sábado, 28 de fevereiro de 2009

::VALORES::

Alguém me ensina a construir uma torre de palavras?

Eu vi um risco vermelho no céu, vi uma estrela morrer...

Venha, entre dentro de mim, eu vou mostrar como eu fico por aqui.

Falo, insisto, reparo todos os danos um por um, as memórias ardem como brasas,

E o fogo não é eterno por aqui.

Eu sinto falta dos dias de inverno, da solidão que procura aconchego em meus braços,

Dos ímpios que procuram uma verdade para sustentar seus vícios,

Tenho saudades de tudo que entrega meu entretenimento de mãos beijadas para o abismo.

Quando escrevo, tento dizer tudo que não posso calar, e acabo por calar-me diante de mim mesmo.

São dois lados, opacos, trágicos e cômicos, comigo, eu persisto em não ser breve,

O caminho longo sempre me atraiu, e eu não tenho medo destes compromissos,

Fico tão cansada a ponto de nem ao menos conseguir dormir.

Eu faço o desabafo, nem poesia, prosa me satisfazem, eu uso a escrita corrida.

Tenho majestades, magos e humildes em minha vida,

Devoro o caos, trago a morte e vivo a vida pulsante vivida.

E se for para falar de tristeza, eu choro, mancho linhas, desabrochando meu inconsciente.

Se for para falar de amor, crio as frases imperfeitas em busca da perfeição.

Me lembro de cada gota que já derrubei, de tudo que cansei de um dia saber,

De não entender que o mundo está a metros de mim, e eu estou longe sem assim o querer.

Não posso mais me afogar, o mito está morto.

Revivo anjos e demônios, arcanos e inferiores, brinco de Deus!

Vejo o por-do-sol pela janela, sincera, demente porém consciente.

Não tenho uma coleção de acidentes, sou um instrumento frágil,

Penso nas manhas da manhã, construindo gaivotas no horizonte vertical.

A mulher em mim, amada, promove uma jornada errada muitas vezes,

A porta por onde entrei é justamente pela qual nunca quero sair.

Uns entram em mim, e saem atropelados pela densidade,

Outros, nunca experimentam, para estes eu escrevo os líquido da minha existência.

Adoeço todas as manhãs, mas não deixo que minha alma se aborreça o dia todo,

É preciso comer para se viver.

Devorar para se entender que é preciso desfechos, anseios, um útero maior do que o meu para viver em sociedade.

É preciso ser vivida pela vida!

 


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