segunda-feira, 23 de março de 2009

...PAINEIS...

Eu sinto, eu posso sentir...

 

Ela aborta suas necessidades, ela está atravessando o rio da dor.

Os ventos são fortes e ela não desiste de dançar.

Os pratos estão todos sujos, as compreensões estão desgastadas.

Reorganizando tudo, ela irá explodir!

Ela está andando fora dos trilhos, eu posso reparar nos seus riscos mais profundos.

Agora eu  não posso lhe dar a mão, o tempo está curto e eu estou separada do mundo.

É fácil, tão fácil, eu vejo a dor, eu vejo a tristeza rondar o medo dela.

A felicidade está apertada, e os olhos dela vivem úmidos.

Eu quero desatar os nós, eu quero destruir os vínculos que temos com a saudade.

Ela suja sua mente, ela abusa do mal que quer o seu próprio corpo destruir.

Ela não quer que o tempo acabe...ela não quer o tempo!

Para onde estamos indo desta vez?

Eu tenho que usar o “nós”, pois, sinto que estou andando rápido demais,

A ponto de ver as janelas abrirem e fecharem muito lentamente.

As conseqüências, para onde estamos indo, para o barco que vive sozinho no fundo do oceano triste.

Que lugar é esse que eu cismo em tentar descrever?

Sorria, seus lábios não podem mais anunciar o seu rancor.

Lá fora todos estão vivos, e aqui o frio é matador.

Os ossos congelados, o rosto arruinado pelas expressões de inércia.

Mantenha –se viva!

Acorde, as nuvens ainda estão lá foras para lavar a sua angústia...

 

sexta-feira, 13 de março de 2009

...SUB MUNDO...

Sinto o gosto do amanhecer secar os meus lábios...

 

Eu ouço o som vindo do meu peito,

Meu coração está em chamas.

Não mais sou triste, não mais triste, por delirar.

O que então sinto que, tanto pressinto triunfar em mim uma criativa vontade de sonhar?

Eu me afogo na atualidade.

Mas volto a ter ar,  no clássico romantismo do eu, calado.

Sinto –me um embrião, louca, com meus devaneios rastejando em meus cabelos.

O desprezo do meu ventre, faz minha mente rodopiar.

Delicados movimentos suaves, agitam as árvores que brotam dos meus pensamentos.

Alguns deles muito insanos, outros carregados com a leveza da minha infância.

Não sinto cheiro de medo, eu ando ausente em acomodar-me com antigos hábitos noturnos.

Aqueles que, alimentam meu passado e fecham as cortinas do meu consciente.

Que chovam os pálidos olhos modernos.

Tudo em mim, nasce do impacto.

Vale dizer que, não prossigo com batalhas cansadas.

Já bebi todo suor que vivia escondido nas minhas feridas juvenis.

Agora as figuras estão caindo no penhasco.

Observo-me atenta, obscuramente não tenho mais vigiado a minha insegurança.

Esbarro no sarcasmo!

Não posso subtrair as sentenças pelas quais, fui julgada e punida pelos fenômenos do mundo.

Eu sempre vejo as portas sendo abertas pelo destino.

Não como previsão, mas como sentido do sensível tocando-me o útero molestado pela vaidade.

Vida humana, vida sub-mundana, vida dentro do sol, o colapso estéril.

Ando histérica e cheia de gente.

Caminho entre os arbustos negros aterrorizados com suas histórias míticas.

A energia é de queimar qualquer karma,

E a experiência é feroz como um bruto desfecho com a alma.

Não mais viverei eu sob a verdade,

Ela agora viverá sobre mim.

Vou restitui-me!

Agarro o acaso pelas pernas, resistindo o doce gosto do prazer momentâneo...

Empenho-me nas palavras par dizer que, hoje eu não vou ser covarde!

Agora o domínio custa caro, e o enigma da vida brota no tédio do cansaço.

Nem mais consigo eu, dormir... exponho-me ao léu.

Nos mundos, sub-mundos, aterrada com sucatas de experiências desafinadas.

Fiquei muda!

Mudei!

 

quarta-feira, 11 de março de 2009

...IDENTIDADE...

Alguém me diz que, eu preciso sorrir.

Mesmo que seja este meu sorriso calado de canto envergonhado, eu tento.

A vida anda em linhas tortas, e eu ando desgovernada.

O tempo anda rápido e as minhas pernas estão cansadas demais deste ritmo louco.

A intensidade me acompanha, nos abraços da saudade eu continuo caminhando.

A lentidão da manhã deita nos meus braços, em traços eu desenho minha humildade.

Se eu não fosse humana, seria um animal que vaga entre as luzes perdidas da cidade,

Procurando abrigo nas horas escuras desta metrópole covarde.

Então, alguém vê a escuridão, por onde eu atravesso instantes cheia de descontentamento?

Não é preciso, é esta a necessidade na qual, vivo atropelando a minha sinceridade.

Um vulgo, um sensível vulgo, a densidade das paixões caem sobre terra.

Eu amo um atraso atrás do outro, eu vivo um antecedente social.

Não existe uma precária situação moral, existe um vinculo social atrapalhado.

Eu fecho meus olhos e o que vejo, novamente um delírio sob um sol de 40 graus.

As minhas mãos estão frias, e hoje o aconchego da minha alma, não basta!

Eu crio situações em que, eu possa estar confortável com o mundo que eu construo,

A partir das coisas que eu tenho visto nos meus sonhos.

Ali, contos de fadas e realidades misturam-se em um perfeito balé de sentimentos.

A tristeza me acompanha, não me sinto tão mal, sinto –me apenas responsável pela dor que,

Atravessa meu sorriso e morre no meu coração.

Eu não aprendi a dizer as coisas que estão no meu ego, meu ego anda infantil demais,

Chorando, trabalhando, constituindo a minha fala egoíca – sensorial.

Ah quem diga que, eu possa morrer tentando descobrir a vida.

A vida morre todos os dias, e eu renasço em um estardalhaço da minha existência.

E, existir, é difícil, complexo e mui prazeroso.

Viver diante do bem e do mal, trás de volta a minha paz, leveza e paixão pelo desconhecido.

Estou conectada a algo que não sei descrever, não monto planos, eles me consomem.

Sou possuída pelo agora, e agora eu vivo intensamente este viver dentro do mundo substancial.

O imaginário cria a minha identidade que, perco todas as vezes que tento manter uma certeza.

Eu desmonto a vida, preencho meus vazios e logo, volto a ser o que eu não imaginei que seria.

Eu, no outro eu, sendo teu no meu eu !

quinta-feira, 5 de março de 2009

...EXIGENCIA...

Então, eu ouvia todo aquele barulho que brotava dentro de mim...

 

Meus lábios mexiam –se mas nada diziam!

Em nome de que eu estava muda?

Parecia que meus olhos estavam prestes a explodir de vez, a imensidão da minha dor, era mais do física e sentimental, era divina!

Pouco importava para mim, prestei atenção nos ângulos de minha existência que queriam me prender neste lugar estranho chamado , desconhecido.

Não fui grossa, em nenhum momento eu me abstive de dizer nada, por isso a luz apagou-se lentamente.

Que maldito diálogo era aquele?

Eu falava mais de que meus ouvidos mereciam de presente. Eu estava ali apenas atuando como julgadora.

Lagrimas finas, com camadas de solidão áspera, quase vulgar.

E esta necessidade terrível de praticar o sistema evolutivo mental, causou-me náusea.

O que era aquilo que brotava de mim?

Lamas escorriam pelos meus olhos, meus pés inchados de tanta persistência, eu não queria descansar, queria o fim de tudo.

Não era esse o real prazer das coisas, eu ainda fico tremula quando penso que o peso da minha consciência  causa atraso na minha imanência.

Minhas veias pareciam vermes gigantes, prontos para cuspir ódio.

Era inegavelmente um sonho dentro de uma vida sonhada.

Um inferno, eu vivi um inferno em menos de uma vida toda.

Que sofrimento voraz este que me consome?

É mais do que amor, é como querer morrer amando eternamente, não faço sentido algum neste momento.

Vou perpetuando algumas conseqüências, o dia de abrir a mente e deixar a lua me banhar de escuridão.

Ora ora, não sei mais ser tão mórbida, brinco com a realidade como se ela fosse irreal.

Mas olha, que grandiosa diferença faz pensar em mim neste segundo....

Pensar, olhar, reclamar, chorar e ser mimada por mim mesma.

E tudo por causa de, sei lá o que acontece quando eu penso sozinha no meu quarto.

As horas ali parecem intermináveis, mas eu existo, bom, até onde eu sei, existo e preciso ser absolvida pela minha própria moral.

Ser sensível não era possível para mim ser neste instante.

Eu me teria usada por anos... as minhas bordas estavam arregaçadas pela angústia.

Fui infernal e livre, não me preocupando com o quanto eu teria de me contorcer para entrar neste mundo.

E cá estou eu!

Pequena....

terça-feira, 3 de março de 2009

....ABSURDOS...

o que realmente acontecia que eu não estava percebendo que poderia mudar?

Falo do que reina dentro, lá no fundo da minha alma!

Quanto acatamento de regras, reportar ao fundo da minha existência uma salvação para os meus dias de morte.

Eu ando perdida, carregando esperança debaixo dos braços cansados, fadiga múltipla de quem, obviamente trata-se de uma viajante.

Um ventre que não assopra os ventos do oriente, eu parecida mais com uma idosa cheia de evidencias de uma juventude pouco ingênua.

Dezenas de pensamentos rodeiam os meus ancestrais sucessores da minha carência.

Não vou falar que não farejo maldade de longe, meu faro é de loba, não tem mistério,

Quando aprendi a abrir-me para os jornais dos mortos, reparei o quanto estava mística.

Ao mesmo tempo que nas recordações eu me perdia, eu recriava um mundo cheio de ossos,

Valiosos, um trânsito pesado de sentidos violados.

Eu nunca temi a morte, mas, corria da vida quando ela tentava me abraçar.

Hoje, apesar da pouca distancia de mim mesmo, aprendi a revogar os meus direitos,

A bater as perninhas quando a minha fonte do desconhecido se esgota.

Abro-me ao novo!

Em poucos minutos vou deixando este mundo...

Em um piscar de olhos, resolvo não mais pronunciar a vaidade que está contida em minha alma.

Quantas luzes, vagalumes loucos, fibras energéticas desfilando na minha frente,

Pudera eu, cheia de descompostura as vezes irrito-me até mesmo com a cor do céu.

Pobre de mim!

Não vou falar mal dos indícios porque, eu não tenho vida irreversível.

Certamente seria um absurdo eu concordar que estou o tempo todo perdida, pois,

Justamente quando estou perdida, entro em um caminho pelo qual já conhecia.

Que diabos eu quero também, vivo sempre rodeando os anfitriões do destino,

Eles as vezes fazem pouco caso e não dão um só sinal de vida quando quero.

Não podem eles imaginar até que ponto eu estou aflita esperando respostas.

É um golpe baixo, eventualidades espalhadas pelos cantos obscuros da minha consciência.

Dali, brotam simbologias, inevitavelmente eu vivo o sonho do nunca – mais.

Vou eu dizer para o mundo que não sou isso mesmo, majestade!

Tratando-se de um assunto um tanto que medíocre, falar de mim, já é absurdo.

Aprendi a ser delicada, boas noites de falta de sono, lá fora eu resgatei a minha permanência suave nesta noz.

Primeiro eu resolvo voar, agora quero fincar-me de vez neste mundo, ah vivi!

Lembrei – me de outonos quentes, de invernos pavorosos, de primaveras sutis, e cai no maior verão cheio de tempestades.

Os devaneios que tanto amo, acolhem – me do falso paraíso.

Estou só, por este caminho, meu coração, dominado pela sensação do novo.

O amor por aqui não grita e nem geme, ele sussurra baixinho, satisfeito.

Se eu resolver morrer de novo, não abstenho- me de sentir a eminência me tocar.

Estou refrescando a mente, a maré está alta.

Está por vir a grande lua cheia!!!!