Rosas despetaladas, olhos atentos, eu não posso me conter...
Eu não pude, fui consumida e sumi.
Transformei-me em algo que não caberia dentro de você.
Então percebi que as águas estavam profundas demais, te
afoguei.
Eu tentei não ficar presa nisso tudo, mas não evitei o
máximo, não dei nada por isso.
Ganhei a tragédia!
Não posso mudar os lugares da sua mente, mas posso pensar
que posso sentir sua respiração parar.
Quando olhei para os trilhos negros, você já havia partido e me despedaçou.
Está nas minhas veias, seus traços estão alojados nos meus
ossos.
As coisas podem mudar com calma, não é culpa de ninguém.
Tivemos envolvidas por uma névoa ardente e ilusória que nos
tragou e depois nos cuspiu.
Tentei morar no abstrato do silêncio, não resisti, chorei tão
magicamente que ouvi meus pensamentos gritando por um tempo melhor.
Eu retomei o fôlego, eu ainda tenho o seu dissabor marcado
no meu âmago.
Angústia amiga minha, se me rodeia tanto, diz como faço para
me engendrar nas suas entranhas?
Já está tarde, a lua irá me vigiar!
Perdi de novo a procura de mim mesmo, eu estou certa de que
as tempestades vão arrancar meu corpo do chão novamente, e não posso me
desesperar.
Acolha-me, respire minhas incertezas, pois estou tentando
falar em uma língua que ainda não consigo compreender.
Iluda-me, porque assim eu tenho inspiração para desmontar
meus caminhos que pareciam tão seguros.
Preciso ficar no escuro, levante-se e vá ver se os espelhos
estão cobertos.
Sua posição é favorável para apreciar o meu vazio.
Assopre para longe nossas cinzas, precisamos parar de nos
comunicarmos, agora não estou podendo compreender as suas exigências.
Transporte-me para o seu lugar secreto eu sei que lá existe
um tipo de dor que me dá prazer.
Rapte os meus sentidos eu preciso ver o fogo consumir o meu
último abrigo que foi um fracasso.
Necessito do seu descaso, a sentinela bateu a porta com
força demais desta vez, estou fechada.
Ouço alguém caminhar dentro de mim, e não, não pode ser
você.
Lancei-te para longe, e como pode você ainda ser eu dentro
de mim?
Sou eu querendo de novo tentando retirar os meus laços de onipotência.
Perdoe-me, eu desejo não ter forças, preciso meditar aonde às
lágrimas façam um sentido maior do que o medo.
Arranque as portas, as janelas, me deixe criar tudo de novo
sem uma abertura tão agigantada.
Se eu não puder recuar agora, amanhã as rosas não iram
crescer.
Eu vou sabotar meus delírios e violar os meus pudores, pois,
preciso me abster de me ter sempre como eu planejei querer ser...