domingo, 11 de maio de 2014

:: RE LANÇAR ::

De repente a noite chega e um suspiro interno me acomete!
E na ilusão das horas que não se cansam de passar em mim,
Reflete a saudade que você me ensinou a ter.
Um sentimento que revira a minha alma,
Que faz com que a cada segundo eu tema cada vez mais a sua distância
E que trás nesta distância um dissabor de não ter o seu afago.
Amago perfurado!
Gosto de dormir no seu silêncio,
Respirar nos seus cabelos, jogados, lançados em suas costas.
Branca!
Como um céu rasgado por um avião em uma tarde de inverno.
Vejo luzes nos seus olhos, um tráfego de emoções por todos os lados.
Percebo brotar de seus lábios palavras, cada sílaba por você pronunciada em meus ouvidos,
Tecem um poema em minha mente.
Translucida!
Nas curvas do seu ombro, percebo as veredas da vida, percorrendo lentamente cada milímetro do seu corpo, nu, estirado nos lençóis coloridos que me consolam nas noites vazias.
Não consigo ficar longe do seu cheiro que me remete ao aroma do amor originário.
O seu viver é o meu alvorecer, nada seu que passa diante dos meus olhos se perde.
É como se eu pudesse ver no seu andar, um caminho novo a cada instante.
Perco-me nos fios de seus cabelos, gosto de me enroscar nos seus desejos,
Como se eu pudesse desenhar cada pedido meu, nos seus cílios quando beijo seus olhos.
E você me responde com um sorriso de canto, amoroso que desvenda o meu querer.
Consigo ver um desfile mágico quando você vem em minha direção.
É como se um vendaval acontecesse ao nosso redor e de repente a calmaria se dá quando você me abraça.
Você me recebe, me acolhe, invoca meus desejos mais íntimos quando me olha e me vê te olhar.
Toco-te, aonde seus olhos me devoram e me revelam, você se faz insinuadora e me invade.
Nos seus suspiros a minha vaidade se enobrece.
Na sua língua a minha palavra se emudece.
Nas suas pernas a minha malícia se faz.
Nos seus braços a minha fraqueza se esvai.
Em meus punhos a sua força se esvai.
E em tudo que eu penso, imagino ou construo você se faz presente.
Em cada batida do meu coração, sinto o ritmo da sua paixão que me orquestra.
No meu futuro, só existe o nosso existir.
Tudo que percebo no mundo, tem um toque da sua leveza, a mesma que me trás paz e harmonia.
Que me serve de calmaria para os dias que são intermináveis sem ter a sua vigia.
No nosso amor eu não me canso, não me irrito, não me constranjo!
Eu me recrio para te poetar todas as vezes que eu quero você a meu lado.
E no apagar da luz, em minha memória vive e sempre viverá o nosso retrato.
Eu cá e você ai, nós distantes, mas sorrindo e nos amando.
E nesta noite de quinta – feira eu sem você, me despeço nesta prosa,
Rimando, sorrindo e neste desassossego, fico na nossa saudade, chorando...


::ENGRENAGENS OBSCURAS::

Introspecção...
O que é de comum acordo, levantar todos os dias para aprender a viver?
Qual o gosto verdadeiro do amargo se não da lágrima que não rola do nosso rosto quando a felicidade também fere?
Então temos um pouco de loucura aqui por outro lado, estamos conectados a uma experiência doentia de sentimentos obscuros.
Vamos lá um pé por vez esta lama está nos afundando não adianta tentar driblar a força do corpo que nos carrega para o abismo.
O que queremos de verdade ?
Uma pele que possa ser arrebentada pelo frio que vem de nossa ancestralidade.
Puxe tudo para cima a luz parece maior deste ângulo.
Não adianta tentar mentir quando tudo que você acredita começa a despencar em cima da sua cabeça.
Tem um gigante andando em meu quintal e ele parece querer esmagar minha sanidade.
Eu deixo as borboletas rodopiarem no meu quarto em um ritual de desejo e morte.
Renascimento!
A frequência está organizada e tudo está freneticamente acelerado em meus sonhos.
Ouvi falar que uma águia trouxe um flash de tristeza no seu bico dourado e eu estou tomando todas as medidas possíveis para não ver refletido neste sol tudo aquilo que eu deixei passar no passado.
Calma, não pode ser somente um sonho eu não estou satisfeita o suficiente para recordar tantas reflexões.
Está tudo descontinuo, desencontrado com as minhas abstrações.
Sinto-me penetrada, invadida e usada por um tempo que só quer me interrogar e me submeter a uma realidade alternativa.
Eu posso aprender a me concentrar quando o trem arrasta seus vagões em direção ao abismo
Mas isso eu não consigo com os pés fincados a um chão tão gelado.
O meu inconsciente desenha sua abordagem mais profanas no meu consciente.
E então o que eu posso fazer a não ser observar a mim mesmo quando estou me deleitando com toda esta paranoia?
E se isso tudo durar para sempre para onde eu vou para me consultar a respeito das minhas estradas bifurcadas?
Estou autorizada a chorar?
Encontro-me em chamas e as labaredas estão consumindo meu ódio.
Este fogo é revelador, porque eu sempre quis me concentrar em algo que eu pudesse sentir de forma originaria e fortificada.
Eu não posso intimidar esta dor, eu não posso limitar os meus desejos.
Então eu vou desejar que isso tudo seja ácido e tóxico como as palavras que lanço nestas páginas.
Porque eu peguei o ladrão e ainda sim me sinto roubada pelo acaso.
Uma névoa se aproxima do meu peito e eu sinto um furacão me suspender do chão.
E algumas horas eu estava tão ausente que não consegui presenciar que isso estava tão perto.
Sinto muito, mas eu não posso colocar tudo que eu aprendi sobre a decepção nesta frustação imaginária.
Tão insuportavelmente eu vou indo, caminhando sobre um nevoeiro aonde as pessoas usam uma espécie de rosto diabólico e assustador.
Eu não fico nesta realidade por muito tempo, então eu preciso me segurar para que o vento não me arraste para aquele lugar aonde as coisas fazem tão pouco sentido quanto a minha falta de noção do que é real.
Felicidade o que você fez comigo?
Tristeza o que resta de mim depois que você se abrigou na minha alma?
Longe demais, vendo as ruas sumirem da minha visão.
Escute, tem um gerador barulhento em meus ouvidos estão querendo me fazer alucinar.
Engrenagens obscuras, eu não consigo simplesmente dormir para me recuperar.
Penetre em mim, eu preciso que algo me invada, porque eu estou imitando algo que eu já conheço bem, minha falta de vida.
É tudo meu tudo amargamente me pertence e posso pegar quando eu quiser mas não sei aonde guardar...