domingo, 24 de julho de 2016

::SOBRE A NOITE::



A minha noite é longa, desastrosa, acolhedora, produtiva e não me cansa.
A minha noite é acesa, de luz, cigarro e pensamento.
A noite é quando eu não me deito, eu apenas sou a noite.
A noite é um rastro, um desenho que desenha em mim.
A noite é veloz quando estou parada e é lenta quando estou com ela.
Na noite vivo o absurdo da vida, o espanto do tempo caótico.
A noite é aonde eu me amo, me devoro, me odeio e ressuscito.
O tempo da noite é um tempo escuro, que vai se revelando pouco a pouco, até que a minha luz se esvai.
De noite é onde eu sou.
De noite é aonde eu não sou.
À noite, pouco escuto de minha voz, mas a noite me escuta.
À noite trás minhas revelações, segredos e medos.
Não tenho medo da noite e ela nunca me abandonou.
A noite pode ser só, eu não, com a noite nunca estou mergulhada na solidão.
Meus fantasmas e memórias vivem na noite.
Na noite é aonde vivo e revivo intensamente todo o dia que se passou.
O dia que se passou, vem conversar comigo a noite.
À noite eu medito, balbucio e me resguardo.
À noite eu penso, sou pensada e sou noite.
Penumbra não me cega, luz demais não me arde.
A noite é quando visito meus livros, minhas contas, glórias e derrotas.
Com a noite eu apreendo tudo aquilo que passou em branco.
Tudo que passou por mim, vem tagarelar na minha mente, a noite.
A noite não tem feiura, não tem civilização, a noite é estranha e arquitetônica.
À noite trás o uivo dos animais que moram em mim.
À noite me deixa primitiva.
Na noite eu não abandono minhas perspectivas e poesias.
De noite eu choro e solto risadas.
À noite eu sou silêncio que me denuncia.
À noite sou sem fim.
À noite eu sou histérica, mística e real.
À noite eu sou imaginária e substancial.



segunda-feira, 4 de julho de 2016

:: AMOR ::

Amei, nasci.
Nasci, amando.
Cresci, amando.
Morrerei te amando.
Que destino tenho eu se não o do amor?
E que rota tomará meu destino se não a do seu caminho para te amar?
Amo-te de manhã, a tarde e a noite.
No escuro, no claro e no desvelado.
Amo à medida que o amor não arrebenta.
Só arrebento meus dentes de riso por te amar tanto.
Grito de felicidade por te amar.
No silêncio também estou te amando, vorazmente.
Amo-te do ângulo de cima, do lado, de baixo, por dentro e por fora.
Amo-te aonde o dia ainda nem nasceu e a escuridão irá chegar.
Amo-te nos versos, nas páginas dos jornais de notícias cotidianas.
Amo-te no outdoor calado e na voz que vem dos amantes enfurecidos.
Amo-te sem roupa, com roupa, de sapato ou vestida de eu.
Amo-te aonde não há espaço,.
Amo-te no esconderijo do mistério do mundo.
Amo-te em toda sua beleza e inteligência.
Amo-te na sua lealdade e fidelidade.
Amo-te por toda sua força e coragem.
Amo-te com orgulho e com intensidade.
E que presente quero eu, maior do que esse amor que sinto?
Talvez, multiplicar esse amor e distribuir em cada molécula do seu corpo, para você ver e sentir o meu amor.
O amor da amada, que é arrebatada pelo seu amar.
Amo-te no percurso do tempo, do lugar, do agora, do jamais e do para sempre.
Tudo que é universal, amor!
Tudo que é você, amor!
Você é o meu amor universal.
O meu amor que ri, que chora, que abraça, que soluça, que espirra e que é amor em tudo no todo.
Você é amor, meu amor é o seu caminho em cada passo que eu der.
Em cada passo, tem amor, o nosso amor é um trajeto a ser cumprido.
Trajeto de amor, não fecha, só abre o coração e a alma.
Estamos entrelaçadas, designadas a viver um mundo de descobertas.
O meu destino caminha na direção que sopra o vento que trouxe você à vida.

O meu destino é você, amor.