segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

:: Dois Graus ::

Dois degraus.
Dois graus, distanciam o subterrâneo.
A lança no espaço.
O aço, o tempo do descaso.
Bondade, rigidez humana.
Penitencia, ausência de memória.
A mente, lapsos, dores verticais, sem saudades latentes.
Como funciona o mecanismo das coisas que atravessam a noite procurando abrigo no que em nós não pode ser sentido?
Imaginação ou não, ilusão abstrata que invade meus olhos.
Loucura, doçura que não é o apego que me é permitido por obrigação.
A luz verde, do cinza intocável.
Círculos, contribuição para o violento ato de perseguição.
Para que tanta razão?
Modelo caótico de existência, renovação!
Tragédia, festa interna, corrupção.
Sentir a falta de si quando não se pode evitar ser mortal.
Raízes profundas, o fruto não crescerá neste verão.
Indagar, ser breve, sem lágrimas, sem pausas.
Criticar o que não se pode sentir, o palpável toca o chão da percepção.
Vultos, vozes que sorriem da manifestação do incestuoso monstro da conspiração.
Nasce da vulgaridade a idade da razão pura praticável.
A sanidade, seriedade, ansiedade pelo novo sol.
Não tenho mais acesso à escuridão...Todo tempo de vida que ali se passou não tem mais retorno, não tenho mais inspiração para falar sobre a dor.
Revelo o outro lado então, são flores, de milhares de cores...São frutas, as pessoas finalmente sorriem e eu consigo ouvi-las a distância.
É a energia, erguida no patamar da satisfação.
A verdade é que não consigo mais ser presa pela tristeza.
Sei que ela existe, e como resiste, mas mantenho-me afastada então, tenho poder sobre o pensamento insano.
Traduzo tudo sob o olhar do bem que me serve como perdão.
Só toco as sombras quando eu quero, elas não me sufocam mais.
A tortura não existe mais, escrever sobre o novo será minha tarefa delicada para provar a todos e a mim mesma quanto tempo passei sem existir da forma mais nítida, largando o particular sensível para o sensível particular que floresce em meu coração.

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