quinta-feira, 18 de novembro de 2010

::Dialogos Obscuros::

Que sonolência estranha é essa?

Parece que existe alguma coisa querendo que eu saia deste mundo.

O outro é desastroso,porém não tem nada de caótico.

Lá o ventre jorra veneno.

Não consigo achar um pedaço de mim.

Algo maior se aproxima, é como se eu pudesse a qualquer momento ser soterrada.

É terra firme, grossa, ingênua, aonde as tempestades fazem suas moradas.

Aonde os ventos fazem curvas e amassam os olhos úmidos e doentes.

São buracos gigantes, portas entre abertas, muros esburacados é a morte.

A cama não está feita, e as figuras agora conversam comigo.

Elas narram suas misérias mais profundas e me fazem rir com toda aquela falsa alegria.

Eu tenho medo, mas medo de que?

Pode ser de quem, de mim?

Ora, se isso não me valesse noites a fora pensando em como eu posso vir-a-ser eu acreditaria.

E acredito, fielmente.

Não é medo deste mundo, talvez, nem do outro e nem dos outros que me cercam.

É medo de uma água rasa que coloco os pés, ela é um rio de ponta cabeça.

Não é da profundidade que eu desconfio.

É de quando eu sair dela, o que eu vou encontrar na margem a me espreitar...