terça-feira, 16 de junho de 2009

::POSTOS VAZIOS::

Somos residentes de um mundo simbólico...

Quantas vezes fomos interpretes da fala do acaso, rebuscando nos nossos antepassados respostas para o presente que as vezes nos é tão árduo?

Nem sempre nossos fundamentos são justos e os lutos pelos quais deixamos de passar, imortaliza nossas vivências, trazendo arrependimentos e falta de coragem.

Não creio em poucas possibilidades do espírito, vejo e não compreendo a essência no seu todo, e nem por isso, me desvencilho das pestes que derrubam o caos sobre a minha existência.

Não me puno mais com baixarias, extravagâncias ou ironias rasteiras, deixo a vida entorpecer minhas veias de imaginação.

Tenho idéias de ritos, mitos e não anuncio quando estou embaixo da via perigosa do mistério.

Quando sou chamada para buscar, preparo minhas bagagens e parto, sem nem pensar o que por ali irei encontrar, eu apenas vou...

Vôo distante, no instante em que o momento importante não é egocêntrico nem auto – confiante.

Quem ainda teme neste mundo, desencadear um rio de sentimentos?

Não é possível conter-se diante deste espetáculo que é a vida.

As vezes não temos palco para receber tal apresentação, nem por isso, deixemos de existir naquele instante, penduremos nossas falas morais e levantemos para aplaudir o desconhecido.

Jorra alma, joga em mim suas lamúrias, constrói suas moradas, consuma minha falta de estadia neste concreto, eu me permito!

Não me obrigo a passear somente na luz, a escuridão me trás a reflexão da visão da ilusão perdida pela minha ousadia em sempre querer voltar para cá.

Vai vida, o que queres de mim? Faça de mim uma aprendiz serena.

Me dê leveza quando eu não puder respirar, me dê seu sorriso quando eu quiser chorar.

Chorar de graça, jamais!

Meu choro é infantil e cheio de vazios.

Não temo mais a morte, e não arrisco mais a sorte, vivo de sul a norte, do oeste ao violento leste, compreendem a minha estrada selvagem.

Muitas vezes saio do meu caminho desesperadamente, eu sinto a vida me chamar, quantas vezes eu não fui? Porque eu fiquei? Não sei!

Só sei que, se eu quisesse compreender e entender tudo, não teria mais nada bonita em minha vida.

Como eu queria ter um pingo de vontade de não querer sobreviver.

Sobreviver dói e muito, estou aprendendo a viver imensamente a intensidade sem ser onipotente.

Ah quantos deuses ao meu redor gritaram nos meus ouvidos, me convocando a uma nova abertura, e eu não deixei de senti-los.

Se eu estiver com as portas abertas, não temerei o frio e nem o excesso de calor, que eu tenha uma sabedoria nobre para agüentar o pavor do mundo que gira a todo vapor.

Em minha mente não sei mais quem está presente, são muitos, muitas, peças, passos, falas, construções loucas, constelações, galáxias, astros enfurecidos pela temporalidade que rompe-se com a minha fé e inspiração.

Não, ainda não tenho nada eu sei, mas sei também, que não preciso de muito para me sentir satisfeita, satisfação as vezes é uma contradição.

Pecado dizer que não posso voar se tenho sonhos tão delicados.

Fernando Pessoa falou no simbólico e se foi como poeira no vento.

Meu deus, mas estão todos mortos mesmo!

Os grandes, ilustres, quietos que pouco falavam, mas que deixaram nas suas entre - linhas vestígios do sem-fundo.

Ah como eu queria ter um pouco mais de vaidade, dedico-me apenas para o que está aqui dentro, mas e meu corpo, chama-me terra, preciso de seus cuidados.

Meus diálogos cada vez mais, sinto que, não acontecem, a comunicação anda sem freqüência alguma.

Já nem sei mais o que escrevo, leio tanta coisa e no instante seguinte, estou lendo apenas aquilo que me embriagou, não quero!

Sai intelecto embriagado, quero a vácuo do existencialismo!

Quero vida! Vem, vem !!!!

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