O instante fala, retrucando suas críticas suaves aos olhos atentos do faminto devaneio que se estende entre os arbustos velhos enfiados no solo triste dos campos isolados da consciência.
O estado intra-uterino revoga seus direitos com sua voz trêmula e vulgar, deixando pronta uma emboscada para a virtude dos pensadores desbocados.
Aqui dentro moram filha e a mãe, que nascem do sorriso de uma virgem que não carrega o nome de Maria, e sim de persistência substancial.
Tempestade cheia de fúrias e contaminações passadas, solta suas nuvens roxas para que os jovens suicidas, encharcados de meias-verdades, tenham seu banho final.
Eco, vazio, cheio, efêmero viver, elenco dos desastres neuróticos rabiscados na tela pálida que tem como margem o individuo em seu colapso existencial deslocado para o senso-comum árido e efusivo.
Privilegiados ou não, quem pensa não condena o que não sustenta, só lamenta, mata a sua sede na poesia, inventa sol quando chove, tentando assim inclinar sua tristeza para o leste de seu horizonte cinzento.
Quem diria, ter algum relacionamento legitimo com a naturalidade dos fatos, fecunda os sentimentos que o tempo tenta exorcizar com suas mãos pesadas.
Então, que não existam alicerces, é tudo leve, por isso voa...muitas vezes como pássaros famintos, migrando de um patamar de idéias à outro, procurando devorar apenas o que já está morto.
Abortando as certezas, sucumbindo as indelicadezas humanas para sentir-me deus por um segundo, não tenho passos contraditórios, sigo sem me comunicar com minhas tragédias emotivas que fazem de mim uma cômica laçada pela esperança, em um mundo de carne e osso, paradoxal e que vive em constante alvoroço.
A desordem trás a ordem? Fênix habita no canto esquerdo dos meus sonhos, com suas asas gigantescas fazendo nascer um temporal nas águas que escorrem dentro de mim para tentar me purificar da condenação de ser muitas vezes irracional.
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