Alguém me ensina a construir uma torre de palavras?
Eu vi um risco vermelho no céu, vi uma estrela
morrer...
Venha, entre dentro de mim, eu vou mostrar como eu
fico por aqui.
Falo, insisto, reparo todos os danos um por um, as
memórias ardem como brasas,
E o fogo não é eterno por aqui.
Eu sinto falta dos dias de inverno, da solidão que
procura aconchego em meus braços,
Dos ímpios que procuram uma verdade para sustentar
seus vícios,
Tenho saudades de tudo que entrega meu
entretenimento de mãos beijadas para o abismo.
Quando escrevo, tento dizer tudo que não posso
calar, e acabo por calar-me diante de mim mesmo.
São dois lados, opacos, trágicos e cômicos, comigo,
eu persisto em não ser breve,
O caminho longo sempre me atraiu, e eu não tenho
medo destes compromissos,
Fico tão cansada a ponto de nem ao menos conseguir
dormir.
Eu faço o desabafo, nem poesia, prosa me
satisfazem, eu uso a escrita corrida.
Tenho majestades, magos e humildes em minha vida,
Devoro o caos, trago a morte e vivo a vida pulsante
vivida.
E se for para falar de tristeza, eu choro, mancho
linhas, desabrochando meu inconsciente.
Se for para falar de amor, crio as frases
imperfeitas em busca da perfeição.
Me lembro de cada gota que já derrubei, de tudo que
cansei de um dia saber,
De não entender que o mundo está a metros de mim, e
eu estou longe sem assim o querer.
Não posso mais me afogar, o mito está morto.
Revivo anjos e demônios, arcanos e inferiores,
brinco de Deus!
Vejo o por-do-sol pela janela, sincera, demente
porém consciente.
Não tenho uma coleção de acidentes, sou um
instrumento frágil,
Penso nas manhas da manhã, construindo gaivotas no
horizonte vertical.
A mulher em mim, amada, promove uma jornada errada
muitas vezes,
A porta por onde entrei é justamente pela qual
nunca quero sair.
Uns entram em mim, e saem atropelados pela
densidade,
Outros, nunca experimentam, para estes eu escrevo
os líquido da minha existência.
Adoeço todas as manhãs, mas não deixo que minha
alma se aborreça o dia todo,
É preciso comer para se viver.
Devorar para se entender que é preciso desfechos,
anseios, um útero maior do que o meu para viver em sociedade.
É preciso ser vivida pela vida!
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