sexta-feira, 24 de abril de 2009

...A NOITE...

É um longo trajeto...as curvas do corpo perdido

Branco...pálido e marcado

Veste de vermelho os próprios lábios

Os olhos vestem um tecido desconhecido

Vem o claro e mistura –se com a escuridão

O pescoço dança em conflito com as costas

Os ouvidos esperam um toque de palavras ou suspiros

Pernas laçadas pelo desejo

O céu pinta o aroma da compaixão

Desliza a ponta dos dedos sobre o chão quente

Úmido pelo suor ...pelas lágrimas do corpo foram derramadas

Cobre-se de outro corpo

O frio não chega até sua espinha

Um toque de um lábio ao outro

Traz o fôlego perdido anteriormente

Suprido pela necessidade de ser degustado

Agora lúcida, usou sua nudez para sua própria loucura

O que ela queria, ele teve, mais além do que o permitido

Um olhar atento apreensivo, dominador, vigiam seus cílios

A tocar parte de sua face com nostalgia

É muito frágil e fácil de sentir que seu corpo está arrepiado

Se mantém longe do perigo neste momento

É abraçado com cautela e protegido com sentimentos não mais reprimidos

As mãos tocam levemente seus cabelos...suavemente sem desespero

Levanta-se frente ao espelho

A lua reluz  metade do seu corpo ainda nu

A alma veste a outra parte com arrepios para despistar o tempo

Que agora já não é mais tão percebido

Lava teu rosto com a água pura...o banho que retira a saudade

Não teve medo da insanidade agora sente-se fiel a si mesma

E conquista a liberdade!

Nenhum comentário: