Falamos em versos, o que está denunciado foi para o fim do túnel
A paisagem vem caminhando, longe do buraco.
Nada está tão certo, aquela pílula do controle não funciona quando nos questionamos.
Ninguém está a salvo, tente escapar, quando não tem mais sangue no corpo.
E não adianta odiar a vida, quando estamos tentando cicatrizar as feridas dos outros.
Falamos em versos, estamos dentro e fora, com ódio e amor,
Constrangidos pela demência da hipocrisia pouco subjetiva.
E eu digo, não adianta mais chorar, o poço está transbordando!
Estamos na beirada, e as veias parecem querer explodir, acidas meninas teimosas.
Algo está perdendo o sentido, algo está aos avessos,
Os punhos estão contraídos, severamente estão agredindo Deus e cuspindo no Diabo,
Estamos convidando a morte para dançar, rodeando a nossa triste solidão retardada pelo tempo.
Estamos caminhando para a guerra do escuro, conformados com as fatalidades,
Concedendo os pecados, deleites de grandes conversas com a melancolia.
A aliança com a dignidade é ainda a única coisa que resta,
Mas não precisamos abraçar a saudade de sentir saudade do que é paz.
Esta é a catástrofe, a decadência que quer nos libertar dos nossos corpos.
Quem não se lembra de tudo isso?
Eu tenho recordações ruins, e agora só quero a vida não seja mais uma prisão.
Todo sofrimento derramado no ventre dos sentimentos aprisionados,
Fazem suas ressalvas, o céu já está suspenso, e as sombras estão indo para casa.
Alguém pode ouvir, eu choro, eu ouço, acredito, modifico.
Não é preciso construir um muro, agora as passagens são verticais,
E eu posso sentir que não preciso desistir de respirar todo santo dia.
Verbalizando uma entrada em mundo construído com dor, tenho amor para transformar.
Os olhos, sem as vendas, estão abertos e restaurados...
Eu já rastejei e sangrei o suficiente para ter morrido tantas vezes,
Não é preciso que ninguém me resgate, eu me protejo, para sempre...
O monstro do sempre eterno nunca mais, para e faz suas reclamações,
E não estou cansada de estar casada comigo mesma, como a anos atrás,
Sem refúgios, sem portas de escape, sem a frieza que me dominava.
Soltando-me levemente, da historia nunca contada, a vida narrada,com seus segredos,
Estou rasurando a tragédia, o relógio não vai parar, e ninguém precisa correr.
Não preciso de outras sessões de vivencias que me entristecem,
Não quero celebrar a dor, nem amassar as verdades, para alguém chorar.
Hoje eu viro as páginas, sem danificar quem dorme do lado de dentro.
O circo está aberto, e as celas estão destrancadas, as misérias mal formuladas, estão livres.
As vezes eu falei que estava sentido que, alguém podia me arrancar a pele e me destruir,
E isso nunca aconteceu, porque eu estava querendo ter um coração feito de aço,
Em um corpo sensível e cheio de sentimentos avassaladores,
Me reconstruir! As grades foram arrancadas,o paraíso revelado,
A alma vai ser velada, para olhos que não tiverem medo de compreender,
O eu revelado!!!!
Sou eu, dentro, sou eu, fora,
Sou eu!
Ordenando a própria vida, criando a nova identidade!!!
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