quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

...ALGUÉM...


Em pequenos passos eu traço meu destino...

E se o destino for algo semelhante a chorar por dias sem saber o que se fez, então, o presente eu rascunho em uma folha florida.

Se for para falar de amor, eu fico em silêncio e vislumbro o céu que me guia.

Se for para falar de dor, eu anuncio que, estou sempre partindo de onde não consegui imaginar.

E se tudo for um pequeno excesso em minha vida, eu aprendo a apreender os instantes em que sou feliz,  e tenho vontade de morrer naquele segundo.

Chorar, brincar que se pode esvaziar-se da angústia, eu sou incapaz!

Mas tudo volta, como grandes círculos tudo volta, desenhando a origem do ressentimento.

Não é preciso que tudo seja perfeito, também tão pouco é preciso que, aja sofrimento em tudo que se sente.

Sentir-se, inundar-se da mais profunda beleza do mistério do existir, compreender!

Quem ama sente tanto, mas tanto, que uma hora não sente que sente.

Para contornar as mudanças, ares novos, paisagens desertas, abismos renunciados.

A aurora grita pela salvação, e neste instante, não adianta reclamar, é só ouvir os sussurros do passado.

Milhares de janelas abertas, rostos brilhando, outros, ofuscados pelo temor do dia seguinte.

Ainda existe luz!

Ainda existe trevas!

Ainda existo!

Persistindo na consciência que busca, a autenticidade aonde é proibido sofisticar os pensamentos.

Lamentos, cobiças, argumentos atrevidos de quem sem saber, acaba por derramar litros de lágrimas salgadas pela miséria de si para com o mundo.

Para todos os dias, paciência, dignidade e saudade do que se foi.

O que habita nos dias de inverno, hoje são sementes para uma primavera saliente, que nasce como o sol  e banha-se de sombras, como o deitar da lua no céu.

Não tem como não permitir sentir-se triste, não é possível deixar de omitir o que se passa conosco.

A vida tem seus caminhos, uns diferentes dos outros, porém, todos tem uma única direção, o des-fecho da jornada.

Uma fornalha que fabrica encontros bons e ruins, aproveitáveis na maioria das vezes em que, nos permitirmos vivenciar tudo se exagero.

Tornar-se um andarilho quando, corremos de um lado para o outro, procurando o instante em que fomos tocados pelo infinito.

Não adianta correr, precisaríamos de ombros amigos, refúgios, uma espécie de outra atmosfera para resistir a pressão que vivemos.

A pressão do que se foi, do que foi lamentado, do que nos faz ofegantes quando observamos que estamos presos naquela estante de desejos, usando amostras do que fomos, e do que não fomos por assim dizer.

E por falar em dizer, nenhum diálogo dói mais que, a resistência de que algumas coisas não mudaram.

Este falatório coletivo não supre nossos quereres, eles enchem, enchem e se vão na tempestade.

Tudo individual, nada constante, absoluto por aqui é, um deslize pelo qual costumamos a aprender a escorregar em nossas próprias memórias.

Quem vive, vê, quem quer morrer, prefere esconder-se a revogar os próprios dizeres íntimos:

“Alguém tem que me ver, alguém, alguém, ninguém, sem ninguém, alguém, eu, sem ninguém

 

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