quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

DEVANEIO DE CORES

Ah vida, cheia de mistérios deliciosos
Com suas caravanas ácidas e mórbidas de devaneios astrais.
A conquista da percepção ideal, o conceber da angústia espiritual.
Dos pensamentos mais cheios de redemoinhos noturnos
E que arrepios loucos trazem os ventos gelados para varrer as folhas mortas no quintal.
A verdade pode ser apenas uma idéia
Correspondendo-se com a eternidade da desilusão.
Quanto mais fundo eu nado para o entendimento
Sinto que com isso ganho também gracejos das almas que encontro pelo meu caminho.
Talvez vago, revelando o meu envolvimento comigo mesma diante dos tranqüilos
Vales do esquecimento do que por mim deixou de ser vivido.
Quem sabe eu não esteja no ventre da ironia de alguém que se encontra de péssimo humor?
Brinco de fazer sombra nas paredes nos dias quentes.
Quanto aos dias frios, me recolho para sentir o frio em meus pulmões.
Não acredito somente neste mundo que vivo
Acredito em milhares de mundos ao mesmo tempo intercalados em si
Com infinitas cores se misturando, formando um painel cheio de existências coloridas.
Ali sinto a felicidade e a tristeza sendo uma coisa só dentro de um tudo.
Não quero me sentir cheia de nada, e nem vazia
Quero pensar sempre que estou completando a minha vivência com
Peças pequenas, não quero ser algo completo jamais
Para que eu nunca deixe de acreditar em fantasia.
Suspiros da alma, perene desconsolação.
Adivinhar o que é divino e separar o corpo podre que quer
Iludir a mágica do sonhar.
Morrer, nem pensar
Sorrir e chorar, todos os dias.
Eu sentiria falta de tudo que vivo e sinto,
Então prefiro não invocar os dias negros quando estou tentando submergir neste oceano de emoções.

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