A morte, uma figura distante para quem sofre.
Tomo a liberdade de dizer que já não sou o mesmo.
Todos os dias, vou mudando a direção , lá dentro , como o vento.
Este vento que empurra a vida para margens desconhecidas aonde a profundidade do oceano, afoga a felicidade.
Nas horas, ouço, no romper das sentinelas do destino , o tempo me decorando.
Ele nunca foi amistoso, carrega consigo um sorriso sarcástico de quem está encenando seu último ato.
A coragem que tenho pela manhã, vai ficando pálida durante o dia, ao cair da noite, sonâmbulo , me desdenho.
Eu gostaria de reclamar com a temperatura de minhas mãos, frias e melancólicas , hoje estão dilaceradas.
A verdade é que, estou no escuro, procurando uma maneira de escrever algo para me acalmar , meu mar está bravo e eu esqueci como é nadar sem mergulhar tão profundamente.
Me desculpa, as vezes eu queria desaparecer entre essas linhas, só para reencontrar algo em mim que perdi em algum lugar deste texto.
Meus pés estão encharcados de vontade de ficarem passeando no meu inconsciente.
Não sei como eu irei superar o espanto de minha vida diante de uma tragédia que eu havia refutado com tanto clamor.
Bom, acho que comecei a delirar de novo, então, vou me deliciando enquanto ainda posso sentir minhas cicatrizes arderem.
Até parece que essas paredes deste quarto escuro, podem guardar tanta sofreguidão.
Eu vou chorar só mais um pouco, combinado?
Só você vai saber, queria dizer que a televisao da sala está tão alta que me sinto autorizado a desmoronar sem que ninguém perceba minha presença mórbida.
Penso que, logo vou ter que escrever textos mais densos, porque os pássaros estão batendo forte nesta janela de vidro e as asas deles , são navalhas mentais.
Já está escurecendo e eu volto a viver um "frenesi"...