaria, você não pode me ouvir, o silêncio me ampara das coisa das quais não sei me deparar ainda.
Quantas vezes eu coloquei meus pés aonde não deveria, e eu não me arrependo, eu volto sempre da onde eu tive medo de partir.
Eu não posso esquecer das minhas promessas, e as vezes arde lembrar que eu não posso voltar atrás, então eu ando caminhando entre as coisas tristonhas para relembrar como um dia eu não pude ser.
Eu estou sendo alguém que tenta me concentrar nas coisas com amor, e o amor é solitário, e ele anda em pedaços.
Estou em atos e fatos, a espreita de uma ordem nova da vida, seguindo por vias seguras, eu ando leve, eu agora aprendi a voar com sutileza.
Se algum dia alguém renunciar quem você é, não chore, eu sinto que as vezes renunciamos a vida e ela sempre nos dá uma outra chance de encontrarmos nas dores algo de bom.
Restaurar aquela voz interna, eu ando conversando comigo mesmo, e eu não consigo esquecer aquela voz doce que brotava da minha mente quando eu não pude chorar magoada pelo presente, hoje eu dou risada de criança quando não posso falar com meu interior.
Eu atirei uma tinta cinza no céu, eu amo as coisas nubladas, mas a suavidade que procuro ainda está aqui em baixo, dentro das coisas mais simples.
Eu sei, eu sempre soube que algumas coisas ficaram escondidas, e o meu esconderijo tem sido uma prisão para as minhas virtudes.
Deixo a porta entre aberta, e agora eu aprendo a lição com calma, um segundo por vez.
E nem tudo poderá ser eterno e hoje ser mortal me faz ver a vida com delicadeza.
Estou em pequenos fragmentos, e então eu abro o céu!
Agora eu tenho a coragem e as certezas estão cada vez menores, estou compreendendo tudo que um dia eu quis explicar com tanta voracidade.
Apelativa eu sei, eu posso dizer que não posso ser sincera muitas vezes, eu crio uma queda e o abismo eu conheço e aquela profundidade toda me confunde.
Estou entre os muros, entre os mundos, as cicatrizes e eu sobrevivi apesar de tudo e eu estou construindo eu mesmo nas coisas mais belas sem esquecer que a dor ainda me trás um prazer momentâneo que serve para as minhas coisas mais profundas...