Solidão é um lugar de morada do pássaro selvagem...
:::Entre o Substancial e o Imaginário:::
sexta-feira, 25 de julho de 2025
::SEGREDO-SENTIDO::
terça-feira, 24 de junho de 2025
:: SEM PELE::
Tua pele está descolando de teu corpo...
segunda-feira, 23 de junho de 2025
:: PRÓLOGO PARA UM FIM::
O cavaleiro se prepara para tua última missão...
domingo, 22 de junho de 2025
:: NO TEU AMOR ::
No teu amor...
O teu amor é agua profunda.
Lugar onde mora a nascente do meu rio.
Estado de graça avançado.
Cheiro de mata fechada, coloração do tardio.
O teu amor é estrada.
Lugar onde mora as curvas do horizonte.
Estado de Dádiva avançado.
Cheiro de paixão e desejos que estavam trancafiados.
O teu amor é fogo.
Lugar onde a lareira fica acesa, quebrando o frio.
Estado de Euforia, avançado.
Cheiro de fogueira que na clareira em um dia vazio.
O teu amor é vanguarda.
Lugar onde meu amparo sentimental é o fio condutor de minha jornada.
Estado de Júbilo avançado.
Cheiro de vida, transcorrendo a poesia em mim contida.
O teu amor é norte, sul, leste e oeste.
Lugar onde encontro todas as coisas que em mim, descansam regozijadas.
Estado de Entusiasmo avançado.
Cheiro de realizações, abre-se a carta dos céus.
Tu carregas em teu peito, o meu destino, devir e arranca de mim, meu véu.
:: INVERSÃO::
Entre os opostos, caminha a alma atrofiada para que a mente avance...
terça-feira, 10 de junho de 2025
:: FAGULHAS NO CÉU::
sexta-feira, 6 de junho de 2025
:: CONFUSÕES ATENUADAS::
Eu estou aberto novamente...
Pensando em todo tempo que passei indo embora.
Bebendo minhas últimas lágrimas, tentando ir para algum lugar novo.
Eu sei o quanto eu fui tolo, estou gelado.
Você pode não me quebrar estar noite?
Eu estou tão cansado e sem força.
Eu ouvi um sussurro a noite passada, eu poderia ter dó de mim mesmo, mas acabei adormecendo.
Sei que estou encrencado com meus pesadelos, mas prossigo querendo adormecer.
Morri muitas vezes tão jovem, jogando forte com tudo que eu queria conquistar.
A vida passou rápido e eu me vi desnorteado com meus pensamentos obscuros.
Eu queria lhe dizer que as sombras voltaram e não querem me deixar levantar.
Se eu pudesse dar adeus a tudo que ainda me cerca, eu cantaria uma música sobre meu mundo.
Vi os pássaros correndo em minha direção e eles queriam minha carcaça.
Então, quando eu corro, procuro chegar na ponta do abismo e ele está dentro de mim.
Alguém me disse que eu já enlouqueci quando deixei me dominar.
Mas todos os meus segredos estão dentro de uma caixa velha e eu perdi a chave do cadeado.
Preciso que aqueles pássaros atravessem minha alma.
A solidão tem me feito tanta companhia que eu sinto um verme comer meu destino.
A paixão tem me salvo de tantas coisas, mas eu estou preso debaixo de minhas memórias.
Procurando um lugar profundo para ficar, para esperar a maré baixar.
Estou envelhecendo tanto que meus músculos parecem raízes antigas.
Você pode me levar para baixo de novo?
Seja dura comigo, porque a música parou de tocar e o silêncio é melancólico demais.
Eu tenho uma guerra dentro de mim, entre as coisas que desejo e as que sonhei.
Percebi que a arvore que ficava na ponta da colina, está com o tronco rachado.
Não posso me assistir sumir e mutilar minhas últimas esperanças.
O inverno ainda não é rigoroso o suficiente para petrificar minhas certezas.
Continuo cavalgando naquele cavalo jovem que insiste em me levar de volta para casa.
Eu sei, você sabe o quanto eu tenho desaparecido nas tardes, eu estava plantando algo e acabei comendo minha sanidade.
Minhas confusões estão atenuadas e eu não posso vencer a guerra que comecei quando escolhi não mais lutar.
A minha resistência faz com que eu ame coisas que ainda não estão sólidas e isso me consome.
Tenho sintomas de febre, acho que estou começando a reviver algo que já tentou me distanciar de minha real jornada.
Levei para fora tudo que eu pensei que era válido para eu tentar continuar andando por ai.
Era tão belo quando tudo ainda conversava comigo, agora eu sei que, não entendo mais nenhuma palavra do que eu tento falar.
Estou com uma fenda na alma, revelando a escuridão que habita meu corpo...
sábado, 31 de maio de 2025
:: AURORA CELESTIAL::
Beijo é
extensão,
Vaidade, conexão
e aceitação.
Uma parte do
desejo que se instaura no eu do outro.
O outro sendo
em si mesmo, você.
O afastamento
de um lábio para outro, satisfação, oxigenando a alma.
Contra-desejo
, lugar aonde as feridas se fecham e dão lugar ao ato sagrado de louvação do ego.
Pulsante estadia
em outro mundo,
Aonde toda
ilusão, vira consciência e desdobra-se em majestosa realidade.
Conta-se que o
beijo é a imersão da imensidão do ser.
Uma luta
profunda de não querer sair do lugar de acolhimento.
Aonde o véu do
querer, despe a Aurora que está escondida no céu...
domingo, 18 de maio de 2025
:: PERIGEU::
Os olhos estão voltados para o céu...
As estrelas estão caindo, cerca de mil termos vão se dissolvendo.
Parece um pouco maior aqui de baixo, agora estou amplificado.
Em meu coração, existe um significado, um ponto mais próximo da minha razão.
Estou diluído em um fluído cosmológico.
Tentando decifrar qual a cor mais forte no vestido colorido da dama oculta.
Se quiser, eu posso acabar dizendo que algo que me orbita sempre esteve diante de seus olhos.
Minhas lacunas, uma memória distante do que eu posso narrar, eu estive presente-ausente.
Não existe uma norma, ritmo ou sobriedade que me faça lembrar de meu último sorriso.
Eu estava distante o suficiente para não usar analogias sobre minha própria claridade.
Consegui cavar profundamente esta noite e vi uma evolução em tirar toda lama de cima de mim.
Um lago apareceu no meu jardim, a agua lembrava a profundidade do seu olhar, insano.
Derivamos de um sentido atual de algo que se move para cima e para baixo, sem direção.
Mas, eu não posso ser literal, minhas palavras estão sobrepostas em uma mesa vazia.
Então, me diga o que sente quando sabe que pode me deixar alto?
Amor, paixão, sombras, flores que nascem em um jardim particular, quem irá colher?
Partindo do passado, eu mereci uma parte de mim que era intocável, fui simbólico.
Na referência das minhas antigas crendices, acabei em um abismo aberto para o Nada.
Eu posso colher nossas flores essa noite?
Estou pegando fogo e minhas confissões são tão imaturas e inatas.
Digo, algo profano me tocou e eu senti todo sangue do meu corpo, ferver.
Entramos em um lugar em nossa alma, aonde qualquer coisa que for tocada, irá ganhar vida.
Silêncio grosseiro, como se estivesse fadado a resistir a qualquer estrondo astral.
Eu venho calado tentando coletar as coisas bonitas e saindo com as mãos vazias.
Você sabe o que houve naquela noite?
Trocaram as estações e só sobrou um manto escuro me testemunhando.
Em passos curtos, vou adormecendo pelas vozes ensurdecidas pela inconsciência.
Parece um castigo, mas não cabe, a xícara derramou, nossa sanidade chegou ao coração.
Vou voltar para minhas feridas, projetando com força, toda temperança que puder.
As correntes estão enferrujadas e eu ouço o romper das horas, anunciando que a Fera voltará para esse mundo.
Qualquer vínculo que não possa levar o barco até o cais, será encerrado.
Em todos os versos, existe uma esperança, um deboche existencial e uma cortesia da morte.
Pode ser que o rio que corre e arrasta minhas virtudes esteja rompendo a barreira da realidade.
E hoje, nem toda minha resistência seria capaz de ocultar os meus desejos mais íntimos.
Existe uma sede inesgotável na minha boca, que não pede licença para que o mundo me tema.
O vento soprou para dentro de mim, um tempo melancólico e nada sadio.
Está tarde e minha febre é mansa e meus caminhos, sem pudor...
quinta-feira, 15 de maio de 2025
:: CONSUMO DO PESADELO::
Está aberta a temporada à caça...
A presa sou eu mesmo, montado em meu cavalo em chamas.
Aonde os olhos dele, são vermelhos como o sangue que corre em minhas veias.
Destilando todo meu devaneio nas folhas brancas que atravessam olhos esbravejados.
A sonolência não me importuna, estou diante do meu próprio desejo.
Minha pele está se desfazendo, parece cera, prorrogando um pedido qualquer.
Os desfiladeiros com seus ecos, escutam meus gritos de pavor.
A ardência das chamas interiores, me excitam, estou em um sexo inseguro.
Minha mente está cercada por todos os lados de desolação.
Percebo que minhas pernas começam a bambear.
Sinto o gosto da absolvição da morte, um antigo prazer que me fecunda a elegância das horas.
Horas que, me julgam banalizado, inconscientes lembranças me visitam.
A porta está aberta para todas as emoções e eu estou fervendo feito uma caldeira.
O cheiro de lírio branco, misturado com uma música do Phillip Glass no fundo de minha sombra.
De joelhos, observo a lua se afastar, estou sem piedade do tempo que está se engendrando no horizonte.
Por cima de minha cabeça, estrelas, todas querendo morrer antes do tempo.
Elas querem explodir e virar só uma memória passageira.
As cadeiras agora, estão todas viradas para cima, com suas pernas envergadas.
Meu colapso mental me confunde com minha própria natureza de estar ausente.
Vestido de horror profundo, desta vez não carrego lamentação.
Todos estão à minha volta, mas não podem me ver, eu os engoli por precaução.
Esfomeado, cuspi um por um, para que em uma poça de sangue eu possa dançar minha última melodia.
Esse pode parecer o último ato do poeta rústico que mergulhava nos seus sonhos mais pesados, para no outro dia construir uma canoa de ossos.
Quem tenta enxergar o que ali acontece, entra em um nevoeiro.
Lamenta não conseguir ver a luz tão forte se transformar em uma relva de arvores mortas.
Os galhos destas arvores apontam para o céu, suas raízes doem, como ferimentos profundos.
Profanamente, deslocamo-nos para um segundo a frente, o presente não existe mais.
O passado começa a entornar suas angústias como se tentasse se retratar de um futuro banalizado.
Nada se move, não mais.
A calma causa paralisia em toda agua do oceano consciente.
Estou mergulhado em uma lama, que cheira a constrangimento e desafio pessoal.
As pessoas começam a se levantar, mas estão cegas e sem lingua.
Conjurados estão!
O cavaleiro ferido, toma as rédeas de seu cavalo selvagem em chamas e parte para a floresta fechada.
Essa noite ele não poderá continuar a morrer, não tão rapidamente.
Porque sua poesia está crua demais e sua bestialidade o feriu.
Cavando com as próprias mãos o peito ardente, ele chega ao núcleo de si mesmo.
Consumado o pesadelo está!!!
terça-feira, 13 de maio de 2025
:: OUTRAS SOMBRAS DE NÓS MESMOS::
A estrada está aberta
novamente...
Você sabe que o oceano nos
engoliu e agora sabemos a profundidade da solidão.
Eu sinto que meu corpo está
quebrado e minha alma quer fugir do corpo.
Mas, as paredes estão rachadas,
estou buscando uma outra saída para nós.
Abra seus olhos, deixe esse ódio
de lado, estamos longe de nós mesmos.
Se você olhar ao redor, sempre
estivemos sozinhos.
Procurando um lugar melhor para
habitarmos, mas acabamos sozinhos com nossas malas melancólicas.
Fomos possuídos por alguma coisa
que vem de um lugar cheio de desgosto.
Não se esqueça, nós tínhamos vários
pontos em comum.
Construímos um castelo e os jacarés
estão famintos procurando nossos restos.
Quando buscamos uma ideia de como
poderíamos estar sóbrios.
Lutando contra esse fogo que nos
quer deixar em cinzas.
Fomos tão amigos, amantes e
realmente, não entendo aonde estava o desfiladeiro.
Então, dê a volta, não se esqueça
que eu não posso te odiar de olhos fechados ou abertos.
Porque eu te vejo, te sei no seu
lugar mais instintual.
Esquecemos alguma porta aberta e
nossas cartas estão voando por todo mundo e quem tentar nos compreender, vai acabar
vendo em si mesmo, o que fomos.
Nas certezas que possuímos,
alguns instantes estão se partindo em mil pedaços.
Sinto um gosto ruim na boca,
parece que eu deixei de sentir o gosto da vida.
Mas, minha alma não consegue
esquecer aquele perfume que vinha do seu corpo.
Estou tentando recapitular nosso
último dia, não consigo lembrar de você sorrindo.
Só via a tristeza conversando ao
seu pé de ouvido.
Sussurrando coisas que não eram
nossas e você adoeceu profundamente.
Não te culpo por ser uma garota
tão perdida diante do cenário que construíram para nós.
Poderíamos ter esquecido toda
essa possessão momentânea de raiva, mas o mar nos engoliu.
Tragou para dentro do seu abismo,
nossas memórias e acabamos afogados.
Abra os olhos, eu sei que você me
queria morto para poder fechar meu caixão e esquecer de tudo que não podemos
viver.
Sabemos que o vazio faz eco, as
vezes acabamos esquecendo o que sentíamos.
Mas escolhemos uma dor insana,
que ressalta nossa personalidade mais ferida.
Então, feche seus olhos, eu já
estou dentro do nosso túnel secreto...
domingo, 27 de abril de 2025
:: A SOLTURA DA FERA::
Quando você é violado pelo mundo, a sua sombra salta da sua mente...
Você começa a entender os sinais
que buscam na sua sanidade, saída.
Começa a cavalgar como dois
cavalos selvagens em uma corrida desesperada para manter a vida pulsante.
Estreita sua jornada, a sentir
cada veia do seu corpo dilatar.
Sente o seu sangue, engrossar de
tal modo, que quer que ele saia pelos seus poros.
Adentra sua inconsciência de
forma violenta e destrói a fragilidade dos sentidos.
Comendo cada pedaço do seu corpo,
de dentro para fora.
Balbucia o silêncio quebrado da
morte, evocando seus espíritos mais profundos.
Aonde o medo, não reside.
Aonde a solidez da alma não tem escapatória.
Percebe no cheiro da pele humana,
um desejo de consumo incontrolável.
Deseja cada centímetro do
universo como sendo parte sua.
Desloca sua cumplicidade pela
desleal causa a ficar residindo em um mundo superficial.
Destoado, viaja para seu interior
mais maligno e sombrio.
Aonde as trevas, são seu
esconderijo preferido, aonde se alimenta dos desejos mais insanos e imaturos.
Primitivo, o chamado do originário
se descontrola e começa a esvair por todo instante que se movimenta pela luz.
A luz, não te cega mais.
Então, com o estomago embrulhado
de tanto sordidez, alcança o apogeu da Lua de sangue.
Se encosta na sua deidade aonde a
sua humanidade desolada é enterrada, viva!
Não tem perdão, a busca pela
vingança reluz nas linhas que entrelaçam a narrativa de nascimento de um
monstro, feroz, faminto e fulgaz.
Baba como uma fera enlouquecida
em uma tarde de domingo.
Faminto, ressuscita seus demônios
adormecidos que gritavam desesperados por soltura.
Desalmado, abre a porta do seu
inconsciente e invade um novo mundo...
quarta-feira, 23 de abril de 2025
::QUARTO DA DESTRUIÇÃO::
Exposta em um quarto escuro, sem movimento...
Por um instante não estava alta, me desconectei.
E quem poderia sentir tudo isso? Uma escuridão tomou conta de mim, acordei na posição da morte, com dois cavalos em cima de mim, trajando a roupa do meu destino.
Eles me marcaram e eu senti que alguma coisa dentro de minha se desconectou.
Abri os olhos, no susto, minhas roupas estavam imundas e impuras.
Me abriram como se eu fosse uma caixa, arrebentada sem mais poder carregar nada, parti.
Me recordo apenas do gosto de sangue, lambuzando minha boca, dançando na minha língua.
Minha dor corporal dilatava minhas veias, me subtraindo por uma noite fria e cheia de medos.
Em qual posição eu estava? Rendida!
Uma secreção escorre do meu destino, está tentando me engravidar do suicídio assistido.
Eu tenho os lábios marcados pela força de um punho maltratado e parece um beijo forçado pela destruição.
Não sei como fui parar lá, mas estou tentando contar sobre o que resta de mim.
E agora, todo meu sonho parece querer me levar para aquele quarto escuro, que cheirava morte.
Acho que garoava, porque minhas roupas estavam molhadas e frias.
Cheguei em casa, fiquei sentada, tentando entender, mas o meu trono era de perdição.
Se eu pudesse, escolheria ter partido a ficar com o que ficou comigo.
Não sei como eu estou, não sei o que sinto, só pressinto algo maior do que eu posso suportar.
Eu não sei a quem clamar, estou tentando me achar, em pedaços de vidro quebrados.
Alguém quebrou a janela da minha alma e os estilhaços estão me ferindo.
Você consegue ouvir as batidas do meu coração?
Esse ritmo é frenético e parece que o céu vai despencar sob minha cabeça.
Estou cuspindo os dejetos, mastigando minha falta de solidez.
Eu não estou mais aqui, isso parece um grão de felicidade.
Eu não estou mais aqui, isso parece um fato terrivelmente engraçado.
Porque eu sei que todos os meus passos, vão querer me levar para o quarto da destruição.
Porque eu sei que todos os meus passos, vão querer me levar para debaixo da terra, aonde a escuridão não me assombra.
A porta escura ainda está na minha mente, com sua fechadura quebrada, alguém foi arrombado.
Eu não estou mais aqui, porque meu corpo dói tanto que eu fico inconsciente tentando lutar.
Eu não estou mais aqui, porque minha mente foi violada e eu perdi minha liberdade.
Então, quando eu fecho meus olhos eu tenho medo de abrir e retornar para o lugar do pânico.
Querida, eu não estou mais aqui, então vou arrumar minhas malas e sei que já te falei o que sinto.
Eu não estou mais aqui, os cavalos correram tão rápido que pisotearam todo meu corpo e me feriram com suas unhas cheias de maldição e terra fresca.
Estou sem meu amuleto, então deixei em algum lugar fora de mim, porque a sorte que eu tinha, se rendeu aos caprichos da vida selvagem.
Entendo que já estava tão frenético, sem controle, no excesso e na intensidade máxima que o mundo tentou me recolher de uma forma imatura e injusta.
E eu aceito como um presente para fazer o que eu preciso fazer, cochilar e sussurrar meus segredos mais pejorativos.
Se eu pudesse, eu andaria até minhas pernas quebrarem no asfalto, mas isso ainda não seria o bastante.
Alguma coisa está acontecendo e eu não sei mais o que é tristeza ou felicidade.
No contorno do meu corpo, vejo variações, catástrofes e sujeira.
Quando toco cada parte dele, sinto que ele não está mais consistente, como se estivesse se esvaindo.
Eu já estava sumindo a algum tempo, agora, o vento está levando minhas cinzas.
Sinto as pegadas dos cavalos por todo meu corpo, eu não posso nem sentar para me ver arder em ódio.
Eu não posso respirar sem que minhas costas não se contraiam a ponto de me machucar.
Eu não estou mais aqui, porque agora não tenho mais força e toda minha brutalidade me mergulha em solidão.
Soltando as rédeas dos cavalos eu vou me desfazendo, porque eles são livres e eu estou presa em mim mesmo.
Eu ouço alguém me chamar?
Esse é um sinal de declínio?
A cama já está posta?
Então eu já posso ir embora?
Eu estou ouvindo vozes de pessoas que nunca conheci, isso é loucura?
Estou cheirando a sémen de cavalos que estavam alados e perderam suas asas para a vida traiçoeira.
Estendi meus braços para tentar roubar uma nuvem e ela vomitou suas demências em mim.
Não tenho cheiro de limão siciliano ou baunilha, estou fedendo a destino de mau agouro.
E seu eu tivesse um aneurisma ? Meu sangue iria drenar toda minha sanidade.
Isso é felicidade?
Eu não estou aqui, mas vou levar um olhar triste que me fez lembrar um momento tão bom diante de um caos, naquele lugar aonde eu estava tentando curar minhas feridas...
sábado, 19 de abril de 2025
:: GARRAFA DE VENENO::
Uma garrafa de veneno em cima da cômoda...
Uma garrafa de veneno em cima da cômoda e eu sinto cheiro de morte.
As consequencias estão expostas.
Se eu pudesse engolir a mim mesmo mil vezes,
Eu sentiria o quanto já estou envenenado pelos meus desejos.
Então eu só preciso ir embora para onde as sombras nascem.
Então eu só preciso ir embora para onde eu sou gestado todas as noites.
Aquele medo de me distanciar de tudo, agora me acorda em sussurros sufocantes.
Eu estou queimando, sinto cheiro de algo que está podre e já desalmado, repouso.
Então eu só preciso ir embora para onde as sombras nascem.
Então eu só preciso ir embora para onde eu sou gestado todas as noites.
A dama maior que rodeava meu coração, está enterrada na esquina de casa.
Estou tão doente que rastejo procurando o cheiro de morte que vem dela.
Vou me embriagar novamente com aquele gin que me transmite uma paz de destituição.
Ninguém pode me expulsar por que eu já estou indo embora.
Querida eu queria outro gole do seu prazer.
Prazer em te conhecer, mas eu estou sendo drenado para seu lado obscuro.
Coloque -se diante de minha verdade, estou abandonado.
Procurando você nas melodias mais depressivas e que me levam ao isolamento.
E todas aquelas coisas que trocamos por dias, agora dilatam minha pupila.
Eu vou queimar seu valium, minha estupidez vai me dar uma moeda de garantia.
Porque eu rastejei para te desenterrar de mim, minha boca ainda tem seu gosto de maçã verde.
Querida, eu fiquei tão excitado ao te conhecer que acabei virando um cogumelo na sua garganta.
Agora estou entediado porque eu estou infectado com seu vírus amoroso.
Enquanto você viaja na sua condição mais sóbria eu desbravo seu mar violento de demência.
Estou tão endividado com sua indecência que estou picado em mil pedaços.
Virei um vaso vazio dentro do seu coração.
Sua mente me colapsa e eu agora, estou redundante e estúpido.
Eu queria morrer dentro do vácuo que se tornou meu peito.
Mas, as horas passam e eu quero ser apenas algo que regurgita a própria infantilidade.
:: PAREDES DO DESTINO::
Eu nunca vou conseguir dizer ...
Eu nunca vou conseguir dizer por onde ando quando as luzes se apagam.
Eu nunca culpei ninguém por não poder me prometer um mundo melhor que o meu.
Eu nunca me movi tão rápido pelas estradas do medo, as folhas mortas caminham dentro de mim.
Não, desta vez eu não estou sentindo nada.
Não, desta vez eu vou mentir e dizer que eu posso ficar bem esta noite.
Eu nunca consegui contar como cheguei até aqui.
Dentro de mim, um demônio me devora, tira o sabor das coisas que eu como e me faz suar frio.
Sei que não tenho que dizer tantas coisas e acabo nas mãos amargas de uma intensidade que me afugenta.
Muitas vozes cantam na minha mente, melodias destrutivas e nem mesmo minha melhor concentração me faz distante do que sinto com tanta força.
O mundo fala comigo como se eu pudesse voar sem asas para voltar ao meu ponto inicial, a insanidade.
Então, está tudo conjurado!
Eu não posso dividir nada com alguém que não seja tão imundo quanto o que estou me tornando.
Não, desta vez eu não estou sentindo nada.
A tempestade está chegando e eu sei que não tenho para onde ir.
Os colos estão pegando fogo, o ventre da saudade gesta minha própria morte.
Eu queria ficar bem, mas sem estar tão alto.
Os meus sonhos estão cada vez mais deformados, meu corpo transluz o que sonho com veracidade.
Estou secando, igual as árvores que nascem no meu inconsciente.
E eu escutei alguém dizendo que vou conseguir enxergar isso de outra forma.
Então, fecho meus olhos e as sombras me embriagam de incertezas.
Estou conversando com algo que me engole todas as manhãs, que me faz chorar em silêncio.
As coisas estão ficando cada vez mais escuras e tempestuosas.
Eu sinto meu corpo congelar a noite, quando posso ouvir meu consciente pedindo para eu desistir.
Venha devagar, agora estou pensando sobre algo que não me destrua com tanta voracidade.
Estou encostado nas paredes do destino e elas estão desabando...
segunda-feira, 14 de abril de 2025
::CURVAS ESCURAS::
Eu não quero que meu amor se torne sua maior dor...
Eu corri tão rápido que perdi toda noção do tempo.
E eu sei que eu te machuco toda vez que eu volto
enlouquecida.
Mas, eu queria dizer que, eu não escolho sempre o que sinto.
Sou invadido por um monte de mágoas e ninguém tem relação
com isso.
Eu fiz promessas, não consegui cumprir porque estava com a
camisa cheia de sangue.
Então, fique, ouça e você verá que o meu amor é minha única
redenção.
Toda noite eu vago por ai, procurando um lado meu perdido.
Acabo encontrando coisas que não preciso, uma solidão, que
corre de porta em porta.
Me levando a um lugar desconhecido por mim mesmo,
Estou pensando em ir embora e não ficar para ver o que irá
sobrar de mim.
Porque o amor, ele é o único sentimento que ainda não me
destruiu.
Porque eu virei um monstro, que devora tudo com as palavras
e ficar quieto, tem me enfurecido.
Me beija antes do sol partir?
Eu estou procurando um lado meu que não seja tão
melancólico.
Não tenho endereço, então eu danço nas curvas escuras das
ruas.
Com uma beleza rompida por desejos selvagens.
Toda vez que o sol se põem eu me disponho a ser alguém
diferente.
Eu me sinto sem lado, sem fronte, sem norte e isso me
alucina.
Deus, eu sei que algumas mentiras que eu conto é para
esconder que eu sempre estou assustado.
Eu deitei pela última vez a seu lado e aquela manhã, eu te
vi e percebi que eu te machuquei tanto, que minha maior vontade era sumir,
feito fumaça para não quebrar mais sua realidade e coração.
Porque você sabe o quanto eu te amo e mesmo assim, eu não
consigo ficar, porque em algum lugar não conseguimos nos comunicar e a voz
estrangulada é a minha.
domingo, 13 de abril de 2025
::APRENDIZ DO DESTINO::
Para onde podemos ir que seu som não fique abafado?
Escute as batidas de meu coração, consegue sentir que não precisa ficar sozinha?
Não precisa acreditar em tudo apenas pelo que vê diante do seu coração atordoado.
As pedras estão rolando e a chuva cai incansavelmente na minha janela.
Vou contar até 3 e você irá parecer um pouco menos cansada de esperar as coisas caírem.
Esta chama em seu peito não precisa queimar suas coisas mais profundas,
Não precisamos apenas dos lugares sombrios para equiparar nossas incertezas.
Carrego comigo um desejo, ardente e repetente de dizer que quer seu corpo suado no meu e isso as vezes parece tão insano, que minha vida vira uma cama desarrumada pelos nossos sonhos.
Eu sou seu caos, o casco de seu navio quebrado, então a minha permanência está além do destino.
Podemos ser felizes, naquelas noites, as vezes minhas loucuras nos induz para lugares estrangeiros.
Temos nossas próprias passagens para o que precisamos viver com intensidade.
Digo, acredite, até quando insanos, estamos fazendo as coisas que mais gostamos sem o limite da dor.
Então, a noite cai e vai trazendo nossas lembranças, o que poderíamos ter feito diferente?
Mais um gole, ou ficar sóbrios também vai nos levar a caminhar por uma babilônia perdida dentro de nós.
Estamos rimando bem com o que temos, então o básico e comum, não serve.
Nosso último gole de tristeza, para depois entendermos que estamos dentro de nossa penitência.
As armas da sociedade apontadas para nossa cabeça.
Mas o topo não existe, o que dói está no fundo de nós, por isso, brigamos com nossos temores desde menores.
Podemos passar anos tentando tirar aquela roupagem, sabendo que será difícil uma nova existência depois disso.
Mas já não temos mais como ficar nas sombras, bloqueando o que sentimos, no sentimento mais severo, reflexos de coisas que trazemos de nossa infância e aquelas coisas que aprendemos sobre certo e errado.
É hora de dissolver, sermos sentimentais apenas com o que nos alimenta, nos faz fluir.
Preparados ou não, vamos ter que seguir por uma nova jornada.
Ou aprendermos a ficar com o que temos que é tão pouco, que já nos saturou.
Quando eu falo que seus olhos são um perigo iminente, só estou tentando dizer que preciso da luz deles para me guiar na escuridão.
Então eu sou seu caos, montado em um cavalo alado, doente e desolado.
Mas, minha crueldade maior é pensar que você nunca irá ficar, sendo que a noite cai e você lá está.
Acelerando meus pés diante de um sentimento maior do que eu, vou te procurando para ficar mais calmo.
Você pode fechar todas as portas que quiser, mas sua maior dádiva é abrir janelas,
Vai expressando, dançando, cantando, desenhando, rabiscando, atuando como pode.
Porque eu sei que não é fácil para você mergulhar nas horas sem se magoar.
Mas, pronta ou não, você vai ter que procurar um jeito de entender as coisas com uma leveza maior.
Querida, procure algo maior dentro de você que não te torture deste jeito, eu tenho medo dos seus olhos inchados de dor.
Podemos recomeçar?
Me perdi em algo que ainda não encontrei dentro de mim.
Você pintou um jardim no meu peito me deu coisas tão belas que minhas maldições parecem menores essa noite.
Eu nunca tive a chance de lhe fazer juramento algum, mas você pode perceber que eu estou jurado a ficar com você mesmo tendo a chance de você dizer que fui tolo.
Diante de tudo que vivemos até agora, a paixão está por toda cidade.
Eu vejo as luzes das cidades brilharem nos seus olhos, o barulho de tudo que vive andar nos seus lábios.
Não podemos deixar de dizer e acreditar que temos algo maior do que estamos podendo viver.
Mas, fale comigo, não me deixe pensando que nada disso vale a pena.
Não consigo dormir por algumas noites, porque eu fico pensando em como é profundo estar com você aqueles momentos todos, que são tão particulares e sólidos.
Eu sei que as vezes você tem medo que eu quebre seu coração, mas eu posso lhe assegurar que só iremos saber o quanto você pode suportar meu amor quando se abrir.
Entendo que só poderemos demorar se formos para um lugar aonde podemos ser nós mesmos sem temer que o nosso tempo acabe e que é só aquilo que podemos ter.
Você narra em silêncio tudo aquilo que eu deveria balbuciar quando falo de tudo que acredito.
Sabendo que eu não posso deixar você partir sem dizer o quanto é especial cada instante.
Procure ai dentro, um lugar que não seja amargo, coloque minha voz de lamentação quando você vai embora e eu queria que você ficasse mais tempo para perceber e sentir o quanto eu acredito no que nos conecta e quer permanência.
segunda-feira, 24 de março de 2025
::ARBUSTOS NEGROS::
Posso tentar narrar o que dentro daquela floresta...
Arvores enfileiradas, desfiladeiros tristonhos, música melancólica.
O vento vem trazendo seu respiro mais profundo, sua penumbra me convida a dançar.
O chão está úmido e os olhos também.
Existe uma fenda diante de minha mente, aonde mora um monstro vestido de negro.
Coloca-se diante da fogueira, os olhos ardem, as mãos pegam fogo.
As pernas cansadas, o quadril, dilacerado.
A dança macabra começa sua sintonia interna.
Está gelado aqui dentro, nada passa sem congelar meu peito todo.
Estou vestido como se estivesse aguardando um caixão para pular.
Minha loucura, demência e transparência, conspiração diante da minha mente.
Eu estou enlouquecendo, as trilhas estão cada vez mais estreitas.
A morte me chama para dançar.
As rupturas estão deformando toda passagem por onde eu costumava me esconder.
As plumas, vacilam diante do horizonte cinzento.
O sangue ferve nas minhas veias, eu estou transbordando agonia.
O cavaleiro procura um lugar para descansar seu cavalo selvagem.
Eu preciso ter um pouco mais de cautela, ou vão me ouvir gritar...
domingo, 2 de março de 2025
:: LAMENTAÇÃO INTERNA ::
Cai a noite, a cortina está
dançando nos ventos noturnos...
Dizem por aí, que ninguém morre
por ai.
Duvido eu desta narrativa, pouco
expressiva.
Morre-se lentamente, quando se
fecha os olhos com força e tenta reviver algo bom com outrem.
Amadas horas, que me buscam sem
cessar de inquietude.
Estarrecida com as delicadezas
contidas nas minhas lembranças,
Ela me permeia, me deixando no
lugar do oculto, sem estação para voltar.
Avisto uma estrela, parece muito
com ela, brilha, ofegante, me hipnotizando com seus raios e beleza.
A noite, por mais carros que
atravessam essa ponte, o único som que ouço é do compasso sem ritmo do meu
coração.
Valente, tenta bater o mais forte
possível para tentar me acordar.
Por vezes, ele até consegue,
sussurrando baixinho, minha alma me incendeia.
Que fogo todo é esse que me
consome a madrugada toda?
Arde tanto, que nada parece doer
mais em mim, do que a saudade.
Saudade dela, daquela que posta
em minha mesa mental, todas as manhãs.
Se ela soubesse, o quanto eu
tento não relampejar de desejo de tê-la, apago em instantes, querendo não
voltar.
Talvez, esse seja o instante mais
difícil, tentar contar o que sinto.
Existe uma voracidade nas minhas
palavras, que quando falo de amor, vira “encanteria”.
Se cada palavra que eu pudesse
despejar em um oceano, ele ficaria brando, límpido e satisfeito de tanta
paixão.
Se ela pudesse navegar, somente
algumas horas por esse oceano, saberia da imensidão que me transpõem as horas a
fixar meus pensamentos nela.
Digo, todos esses minutos sem
ela, são traiçoeiros.
Algumas vezes, tento fugir, sem
sucesso, me recolho aonde ninguém pode me ver.
Por algum frio interno, esfrio
tanto, que quando meu corpo volta a vida, estou febril.
Morro de amor todos os dias as 5
da manhã.
Sem o travesseiro dobrado de
lado, sem afeto, como uma cólera que tenta rebuscar as minhas mágoas
inconsoláveis.
Desejos que tenho de regresso, da
volta dela, são sufocantes.
Por tantas vezes, quis partir
para um lugar tão distante, aonde nem minha sombra se faria vívida ao nascer do
sol.
Me recordo dos passos dela pela
casa, do barulho que agua se encaminhava transpassando por todo corpo dela.
O que tenho vivido, me
desconforta a vivência.
Viver sem ela, tem sido um jogo
sem começo, meio e fim.
Dói, mas não desejo que isso se
esvaia...
:: AO REDOR::
Você quis estar só e eu fui ver o mundo rodopiar...
Você estava no controle, tirou as coisas do lugar dentro de mim.
Na sua simpatia eu dancei sua música preferida.
Na sua alegria, sorri seu sorriso mais sincero.
A noite me cercou e então eu cai para dentro de outras possibilidades.
Me tranquei dentro de um quarto escuro em mim.
Estava procurando um porque da minha mente estar tão doente.
Senti cada pedaço do seu corpo, desgrudar do meu.
E você, estava como desejou, sozinha com seus sonhos.
Isso é o que precisava ser feito e você ficou no controle de tudo.
Me coloquei a disposição de um destino ardente.
Que me mastigou e cuspiu para fora de onde eu queria existir.
Não senti tanto quando eu andei por onde estávamos quando nos despedimos.
A loucura estava me tirando o fôlego e eu adoeci com minha certeza de que deixaria tudo para trás.
Não quero entender como as coisas puderam sair do conforto.
Menti tanto que me perdi, porque queria te deixar em um topo e eu no lugar de ladeira.
domingo, 2 de fevereiro de 2025
::TARDE EM CHAMAS::
Uma vez eu tive um sonho cruel sobre o céu...
Uma vez eu tive um sonho cruel
sobre o céu, ele parecia tão cinza quanto meus olhos.
A tempestade foi me levando e eu
estava flutuando sobre uma noite em chamas.
Eu queria uma honra negra, sem
que pudesse ver e eu me afastei de tudo.
Coloquei meus sapatos surrados e
andei por uma cidade acabada.
Tentei dormir em um banco
qualquer, mas todos estavam úmidos de lágrimas.
A grande absurda sorte que um dia
eu possui, me destituiu de tudo que eu imaginava.
Eu estava tão doente que não
podia pedir ajuda, estava me afundando em desculpas.
A única coisa que eu sentia, não
me deixava mais segura para ficar.
Tentei uma cama diferente, acabei
rezando para adormecer para sempre.
Estava solitária, cheia de
ingratidões, por mim mesmo.
As glórias estavam lançadas em um
chão desolado e corrompido.
Voei dando voltas pelas caldeiras
antigas, aonde encontravam-se, meus lamentos.
Não adiantava querer poder fazer
algo, estava quase sem alma.
Atingida por um destino que eu
queria que não fosse para mim.
Escutei a canção mais melancólica,
ela dançou em minha mente.
Calou minha face e desenhou em
meus olhos, as minhas vozes acusadoras.
Posso ver minha pele, desfazendo-se
pelas minhas suposições.
E se, eu pudesse voltar uns
passos?
Será que eu seria um pouco mais
forte para aguentar o peso da minha dor?
Então, me dê algo para comer
pois, estou tão faminta que está difícil para eu digerir o que carrego em meu ser.
Assistindo as coisas ruírem,
então é assim que o mundo termina?
Suas perguntas, são as respostas
que me fazem viver no limite da minha sanidade.
Eu já enlouqueci tantas vezes,
agora não consigo provar o quanto posso resistir a mais esse momento.
Não consigo pedir ajuda, minha garganta
está estrangulada pelos meus devaneios.
Procurando sorrisos secretos,
aonde existe apenas a sombra de uma identidade qualquer.
Deite-se e deleite-se, esta alma
está esbarrando no barranco, tentando se esquivar de memórias ruins.
As flores estão morrendo em algum
lugar dentro de mim, eu me desiludir pelos meus sonhos.
Estou cega, não consigo ouvir e o
resto dos meus sentidos, não sei aonde foi parar.
Não sou inocente, meu coração bate
tão forte que parece que pode explodir meu peito todo.
Vou descer as escadas, não, não
posso.
Estou dentro de uma garrafa, procurando
um pensamento gênio para me tirar desta perturbação.
Não tenho para onde ir, que
eu não seja capaz de te levar e você é
tão leve.
Me deixe ficar debruçada sobre o
peito de uma saudade que não passa.
Minhas mãos estão tão cansadas de
tentar descrever e minha voz ficou cansada e rouca.
Vivendo no limite do estranhamento
e da fina camada de realidade.
Ainda estou aqui, tentando
aquecer minha consciência com o que eu desejo alcançar...
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
:: QUINTAL DOS AMANTES::
Eu sonhei um tema lindo sobre amor.
Pensei sobre todas as coisas mais belas que conheci durante toda minha vida.
Acabei e comecei em você.
No contorno do seu rosto, do seu corpo no seu pensamento.
Majestosa, cores que te alcançam, tons inebriantes, noites e dias, tardes de domingo.
Não existe um só som, que não vire acorde para uma música a ser para você cantada.
Encantada, estou!
Como um facho de luz, outrora, brilhando na imensidão da intensidade de seus olhos, me encontrei.
Estarrecida, completamente entregue aos seus deleites mais secretos.
Sou sua insaciável insanidade, sua maior força que te ergue para um horizonte nítido, claro e vitorioso.
Vanguarda de uma alma que desfila pelo mundo a procura da felicidade.
Você não se cansa de ser bela, irradiando prazer, devoção e calma.
Eu te encontro, nas linhas que me devoram.
Eu te encontro, na sutileza do agora.
Eu te espero, como aguardo o sol toda manhã.
Não adormeço sem querer me deitar com seus desejos.
Discretamente , você levita pelos meus sonos mais profundos.
Embriagada por sua presença, nunca quero me despedir, só me despir de tudo que tem limite.
Não serve o meio, o seu mundo para mim é íntegro e verdadeiro.
Não existe ressalva para saudade.
Te sinto na periculosidade de estar só , querendo estar dentro e fora de você.
Como a noite que debruça nos quintais dos amantes, me deito no seu sorriso.
Te amo, como deveria, muito mais do que poderia.
Te amo, na raiz do estar, na priori do que irá brotar de tudo que será nosso.
Consumado, nosso amor, está!