segunda-feira, 8 de junho de 2009

.: SINFONIA :.

Ah então a vida poderia ser um jogo eterno...

Uma espécie de batalha, e não tão simples como eu imaginei.

Se os buracos emocionais fossem somente tampados por estreitos tormentos, seria fácil, o difícil na minha questão toda, é saber porque ainda se vive com a referência do outro que morre a todo tempo.

Já cheguei a um ponto de não conseguir falar mais direito, com medo de justificar demais o que eu tenho sentido.

Não que eu não queira compartilhar a vida, mas a vida está cada vez mais obscura, e o nítido para mim, tem sido tão somente pessoal.

Tenho medo de ir contra qualquer diálogo, por mais absurdo que seja, ou mais prematuro que aconteça, eu os vigio de longe, bem longe , dentro da casca de nozes.

Nós cada vez mais falamos a verdade, e menos aprendemos a ver o que é verdade.

Tenho como sonhos minhas bases menos conceituosas, majestades caladas com seus tronos violentados pelo acaso.

Se existir fosse tão fácil, se resistir a vida fosse usar uma lábia barata para compensar uma retroação do mundo interior, eu estaria enlouquecida pelos furiosos desastres cômicos.

Eu sim seria uma entre milhares que debruçariam em suas lacunas para ver o sol nascer lentamente.

A imagem fala, os quadros se movem, nós ainda estamos parados, aonde eu não sei.

Em meio a este universo gigantesco, somos formigas tentando nos tornarmos atômicas.

Agora por quais vias isto acontece, me causa pavor pensar a respeito.

Chego a ter nojo até da minha própria sombra que depende de mim para crescer no vão da parede.

Se existe um profeta insano e que trouxe alguma coisa celestial, este já está por ai caído, solitário, mas feliz consigo mesmo, está ali, vivendo o aqui, esvaziando-se de tudo que um dia falou a outro.

E o outro, passa diante daquela figura serena do profeta e, silencia por não ter de volta as palavras para acariciá-lo.

Sem gestos de afeto, nenhum, aquele sorriso maroto se foi com o tempo, o moço andou falando demais sobre a própria vida, e viu aos poucos sua fala engolindo-o profundamente.

O sol dele nasce cinza, a lua dele, trás a luz da individualização.

Quem quiser, o show está aberto, os palcos estão prontos para receber comédias e tragédias.

Só não sabemos mais o que é diferente no ser presente.

O que é intenso e verdadeiramente presente, se faz ausente para uma multidão de calorosos calouros espertos.

Caso alguém sinta a nádega formigar, não estranhe, será difícil uma manifestação que não seja duradoura.

Os momentos bons, ninguém irá perceber, estarão preocupados com a hora que está se passando.

Por aqui não tem bravos nem fracos, todos somos humanos desvairados , quase chegando ao ponto de sermos desmascarados pelo nosso tão aclamado tédio.

Não basta chorar, nem sorrir de mais,

Se tentarmos provocar alguma emoção, ficaremos catatônicos.

Quem for inteligente, irá se esvaziar do intelecto, quem for ignorante, irá ter que aprender com a própria demência.

Não adianta ser sábio por aqui, e nem tão pouco ser astuto, a fera que move a vida é sagaz.

Fúria, descontrole, sentimentalismo, isso então, nem se fala, a vida joga conforme o tempo nos invade.

E ser invadido pela vida, deve ser algo monstruoso, não catastrófico, mas algo que, nossa não sei falar.

É como se às vezes todos nós entrássemos em um túnel e com medo da distancia dele, saíssemos antes do grande final.

Arrogância demais, fios de Ariadne por todos os lados, somos quase sufocados pelos nossos melhores atributos, não basta só isso, é preciso não ser autentico, é proveitoso que sejamos nós mesmos.

Fora de si caminhemos, nesta nossa vida que é única e por isso, turbulenta, um orquestra rebelde diante de um maestro teimoso.

Que não aceita aplausos mesquinhos, e nem tão pouco considera um bom músico só quem sabe o que é música.

Ele rege bem, não é Deus nem o Diabo encarnado, ele é homem, super, magnífico, e quer saber, ele é próprio desconhecido.

Tudo que sabemos sobre divino, ainda é muito humano, estaríamos estrangulando a beldade deste ser.

Então que falemos mais nada, só contemplemos a sinfonia da vida.

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