Eu sei que pode parecer loucura, em um instante eu estou de malas para voltar, e agora estou partindo novamente...
As bagagens andam pesadas demais e os sinais cada vez mais são intensos e fortes,
Eu ainda prefiro comentar algumas coisas para os outros, porém, não consigo mais me abrir com facilidade.
Talvez eu tenha cansado de ficar bem, e isso pode ser árduo!
O trem já partiu e sorrir não tem sido muito meu forte, eu tenho andando a beira da linha do trem sentindo a ar gelado de quem está partindo por entre aquelas ferragens.
Eu não tenho visto nada que eu consiga ignorar, por isso, algumas vezes eu procuro ouvir os sinos daquela igreja distante.
A madrugada é gelada, tem sido um sufoco conviver comigo mesmo sem saber mais com expressar quando estou de saco cheio de algum atrito com o mundo.
Tudo parece fácil demais, então eu quebro tudo no meio para tentar revelar o núcleo do meu descontentamento.
O sentimento de vida me dobra ao meio, e minhas veias estão enxadas, ninguém consegue acertar a minha margem, porque, eu estou nadando contra a correnteza.
Tenho vontade de pegar a tristeza no colo e niná-la para que ela possa me deixar dormir pelo menos esta noite.
Não quero que as coisas façam com que eu tenha sempre que ir embora com o remorso no olhar.
Claro que eu não posso deixar que as coisas fiquem em branco e preto, já que novas cores vão aparecendo e eu as pego no pé do horizonte com paciência.
Estou alta, e então eu adormeço e começo a fantasiar sem lamentar as lágrimas que eu deixei em alguma esquina desta jornada.
De alguma maneira eu ainda penso no que eu posso perder, pois, eu tenho chorado quando penso em mim mesmo com nostalgia.
O futuro tem estado tão longe e procurar em mim mesmo alguma coisa para acreditar, tem feito brotar sementes de raiva muito intensificadas, eu não consigo ficar em silêncio quando estou sozinha, mas quando existe outra pessoa eu sinto um bloqueio enorme acontecer e não sei o que fazer para ficar presente.
E se eu pudesse lembrar de mim todo tempo, o que eu faria com isso?
Talvez eu tenha deixado que todos estes anos, ficassem presos atrás do brilho do sol, e amar aquela velha mania de jogar tudo fora, tenha me causado um mal-estar desnecessário.
E isso não é nada, porque, eu ando de ponta – cabeça com minha dignidade, eu tenho escondido o tanto que tenho pensado sobre as minhas dobraduras existenciais.
Não adianta chegar tão perto demais, porque, as casas estão todas inundadas e eu vejo as pessoas desesperadas por um abrigo que é cobiçado por milhares de dores.
Abrir os olhos em meio esta tempestade de areia poderia vir-á me cegar de vez.
Uma vez feliz e três vezes, insolente, demente e insuficiente.
Eu quero acreditar que, estou esbarrando no desconhecido, separada da minha amargura de vez, e não posso mais deixar de dizer que é verdade, do outro lado, estou voltando a congelar.
Não tenho nome mais, eu sou um monte de folhas voando por ai, arrastada pelo vento, e quando a tempestade passa, estarei de volta a porta de minha vivência.
Talvez ninguém possa me compreender por agora, já que eu não quero nomear nada por um tempo.
Estou com problemas na comunicação e o farol está apagado em dias em que o mar encontra-se extremamente violento...
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