sábado, 29 de dezembro de 2007

::DEMÊNCIA::

Demência, ausência de inteligência casual.
Passagem horizontal para as vértebras quebradas do corpo celestial.
Besta, fera, bela, que encena suas dramatizações em um palco pegando fogo.
É um abre e fecha de cortinas irritantes.
Constantemente a atriz principal morre e ressurge das cinzas com uma nova lembrança.
Falta luz, água, para purificar a escuridão que não serve para evolução.
Não falta amor, nem comida, nem pratos para serem lançados ao infinito.
A cama estendida, a criança dorme sem precisar colocar os dedos na boca.
A escada curta que leva à mediocridade.
Presa em um mundo só meu.
Às vezes desço para ver se o dia está cinza, outras vezes fico presa por semanas.
Apareço para quando ouço uma voz doce me chamando.
O sol se deita no horizonte e se cobre das nuvens para aliviar o frio da solidão.
As cadeiras se arrastam, deixando vago o lugar do entendimento.
O entender que não fala, o sábio que não grita, o tolo que não cala.
A serpente que não fere, a face que não entrega suas dores pessoais, deixa sua máscara para trás.
Chuvas que molham os jardins secretos das paisagens negras e violentadas pelo tempo, que escorre pelos degraus da desordem fanática pela loucura.
Insanidade travessa que apronta tanto, que se inventa e reinventa um novo amanhecer.
Cala-te! Xingo cada parte do mundo, com a necessidade de buscar a ofensa deles em mim mesma.
Labirintos terrenos inflamados perdem o equilíbrio das vontades que nunca esqueço de ter.
Cérebro, tão perfeito, que arde imperfeito sabendo que não é só um liquido que instiga uma alma a dar choques existenciais para nos manter acordados.
Pecados que não se cometem eu condeno, mantendo a ordem espiritual, por fim, moralista.
Assim não julgo, só falo em silêncio para não perder a originalidade.
O que procuro explicar, me nega, não entendo, porque já foi consumido e expelido para fora.
Em um lance pessoal amargo, tantas vezes desonrado e com baixo humor.
Tremores quase infernais, obscuros e internos, internos e obscuros.
Tudo no fim, não tem fim. Assim, corrigir o que quer mandar a paz para longe de mim.

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