sexta-feira, 11 de julho de 2008

...EM ALGUM LUGAR DENTRO DE MIM...

Então hoje você vai sentar e falar comigo!
Porque a sua escuridão vem abusando dos meus limites, o tempo tem corrido contra a velocidade da minha consciência e eu tenho estado tão perdida em seus devaneios insanos.
Eu entro em contato novamente com sua limitação, suas promessas sem mundo, suas viagens apelativas que rasgam o meu corpo em milhares de parte, eu não consegui estar ai dentro quando o vento ensurdecedor adormeceu sua alma.
Vejo que tem algo errado, e as despedidas não são mais tão freqüentes... você manipula minha realidade, trás o ódio para o meu céu estrelado, desconstrói minha passividade, ergue meu corpo, assombra minha paciência, resgata minha fúria, me transforma em uma locomotiva descontrolada.
Você quer que eu sangre!Quer tirar até a ultima gota de felicidade de mim. Vem sempre rompendo minha imaginação, carregando minhas magoas para o centro do meu peito, recuando o meu respeito, com seus anseios da decadência que, se instala nos momentos mais belos e conspira para que o dia seja interminável quando as nuvens negras dormem em cima do meu corpo.
Então sombra minha, diga que sente minha falta quando você não pode ver as coisas atravessarem o seu destino congelado!
Temos uma coleção de bobos da corte, “loucos dançarinos”, pisando sobre nossos ossos, puxando nossos sentidos para baixo, contando nossas perversões em voz alta, para nos darmos conta do quanto erramos e quase fomos mortos por nossas mesquinharias.
Ficamos presas quando todos estavam esperando que, caíssemos no abismo...
E eu não aprendi a lição, por isso eu te soterrei com todas as minhas mágoas, todos os invernos que nunca acabavam, a verdade que você me fez engolir a seco, não foi capaz de me salvar do que sentia.
Venha assistir a transformação, a cela está prestes a explodir, você tem cultivado suas garras como nunca, e tem transtornado o meu silêncio com seu mar de saudade furioso e suas enchentes de lágrimas amargadas.
Hoje estou tão cansada, pela primeira vez eu estou esperando o dia chegar, e represento minha ausência com os olhos cheios de ansiedade, construindo paisagens mortas por onde eu passo, tudo tenta morrer, e eu continuo a jogar sementes, para que você possa ver o quanto eu tenho me esforçado para manter você algemada dentro de mim para não causar dor novamente para meu espírito tão infantil e demente, que de repente, adoece nos braços do substancial e acorda ferida carregada pelo anjo do mundo imaginário transcendental.
Você sempre parece familiar, mas quando me tortura com suas vozes roucas, acordando minha paciência no meio da noite, eu penso que posso fazer seu cérebro virar ao contrário, suas passagens tão inconstantes, suas maldades contraditórias, seu estilo sombrio, circunstancias que chutam minha linha estreita de equilíbrio para o fim da vida, que parece sempre ser por hoje um único dia de sofrimento.
Tudo está lendo, os meus dramas estão cochichando, agora eu posso voar para bem longe. Então me surre, vou mover suas comédias, retirar o que pinta de cinza os sentimentos aqui dentro, a virtude anda estreita e novamente eu não vou conseguir domar suas ações que desmontam o meu presente, e trazem a tona o meu passado tão negro e indolente.
Eu vou te beijar, e vou fazer você falir de vez, como da primeira vez que te levei ao extremo.
Você fez eu receber minha doença mais imatura, me levou ao inferno com os olhos do seu deus, me lembro daqueles tempos, agora estou te visitando a fundo, para ver o que de mim sobrou por ai.
Sim, eu posso estar bem, então agora não tente dizer que meus problemas não podem adormecer com este “feeling” que tem respirado em minha inconsciência, confissões que não substituem a minha falta de egocentrismo.
Os mistérios serão guardados, e eu não preciso usar uma alavanca para despejar todo meu ódio sobre o mundo, quando tenho um fogo interno tão poderoso. Eu te renunciei uma vez, e agora estou queimando a sola dos seus pés, você não poderá mais caminhar em mim, enquanto eu estiver apagando lentamente essa dor que você me trouxe por tantos anos.
Eu chorei tanto, e morri tantas vezes, esqueci do esquecimento de nunca ouvir o que eu queria ouvir dos momentos em que eu buscava estar bem, brincando de ser finita. Minhas mãos estão soltas e eu posso abraçar o agora sem medo das suas marcas. Eu nunca consegui entender porque você queria manter o meu coração no formol, agora eu compreendo, e eu derramei cada instante com tanta intensidade, eu nunca parei para pensar o quanto eu fui rude comigo mesma, porque você me tomou.
Finalmente, agora eu estou caminhando, tomando cuidado com os espinhos, e as vezes eu escuto que eu posso ser Joana D´Arc, e ninguém consegue respirar o veneno que eu sou capaz de jogar quando dizem que eu posso estar enlouquecendo novamente.
Não agora, eu não sou mais sua prisioneira, e agora você só irá atuar quando eu estiver em contato com minha angústia mais profunda...

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