quarta-feira, 30 de setembro de 2009

::ENTIFICANDO::

O corpo encena o momento intimo, eu narro às sensações do estar no templo sagrado carnal...

Sem mérito algum, poeticamente eu abro o vazio inegável da minha existência.

O que ando vivendo não é possível narrar, é um transbordamento de sentidos, um prazer inigualável, uma tempestade formando-se dentro de minhas artérias...

A vida é poesia do desejo, a continuidade puxa a correspondência da atração pelo outro ente.

Demonstro o raso passo da liberdade e a profunda passagem pela linguagem do espírito solitário que salta de uma dimensão à outra, tentando habitar um tempo honesto e revelador.

Ando acompanhando o movimento do “estado oculto” do segredo não revelado, criações que criam conflito com a moralidade.

Não basta o encobrimento, eu interpreto as coisas que tenho nos espaços intensificados, como entificação do meu ser-ali.

Estou em estado de graça, desmembrada pelas minhas raízes no passado lançadas no presente.

Principio de correspondência, finalmente eu sinto uma possibilidade enorme de ser feliz por alguns instantes... e isso me deixa em êxtase!

Não posso virar as costas para as coisas que surgem no meu caminho, surgir para mim, já é o próprio fenômeno em si revelado para ser vivenciado.

Eu quero transmitir tudo isso, e não posso acolher outra perspectiva por enquanto...

Vou vivenciar as coisas do modo que elas se apresentam, sem medo de cair no abismo futuramente...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

::CORO DOS ARCANJOS::

Busco meios pelos quais a vida pode-a –ser um pouco menos raivosa...

Eu vou convertendo astros, sentindo acasos, quebrando os braços do impiedoso passado.

Ando boba, com um lado poético calado, humildemente venho gritar para os montes isolados das civilizações:

- Algo vai ter que mudar novamente!

Meu manual de ódio é anônimo, esta parte irracional freqüenta as casas da inconsciência.

Não quero ser útil, nem quero somente ter ambição para alcançar a vitória parcial.

Não faz sentido, a minha inteligência de mulher-bicho, foi jogada no fogo.

Ela se entregou ao fico, foi consumida pelos meus desejos, não participa por agora das ocorrências presentes.

Esta espécie de inclinação a tragédia, é um encontro entre verso, êxtase e frustração.

Nossa eu posso ouvir, um coro cantando a narrativa da minha comédia interior.

Pensamento na cena, no ato, fenômeno vivido, o paradoxo novamente me conquistou.

Mostra-me personagem!

Revela-me!

Abre meu mistério, rompe minha passagem, desliza em meu desligamento exterior.

Conjura-me!

A vida é minha narrativa, o amor é meu dom avassalador...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

:: É ASSIM::

Não existe vida sem conflito...

A construção de si no mundo, o mundo em si no tudo.

O todo no nada, o nada mergulhado nisso que vivemos agora.

Agora somos o que anteontem fomos.

Esquecemos de sermos esquecidos, convencidos de nossos méritos antigos

Participamos da vida em milhares de fatos, somos alvo do ego reprimido.

Reprimir demanda, comanda, age como uma manada de elefantes loucos,

Esmagando o nosso verdadeiro querer saber e não entender.

E hoje tudo é cósmico, divino, dividindo terra e ares.

Água e lugares desertos em nossa morada do espírito.

Insisto em dizer que, caminhamos sem nos distanciarmos de nossa verdadeira jornada.

Existe uma janela, uma ponto, uma nova morada.

Lá fora existe um sol e uma lua.

Secamos dia após dia, esperando uma Aurora.

Em mim, não causa estragos, eu ando vivendo catando meus cacos por todos os lados.

Nesta dimensão sou mulher primitiva, instintiva, mas sei ainda bordar no chão as minhas emoções experimentadas.

Não existe temperatura para manter algo dentro de mim sem que morra.

Cativada pelo querer, vou seguindo insana e corro para frente daquelas colinas, já não preciso me esconder.

Transbordo, sou ato, fenômeno marcado!

Fui sacada pela amada adrenalina abençoada.

Se for de uma maldição que me rogaram, sinto as circunstancias em mim sem demanda, a cortina da minha alma está aberta, estou no meio do palco, isolada.

Não tem coroa e nem rainha, a guerreira não volta sem um pouco de sangue em sua espada.

Se for mito, eu não omito, se for caos eu não me desfaço!

Nem disfarço quando quero agonizar!

Nada mais faz com que eu fique intimidada pelo medo.

O medo me salva!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

::ESCONDE O SEGREDO::

Um momento infantil rodeava a minha criatividade...

Eu estava querendo uma compaixão, um limite sonoro que voasse através da alma.

Uma delicada folha que se entrega ao destino do vento, agora caia sobre meus pés.

Pés calçados, não mais senti aquela terra bruta sobre minha sola existencial.

Eu queria retribuir a mim mesmo, todo valor e todo custo que um dia entreguei ao mundo.

Era preciso lidar com a vida, usando a paciência que aprendi através do silêncio.

Não sou tola, e uma vez que, exercitei a minha confiança na vida, ela nunca me abandonou.

Posso ver brotar a água de dentro das pedras, e maravilhar-me com tudo que existe no mundo, sem usar de conceitos prontos do que é o ser natural.

Eu sempre penso que estou preparada para viver as coisas mais intensas do cosmo.

Ás vezes eu sou surpreendida com as tempestades e com os ventos do norte.

Não caibo mais naquela cabana isolada do pensamento moderno,

Tudo que tenho visto e sentido, vem de um lugar desconhecido, aonde,

Busco porquês, sem querer obter respostas.

O mistério me cativa a aprender a re-educar o meu aparelho psíquico.

Eu almejo viver realmente, agir diferente com todas as coisas que aparecem fora da minha orbita,

Porém, não sei o que me preencherá de sentimentos ruins ou bons, estes, carrego em mim não como um fardo, mas como um aprendizado da vida aqui.

Com o decorrer do tempo, vi amores, paixões avassaladoras, corações quebrados, anjos tomados pelo “daimon” e não mais me surpreendi...

O que me traz de volta a tona dos fenômenos, é quando eles se manifestam simbolicamente no mundo através de seus sinais.

Este sinais que não consigo deixar passar em branco!

Eu fui tomada pela vida, e a vida tomou todo meu sangue!

Bebeu minha falsa sabedoria, me limpa de tudo que sei a cada dia.

Estou nova, sempre renovando, quero aprender a viver as coisas como elas são, como aparecem, como nascem.

Quero o berço materno do universo para dormir!!!!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

::AGUA NEGRA::

Eu gostaria de guarda a vida dentro de um pequeno baú dentro de minha mente...

Vejo as linhas em volta do sol,

Vejo minhas centenas de construções feitas a aço e pó.

Dentro de um viagem, eu me transformo em uma água velha no topo de uma montanha larga,

Pesada, alta e desvairada.

Escorrem os rios naquelas beiradas, amadas verdes, azuis, águas salgadas.

É setembro, e ainda não compreendo,

O que ainda estou fazendo deitada sob esta chuva de verão.

Dou risada dos sátiros, mergulho no inconsciente, dobrada está minha alma.

Meus braços estão maiores, menores são minhas fraquezas, eu ando afinada e amada.

A vida tem vãos, nada que eu vejo entra e sai de mim sem deixar uma sensação de solidão.

A primavera está pronta para nascer, e com ela também, brotando vem o soneto de separação.

Não tenho tempo para morrer, a morte para mim tornou-se uma grande contradição.

Os mitos são muitos, os que querem ser queridos, esquecidos estão.

Está tudo preparado, a colheita já começou.

Estou diante de um espetáculo individual,

Sei que ainda tenho enganos, passos indecisos, avançando estou.

Não tenho mais interesse algum em quebrar regras, para o mundo eu vou.

Espanei os sentidos das metamorfoses conscientes, o espetáculo da nova jornada me escalou...