terça-feira, 28 de abril de 2009

...OS OUTROS...

Existe um lado meu que não quer falar,

Eu ando por lugares escuros, eu sinto como se pudesse amar a mim mesma pela segunda vez.

Esta melancolia que nasce em mim, que recolhe minhas palavras e as carrega para minhas entranhas, agora pedem passagem.

Abaixe o radio, eu sei que talvez você possa se lembrar de uma doce canção que nos lembra do verdadeiro amor, e ele não quer ir embora.

Eu não posso cantar em voz alta, de nada adiantaria, você não pode me ouvir, o silêncio me ampara das coisa das quais não sei me deparar ainda.

Quantas vezes eu coloquei meus pés aonde não deveria, e eu não me arrependo, eu volto sempre da onde eu tive medo de partir.

Eu não posso esquecer das minhas promessas, e as vezes arde lembrar que eu não posso voltar atrás, então eu ando caminhando entre as coisas tristonhas para relembrar como um dia eu não pude ser.

Eu estou sendo alguém que tenta me concentrar nas coisas com amor, e o amor é solitário, e ele anda em pedaços.

Estou em atos e fatos, a espreita de uma ordem nova da vida, seguindo por vias seguras, eu ando leve, eu agora aprendi a voar com sutileza.

Se algum dia alguém renunciar quem você é, não chore, eu sinto que as vezes renunciamos a vida e ela sempre nos dá uma outra chance de encontrarmos nas dores algo de bom.

Restaurar aquela voz interna, eu ando conversando comigo mesmo, e eu não consigo esquecer aquela voz doce que brotava da minha mente quando eu não pude chorar magoada pelo presente, hoje eu dou risada de criança quando não posso falar com meu interior.

Eu atirei uma tinta cinza no céu, eu amo as coisas nubladas, mas a suavidade que procuro ainda está aqui em baixo, dentro das coisas mais simples.

Eu sei, eu sempre soube que algumas coisas ficaram escondidas, e o meu esconderijo tem sido uma prisão para as minhas virtudes.

Deixo a porta entre aberta, e agora eu aprendo a lição com calma, um segundo por vez.

E nem tudo poderá ser eterno e hoje ser mortal me faz ver a vida com delicadeza.

Estou em pequenos fragmentos, e então eu abro o céu!

Agora eu tenho a coragem e as certezas estão cada vez menores, estou compreendendo tudo que um dia eu quis explicar com tanta voracidade.

Apelativa eu sei, eu posso dizer que não posso ser sincera muitas vezes, eu crio uma queda e o abismo eu conheço e aquela profundidade toda me confunde.

Estou entre os muros, entre os mundos, as cicatrizes e eu sobrevivi apesar de tudo e eu estou construindo eu mesmo nas coisas mais belas sem esquecer que a dor ainda me trás um prazer momentâneo que serve para as minhas coisas mais profundas...

 

sexta-feira, 24 de abril de 2009

...A NOITE...

É um longo trajeto...as curvas do corpo perdido

Branco...pálido e marcado

Veste de vermelho os próprios lábios

Os olhos vestem um tecido desconhecido

Vem o claro e mistura –se com a escuridão

O pescoço dança em conflito com as costas

Os ouvidos esperam um toque de palavras ou suspiros

Pernas laçadas pelo desejo

O céu pinta o aroma da compaixão

Desliza a ponta dos dedos sobre o chão quente

Úmido pelo suor ...pelas lágrimas do corpo foram derramadas

Cobre-se de outro corpo

O frio não chega até sua espinha

Um toque de um lábio ao outro

Traz o fôlego perdido anteriormente

Suprido pela necessidade de ser degustado

Agora lúcida, usou sua nudez para sua própria loucura

O que ela queria, ele teve, mais além do que o permitido

Um olhar atento apreensivo, dominador, vigiam seus cílios

A tocar parte de sua face com nostalgia

É muito frágil e fácil de sentir que seu corpo está arrepiado

Se mantém longe do perigo neste momento

É abraçado com cautela e protegido com sentimentos não mais reprimidos

As mãos tocam levemente seus cabelos...suavemente sem desespero

Levanta-se frente ao espelho

A lua reluz  metade do seu corpo ainda nu

A alma veste a outra parte com arrepios para despistar o tempo

Que agora já não é mais tão percebido

Lava teu rosto com a água pura...o banho que retira a saudade

Não teve medo da insanidade agora sente-se fiel a si mesma

E conquista a liberdade!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

...TRILHOS...

Eu sei o quanto dói, o quanto machuca, o quanto arde...

Eu vejo e não entendo mais nada, porém, não deixo de sentir.

Sentir os espaços que me incomodam, as feridas que ainda são latentes,

Os estranhos conceitos meus das profundidades ainda não exploradas.

A beira do abismo não mais me pressiona, eu ando sem rumo, sem leito, sem sono.

Cavalgando entre a insônia e as perguntas que não querem calar.

Os aflitos que me afligem, que deslocam minha mente para bem longe,

Perto das nuvens negras e sofridas, pálidas e confusas.

Eu ando confusa entre noite e dia, entre céu e terra, entre mim e os outros.

Tentado arriscar as ultimas fichas, lamentações internas que querem me enterrar.

Eu não abuso da sorte, porém, não deixo de arriscar que algumas vezes eu possa estar certa de que, na verdade eu só encosto aonde os meus sentidos congelam por horas.

Que saudade de mim, da Aurora que brota do meu intimo!

Ando reparando nas construções alheias, e são tão belas, coloridas, porém, não vejo graça.

São os mesmos círculos, os quadrados relacionados com a mesmice da existência inerte.

Não me confundo, em tudo vejo mágica.

Em um amor que brota do silêncio a uma estadia temporária no mundo dos sonhos.

Sonhar hoje em dia pesa, um preço que é pouco, mas que é difícil de ser pago.

Se outrora não me descontento com balbucios externos, me confundo com meu infantil estado de sonolência incorreto.

É dia, na noite da semana seguinte, a vida me controla, e eu ando fora dos trilhos, eu ando sem vontade de não estar andando.

Eu queria voar, só isso!

Para bem longe, ou para tão perto de mim, que fosse impossível eu calcular o quanto estou alta.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

...OS OLHOS DA VIDA...

Quem disse que é fácil ter vida?
Eu não sei, eu tento todos os dias da melhor forma possível, ser movida pela vida.
Algumas vezes, sou arrogante, insensível e tão pouco sincera.
Mas não grudo em moldes, estou sempre naquelas estações de mudanças.
Não temo o inverno e nem a quentura do intenso calor.
Algemas resistentes ainda não inventaram para aprisionar a minha imaginação.
Ando tão grata com a vida, que minha existência as vezes rugi, e é doce.
Doce, põem doce nisso, tenho experimentado um dia de cada vez.
E cada vez que vivo um dia, eu sei que estou sendo vivida por mil vezes, pela esperança.
Não consigo deixar de acreditar nos instantes, bons ou ruins, não importa mais.
Com o tempo aprendi a mastigar minhas mesquinharias, e foi bom, mas o gosto, ecati!
Ah vida, me viva, me sinta, porque eu ando espreitando os acasos que você me envia.
Deixo as portas da mente abertas para você, e não me desanimo com a inércia dos acasos.
Uma gota por vez, não quero transbordar jamais, quero alargar-me para o infinito.
Quero ir de encontro ao passado, viver o infortunado destino se assim eu o tiver escolhido.
A solidão já não me inunda, e a companhia de meus entes queridos não me desarmam da felicidade.
Clandestina como diria Lispector!!!
São teias, milhares delas, importando e exportando informações para mim.
Meu ego já não anda tão resistente, minha fala já não me estrangula,
Eu cuspo fora o que me abate, faço poesia para que a nostalgia não me insulte.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

...A ESTRADA...

Quando minha casa está vazia, ouço as batidas do meu coração...

Eu sorrio como uma boa pessoa, eu tento ser forte... e isso me doma.

Posso gritar esta noite?

Só um pouco para dizer que eu preciso estar viva por mais um segundo?

Tudo que eu construo, são frutos e eu ando tão para baixo.

Eu arranquei um pedaço do meu coração, eu ando estreitando as minhas vontades,

Calando as minhas dúzias de verdades para viver uma mentira razoável.

E eu erro!

Sim, eu sei, isso é perigoso, então eu choro.

Aquelas arvores ainda sorriem para mim,

E as vozes estão mais altas do que nunca, as pessoas conversam, fingem que eu não estou ali.

Por aqui, a felicidade passa e leva suas bagagens, eu já não suporto mais estar vazia.

Está tudo tão pesado e o silêncio vem por trás da porta, invade minha ilusão.

Um pouco de vida, uma lasca de morte, eu estou vibrando com as sensações.

Não posso fazer tudo ficar bem tão rápido, e a alta velocidade arranca minha lucidez.

Estes dias eu ando pálida e os carros estão se chocando na minha mente.

Faça barulho, eu preciso ouvir algo que não seja meu,

Diga-me o que o sonho mais louco significa para você.

Eu preciso que alguém saiba, que eu sempre soube, e que eu sempre prefiro esquecer quem eu estava sendo...

É tão doce, e o amargo é uma delicia, eu ando sentindo o destino quebrar meus muros,

Estou tão cansada, e o meu instinto pede para que eu vá dormir.

Então não me deixe entorpecer minha existência com tão pouco.

Vim de tão longe, e a estrada parece interminável.

As horas por aqui, são fracionada por sentimentos, e parece sempre a última vez.

A minha inocência me interroga toda vez que eu digo que estou viva!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

...A FURIA DO MAR...

As cortinas que dão acesso as trevas estão abertas...

Eu tenho levantado da cama com febre de 40 graus,

Troco os passos com os acasos,

Me transvisto de humana, eu estou ferida!

Estou em vinte lugares ao mesmo tempo, eu tenho ficado longe da claridade.

Suspendo minha imaginação para o lado escuro,

E o escuro tem sido meu amigo.

A chuva que não cessa, a água santa que não mais me purifica.

As pessoas estão distantes e a morte não é certa.

Eu estou atrás, eu caminho em direção a minha própria sombra.

Minhas calorosas trevas, para onde eu sempre corro quando,

Sinto que, o perigo quer dormir comigo só mais uma noite.

Minhas palavras são curtas e minha vontade de ter coragem está alargando-se.

A cama está preparada, e a solidão me aguarda.

Estou a espreita de um novo caminho, de um novo chamado.

Os meus amigos dizem que tudo ficará bem,

E eu os vejo distantes, traçando corridas tortuosas!

Eu tenho respeitado meu tempo e o tempo tem sido curto, ácido e nostálgico.

Algumas coisas passeiam com um ritmo preguiçoso, e minha consciência parece querer falir.

A minha liberdade quem roubou?

Aonde foi que eu deixei de falar quando, minha boca estava trancafiando silabas distorcidas?

E eu choro, a noite toda, e eu me levanto com os olhos da primavera passada.

Não mais tenho a felicidade, tudo parece sempre conturbado.

Barbantes enroscam-se em minhas entranhas, hoje eu estou de cara com o diabo.

Dormi comigo tem sido insuportável, a falsa replica da sinceridade tem me perturbado.

Tenho sido eu , em mim, fora de controle.

Eu perdi o sentido, recuperando a melancolia, não mais no porto seguro,

Estou vagando entre os mares furiosos da inconsciência.

E eu sinto que irei novamente me perder....

quinta-feira, 2 de abril de 2009

...EFEITO DO INSTANTE...

Essa será  uma tempestade forte...

Tudo o que era meu, vi carregado por aquelas águas negras.

Não falo de um acordo com o meu próprio intelecto, eu ando por lugares aonde eu deixo o meu rastro de forma triste.

Não digo que não sou feliz, mas a minha felicidade ainda é muito obscura.

Os atos da minha falta de razão refletem no meu dia –a – dia, acabei por viver uma constante vivência de falta de tempo para eu mesmo.

O que acontece comigo desta vez?

Sinto – me tão pequena e magoada, feito criança chorona esperando a mãe para nutrir o mundo fantasmagórico.

Se já não me bastasse, agora tenho que fazer meus esforços matinais, acordar tem sido um pesadelo.

A luz da manhã, não mais é poesia, são aquelas crônicas que eu lia quando adolescente.

Por deus!

O despertar, a intuição, aquela paixão que sinto quando tenho coragem de dizer a vida que estou pronta para ser vivida por ela.

Solitária, vivo uma drama sem foco, meu pensamento substancial ainda é expansivo, eu me perco nas linhas por excesso de equívocos, por considerações tão intimas que, sou capaz de fazer sexo sem usar a genitália para transportar o prazer cósmico para o meu corpo.

Recolher tudo de novo, já que os ventos não podem resumir os ritmos cardíacos que tem, acolhido minhas horas de sofrimento, eu vivo um sonho horrível noturno.

Vamos lá, eu sempre preciso morrer todos os dias, é um luto quase cruel, mas confesso, delicio-me com minhas próprias fantasias.

Do passado mais distante, eu traço minha contestação sobre a individualidade que anda com suas milhares de pernas pelo mundo, procurando um abrigo raso, com medo do ego ser tão profundo.

Que consciência de ego traído este meu!

De fato, estou um pouco mais que apaixonada desta vez, eu sinto!

Pressinto que neste sólido “estar”,  ando sendo alvo do inconsciente mais latente, que de tão ardente, queima-me como brasa, arranca-me este coração e transporta-me para o sub-mundo-vivido.

Já senti muitas coisas pelas quais, fiquei longe do instante verdadeiro, aquele instante pelo qual, eu não trocaria a eternidade, sim, aqueles instantes em que, sou feliz, e esqueço  o porque disso.

Esta descontinuidade deformada da minha existência, me torna criativa, as vezes destrutiva, por outras, sou eu mesmo vivendo o outro com intensidade. 

Que papo é esse, meu altruísmo ainda tenta me deixar muda!

Por outro lado, entregam –me um esquema ingênuo, neurótico e infantil que guardo na minha mente a sete chaves.

Tempo ainda é tempo, e eu quando o vivo , ainda sou muito teórica. Livrai-me disto! Lave-me imaginação!

Eu não quero que tudo dure para sempre, eu apenas quero que tudo dure um tempo, suficiente para que eu , consiga imortalizar o que senti durante a passagem dele.