O corpo encena o momento intimo, eu narro às sensações do estar no templo sagrado carnal...
Sem mérito algum, poeticamente eu abro o vazio inegável da minha existência.
O que ando vivendo não é possível narrar, é um transbordamento de sentidos, um prazer inigualável, uma tempestade formando-se dentro de minhas artérias...
A vida é poesia do desejo, a continuidade puxa a correspondência da atração pelo outro ente.
Demonstro o raso passo da liberdade e a profunda passagem pela linguagem do espírito solitário que salta de uma dimensão à outra, tentando habitar um tempo honesto e revelador.
Ando acompanhando o movimento do “estado oculto” do segredo não revelado, criações que criam conflito com a moralidade.
Não basta o encobrimento, eu interpreto as coisas que tenho nos espaços intensificados, como entificação do meu ser-ali.
Estou em estado de graça, desmembrada pelas minhas raízes no passado lançadas no presente.
Principio de correspondência, finalmente eu sinto uma possibilidade enorme de ser feliz por alguns instantes... e isso me deixa em êxtase!
Não posso virar as costas para as coisas que surgem no meu caminho, surgir para mim, já é o próprio fenômeno em si revelado para ser vivenciado.
Eu quero transmitir tudo isso, e não posso acolher outra perspectiva por enquanto...
Vou vivenciar as coisas do modo que elas se apresentam, sem medo de cair no abismo futuramente...