quinta-feira, 23 de agosto de 2012

::O MEU NOME SECRETO::



Rosas despetaladas, olhos atentos, eu não posso me conter...
Eu não pude, fui consumida e sumi.
Transformei-me em algo que não caberia dentro de você.
Então percebi que as águas estavam profundas demais, te afoguei.
Eu tentei não ficar presa nisso tudo, mas não evitei o máximo, não dei nada por isso.
Ganhei a tragédia!
Não posso mudar os lugares da sua mente, mas posso pensar que posso sentir sua respiração parar.
Quando olhei para os trilhos negros,  você já havia partido e me despedaçou.
Está nas minhas veias, seus traços estão alojados nos meus ossos.
As coisas podem mudar com calma, não é culpa de ninguém.
Tivemos envolvidas por uma névoa ardente e ilusória que nos tragou e depois nos cuspiu.
Tentei morar no abstrato do silêncio, não resisti, chorei tão magicamente que ouvi meus pensamentos gritando por um tempo melhor.
Eu retomei o fôlego, eu ainda tenho o seu dissabor marcado no meu âmago.
Angústia amiga minha, se me rodeia tanto, diz como faço para me engendrar nas suas entranhas?
Já está tarde, a lua irá me vigiar!
Perdi de novo a procura de mim mesmo, eu estou certa de que as tempestades vão arrancar meu corpo do chão novamente, e não posso me desesperar.
Acolha-me, respire minhas incertezas, pois estou tentando falar em uma língua que ainda não consigo compreender.
Iluda-me, porque assim eu tenho inspiração para desmontar meus caminhos que pareciam tão seguros.
Preciso ficar no escuro, levante-se e vá ver se os espelhos estão cobertos.
Sua posição é favorável para apreciar o meu vazio.
Assopre para longe nossas cinzas, precisamos parar de nos comunicarmos, agora não estou podendo compreender as suas exigências.
Transporte-me para o seu lugar secreto eu sei que lá existe um tipo de dor que me dá prazer.
Rapte os meus sentidos eu preciso ver o fogo consumir o meu último abrigo que foi um fracasso.
Necessito do seu descaso, a sentinela bateu a porta com força demais desta vez, estou fechada.
Ouço alguém caminhar dentro de mim, e não, não pode ser você.
Lancei-te para longe, e como pode você ainda ser eu dentro de mim?
Sou eu querendo de novo tentando retirar os meus laços de onipotência.
Perdoe-me, eu desejo não ter forças, preciso meditar aonde às lágrimas façam um sentido maior do que o medo.
Arranque as portas, as janelas, me deixe criar tudo de novo sem uma abertura tão agigantada.
Se eu não puder recuar agora, amanhã as rosas não iram crescer.
Eu vou sabotar meus delírios e violar os meus pudores, pois, preciso me abster de me ter sempre como eu planejei querer ser...