segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

::A vida é tão azeda::

Correndo...


Correr para onde as coisas não venham me maltratar,
Aonde o vento faz com que eu me perca nos redemoinhos.
Dentro de mim, um sentimento de solidão não me deixa dormir.
Estão suspensas as casualidades, os fatos me tornaram mais sensível.
Porque eu escolhi que preciso da dor como companheira, e ela não irá me desapontar.
Eu desmonto as casas que um dia construí com tanto esforço,
Os alicerces estavam apodrecendo e meus sonhos estão fazendo sentido.
Eu ando a mil por hora e tudo que tenho são as bagagens pesadas em minhas costas.
Porque tudo que eu creio que seja real brota da saudade de que um dia eu pude escolher ser feliz.
E eu concretizei até enquanto eu podia, mas não negarei o fracasso que me faz evoluir.
A cidade está parada e eu consigo ver as nuvens aglomerando-se diante da minha cabeça,
E nada mais faz tanto sentido quando, um vazio que me domina a estas horas.
Se você não pode acreditar em tudo que digo,
Eu posso abrir a caixa antiga e deixar que o tempo te revele o quanto tentei te salvar.
Atirei milhares de pedras no rio, e toda aquela movimentação no meu sentimento,
Aquelas falas estranguladas que saiam de mim, não faziam sentido algum,
Até que um dia, fui envolvida pela infelicidade da minha vaidade perdida.
E eu fiquei gélida, estúpida e desalmada.
Voltei do inferno, caminhando entre caminhos tortos, aonde a razão não pode me consumir,
Aonde a culpa não pode me sacanear.
Eu vou arrancar as rosas do meu jardim, e vou me envolver nos ramos e seus espinhos ácidos.
Quero sentir a dor de que um dia experimentei e pude vivenciar as tentativas que eu criei,
Sem medo de morrer a sete palmos, sem medo de ceder aos meus próprios caprichos.
Os olhos estão fechados e minha coluna dói,
Eu tenho uma flecha atravessando o meu peito!
O meu sangue é comum, não tem segredo, mas eu insisto que não consigo mais fingir que não posso sentir esta pressão que sai dos batimentos cardíacos meus, que estão ficando cada vez mais fracos.
E se eu respiro é porque eu choro, e esta ladainha me abre para o novo.
O infinito da dor... a angústia, ela quem me consome neste momento,
É ela que mistura os meus sentidos, insiste nos meus instintos...eu volto a ser primitiva...
Porque eu sofro, e sofrer tem sido áspero e cruel.
E eu tenho nojo do costume da mania, dos atos falhos, insônias suspeitas da minha ironia.
“tenho medo que o sofrimento tome conta do meu corpo.
Não é orgulho nem tristeza a vida é tão azeda.
E isso pode dar uma tragédia,
Me desculpe por não ter lhe dado atenção, são cicatrizes.
São veias que estouram para viver com asas...”

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