Atacada pelo tempo, a doce melancolia tem agora os meus braços como repouso...
Não suspender as duvidas até o céu, o encanto do desencontro, lança suas chamas para dentro do meus olhos.
Os telhados imóveis, agora estão pegando fogo, a demolição da entidade apavorada pelo tempo minucioso que, posso sentir passar entre meus dedos, acabando assim com a minha sede de dormir para não mais acordar.
A quem diga: enlouqueceu mulher?
Para esses eu respondo com astucia: Enlouqueci não, eu sempre fui louca, mergulhando em meus devaneios, arrancando as colchas de retalho do imaginário, contrapondo dimensões entre mundos noturnos tão pouco perceptíveis para quem escolheu estar dormindo.
E de repente, um lapso, o mundo em milhares de pedaços, a virgindade do caos atrofiado pelos monótonos desejos resgatados através da linguagem imperfeita de quem, vive tentando engolir a verdade nua e crua, coitados, se esqueceram novamente da lição do universo: são muitas máscaras, muitíssimas vertentes de consumo de verdades, meias- verdades nas pernas do fenômeno.
Não existe o laço desta liberdade com libertinagem fluida, que escorre pelos arredores do substancial violentado pelo urbano masoquista.
O acaso é o sexo dos deuses clássicos com os contemporâneos! Orgasmo existencial.
Medo, escória cada vez mais tentadora, com seus tentáculos superficiais que puxam as almas dos corpos pútridos que, amanhecem e adormecem, nas mesmas condições em que nasceram, apenas se contentam em ver a luz, renegando assim a experiência da escuridão.
Evoluir, sentir, desenvolver o papel do “estar”,
Sentar-se a margem e conseguir ser tragada para o berço do indizível senhor tempo de si, nestas temporadas é quase que um suicídio aleatório.
O coletivo de buracos transversais que passeiam a olho nu para serem vistos como saídas de emergência.
Amnéris já dizia:
A maior tentação de quem viveu o “instante-ruptura-nunca-mais” é revelar o que encontrou. O que se quer é contar, narrar, descrever o que se deu a conhecer. E sempre há frustração porque não é possível narrar ou descrever o que foi vivido. Sabe-se que instante é indizível e, ainda assim, continuar-se-á pateticamente tentando contar o que foi vivido. Às vezes, ao se valer de imagens, de metáforas, de alegorias, figuras de linguagem, quase se é bem-sucedido. Assim, está-se obrigado a desenvolver a imaginação.
Então eu fico em silêncio....esperando o momento certo para soltar o verbo!
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