quarta-feira, 28 de maio de 2008

...VERTICAL...

Atacada pelo tempo, a doce melancolia tem agora os meus braços como repouso...
Não suspender as duvidas até o céu, o encanto do desencontro, lança suas chamas para dentro do meus olhos.
Os telhados imóveis, agora estão pegando fogo, a demolição da entidade apavorada pelo tempo minucioso que, posso sentir passar entre meus dedos, acabando assim com a minha sede de dormir para não mais acordar.
A quem diga: enlouqueceu mulher?
Para esses eu respondo com astucia: Enlouqueci não, eu sempre fui louca, mergulhando em meus devaneios, arrancando as colchas de retalho do imaginário, contrapondo dimensões entre mundos noturnos tão pouco perceptíveis para quem escolheu estar dormindo.
E de repente, um lapso, o mundo em milhares de pedaços, a virgindade do caos atrofiado pelos monótonos desejos resgatados através da linguagem imperfeita de quem, vive tentando engolir a verdade nua e crua, coitados, se esqueceram novamente da lição do universo: são muitas máscaras, muitíssimas vertentes de consumo de verdades, meias- verdades nas pernas do fenômeno.
Não existe o laço desta liberdade com libertinagem fluida, que escorre pelos arredores do substancial violentado pelo urbano masoquista.
O acaso é o sexo dos deuses clássicos com os contemporâneos! Orgasmo existencial.
Medo, escória cada vez mais tentadora, com seus tentáculos superficiais que puxam as almas dos corpos pútridos que, amanhecem e adormecem, nas mesmas condições em que nasceram, apenas se contentam em ver a luz, renegando assim a experiência da escuridão.
Evoluir, sentir, desenvolver o papel do “estar”,
Sentar-se a margem e conseguir ser tragada para o berço do indizível senhor tempo de si, nestas temporadas é quase que um suicídio aleatório.
O coletivo de buracos transversais que passeiam a olho nu para serem vistos como saídas de emergência.

Amnéris já dizia:
A maior tentação de quem viveu o “instante-ruptura-nunca-mais” é revelar o que encontrou. O que se quer é contar, narrar, descrever o que se deu a conhecer. E sempre há frustração porque não é possível narrar ou descrever o que foi vivido. Sabe-se que instante é indizível e, ainda assim, continuar-se-á pateticamente tentando contar o que foi vivido. Às vezes, ao se valer de imagens, de metáforas, de alegorias, figuras de linguagem, quase se é bem-sucedido. Assim, está-se obrigado a desenvolver a imaginação.

Então eu fico em silêncio....esperando o momento certo para soltar o verbo!

terça-feira, 13 de maio de 2008

... A TORRE...

A torre está caindo!
Eu vejo os pedaços de carne espalhados pelo chão.
Os olhos estão perseguindo o passado que está sendo sentido no presente.
Estou indo longe demais, talvez minhas asas estejam cansadas, por isso racharam.
Um tempo encontra o outro, acontece o choque, eu queimo o papel de parede antigo,
Rabisco com meu sangue, toda a minha história, contando os fatos nas linhas da mão.
Não precisa ficar com medo, estou concentrada, penetrando o meu consciente,
Sendo movida pela intuição, mas com as bordas da imaginação encostadas na razão.
Minha cabeça parece que está pronta para explodir,
Meu peito está aberto, recebendo os corvos que voam em minha direção.
Estou brigando com o inimigo interior, e ele sabe quem eu sou, e eu desconheço suas certezas.
O livro negro foi aberto, e as silabas misturam-se entre si,
Os caminhos estão cruzados, Eros dança com o bobo da corte,
A rainha desce as escadas, e encontra suas feridas desenhadas em quadros por todo castelo.
A ilustração do bem e do mal, construídas com as tintas do sofrimento evolutivo.
Os degraus estão pegando fogo, e ela é imune, suas chamas interiores controlam sua fúria.
O relógio agrava o seu tempo, e agora não resta mais segundos, são milhares de tempos,
Possuindo o mesmo corpo, ascendendo as luzes na escuridão falsa, os pensamentos estão caindo, ela teme, algo vai acontecer e a discórdia sorri no final do túnel.
É um novo capitulo sendo escrito, e as ausências não serão mais supridas,
A solidão absoluta encontra –se petrificada, os raios entram e saem dos lábios abertos da saudade.


A insanidade é aceita, agora o feminino e o masculino caminham de mãos dadas,
A pele vai descolando do corpo, os ossos brilham como diamantes.
Acontece um “déjá vu” constante, o limite está sendo alterado,
As decisões alteradas, a considerações alienadas para o sul,
As construções conversam entre si,
É o fera sendo dominada pelo entendimento da felicidade que caminha por debaixo das veias.
O dragão abraça o corpo congelado agora, mas aparecem os outros sentidos,
E com suas tochas potentes, queimam o dragão feroz e ele volta para dentro da alma da rainha.
O mundo é engolido por duas serpentes, elas formam um anel, a serpente clara engole a escura serpente que geme de dor e que vê seus pesadelos, quando tenta pela ultima vez trocar de pele.
Wake Up!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

....MISTERIO...

Não vou mais fugir da tristeza!
Já que fui separada de mim mesma por tanto tempo.
As ruas novamente estão desertas e eu continuo vendo sentido nesta ausência,
Não quero ir embora ,por me sentir tão indiferente quanto a minha solidão.
Porque, eu quebrei todas as cascas e o que vi foi totalmente assustador.
Vi milhares de máscaras machucando as faces de milhares de rostos inundados por lágrimas apelativas, querendo uma falsa demonstração de solidariedade.
Sou fria as vezes, mas isso não faz com que eu deixe de lado as montanhas que já escalei.
Agora não adianta tentar sair pela janela, já que cansamos de arrombar as portas do nosso pensamento,
Fechando os olhos, eu tenho a sensação de estar sobrevoando a minha identidade,
Resgatando lentamente o que me foi perdido nas condições do meu congelamento temporal.
É essa paisagem que eu sempre quis enxergar e fiquei presa a uma banheira ácida de ilusões.
Está ficando tudo estranho agora, sinto que estou perdendo a mim mesma,
Dizendo coisas que eu jamais tive vocação para dizer, e eu me sinto triste, e isso me torna criativa.
Isso não é tudo, eu procurei dentro de mim, todas razões para ficar dentro de um mundo só,
E acabei encontrando milhares de universos, cruzando a minha imaginação e descendo com velocidade chocando-se com o meu terreno.
A fantasia do amor, revestida por pureza, a fragilidade nos princípios, a modéstia intelectual, o resgate da finitude.
O medo do severo, inclinação as fábulas antigas, que contadas ao contrário, refletem a tragédia de Hamlet.
A contra – posição do acaso ao descaso do individuo preso ao presente, desvendando assim, a cor negra que habita o íntimo substancial.
O refúgio no falso bem, a moradia do mal instalado, penetrando no senso comum existencial.
O mergulho no fundo do abismo, a intimidade da necessidade, o escarro do individuo armado com suas mágoas frenéticas, montados em seus cavalos esqueletos amaldiçoados pelo tempo que, corre ao contrário do contexto histórico mal solucionado.
A correnteza das imensas quedas emotivas, despencando nas almas perdidas, que são lançadas ao calabouço da falsa riqueza infantil, guardadas pelos anjos celestiais com seus demônios estampados no peito.
O Final que não chega, o bastardo ascende suas ultimas velas e a escuridão se aproxima do castelo de areia, montagem celestial para quem não quer atravessar a ponte do eu nunca sozinho para o eu em si.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

...CIRCULOS INVISIVEIS...

Vamos as conexões Vivisticas!

Está rolando uma esquizofrenia!

Quando junto todas as sensações, rabisco alternados com força total que, vão brotando de uma coleção imensa de profundas interiorizações sensíveis. Arrumando as malas para uma nova jornada, o coração veste a roupa antiga do desespero despido de suas contradições amarguráveis. O incógnito busca o mistério do fundo da persistência existencial.

Andar em círculos, deixar rastros, viver aos avessos, ter mil construções arquitetadas pela vivência manchada pela transitoriedade da evolução cósmica que, interfere nesta minha pele, que nada tem de cordeiro e tão pouco de loba. A anfitriã toma o seu último gole de ansiedade, e vê tudo cair diante de seus olhos.

Não estou mais sufocando, estou tentando não cravar meus sonhos nesta superfície negra de ilusões assombrosas, aonde meus ossos tem a resistência insana, quase feitos de aço. Eu me despedaço mil vezes se assim for preciso e não vou renascer como fênix, vou voltar a trajetória que está lançada além do simples e tão pouco natural acaso.

Se liberdade for tudo isso que tenho consumido através do que me está sendo revelado, quero construir um novo modo de ter asas, mas que eu não fique somente presa ao deslumbre fanático de certezas apenas fantasiosas.

No final, não tem final, tudo é sempre um deslize mais do que humano, e não tem desculpas quando estamos na freqüência do particular para com outrem. Todos estão acompanhados, sim, tem suas meta-presenças, amigos, refúgios, escandalosos ápices de multidões que são extravagantes e tão pouco sutis, e eu? Estou rasgando as falas repetitivas por mim descritas, para conquistar a cegueira perfeita, não quero ver, quero escutar, só isso. Não quero ter mil ao meu lado, e entre mim e o mundo, um conquistador passeio entre milhares de chutes de asteróides que brotam do íntimo cantando a historicidade pequenez de um mortal contexto, rebaixado a excessivas sílabas, não quero um tumulto eu quero a paz. Do lado de dentro, sou eu, sim, quem vos escreve que, não persegue somente o mal e não inventa o desvio do bem, não vou mais deixar que a Viviane fuja!!!

Não quero ser grande, quero ser sempre um grão para poder passear por dentro de tudo, e poder ter a sensação de seguir esta vida, sem pretensões, com muita poesia, lagrimas, sorrisos, mas saber que a proteção que eu sempre pensei que vinha do mundo, mora em mim desde que, aprendi a ver o amanhã como fragmento do que me é sentido agora.