quinta-feira, 6 de outubro de 2011

::QUANDO A NOITE CAIR::

É só uma questão de tempo...
As coisas vão se misturando novamente, e o que era parado, move-se rapidamente dentro de mim.
Não que eu possa lentamente ir salientando tudo morre em mim, mas é pura decadência esperar a estrela se apagar.
Os panos estão rasgados e a graça de tudo vai se esvaindo sem honra.
Algo está por baixo e os lençois estão escapando com a força dos ventos do sul.
Se fosse possível falar uma lingua menos insana, as rosas morreriam lentamente no silêncio de uma noite gelada.
E se os ouvidos fossem mais apurados, eu teria um abrigo para ver o mundo ingenuo e mudado.
Escute, agora aquela voz vem vindo na escuridão e não sei aonde me esconder.
Eu poderia preparar uma boa bebida e meditar sobre todas as circunstâncias aonde estive ausente.
Não, de novo não, esta coisa toda me faz querer voar para um lugar novo.
Então eu acabo me abandonando, deixando rastro para o meu passo renegado pela minha coragem.
Preciso dormir, e o meu maior tormento é que, sozinha eu aprendo... e me desprendo de tudo que me faz odiar grande parte minha.
Eu choro, pois, o real para mim, vem com uma grandeza sufocante e acabo não entendendo o que digo, faço e mudo sempre para uma versão desatualizada do que sinto sobre o que vivi.
Eu me deprecio, estou longe sussurrando por um socorro que só pode vir quando a noite voltar a cair sobre minha alma...