Do lado de fora...
Um canto novo, a bossa nova desliza entre as mãos do universo,
Remoendo as matrizes suspensas pelos sentimentos cansados.
Não é preciso gritar, o silêncio gera a ordem pelos ruídos do inconsciente.
É nítido, e o vazio, já não incomoda mais,
Gota por gota, do orvalho mais limpo e da matéria existencial, vão tomando aquele espaço antigo que, gerava somente saudade do que nunca tinha sido vivido.
Não faço poesia, minha alegria é não ser acorrentada pela covardia de uma falsa sabedoria.
Respirar, agora é mais fácil, não dói, e tudo que assustava minha alma,
Agora desprende-se com leveza, e vai para os céus, lentamente...
Ergue –se no horizonte a preguiçosa esperança que andava sumida em mim!
A mesma, abre teus braços e entrelaça tuas delicadas mãos, em meus sonhos.
A realidade não mais pesa, ela é incerta, singela e não julga-me onipotente.
Cresce o respeito no peito da amante da vida pulsante.
Por agora, festas, abrigos, conversas noturnas, um amor desvairado rompe a cena:
- Entra narciso, toma este meu corpo, como se eu nunca o tivesse sentido!
O amor próprio não cospe na existência, não exala tua dor, não é crente no que não sente,
O amor próprio, é de aberturas, devaneios, construções mágicas, impérios com tuas torres de vigia encravadas no mar violento, e nem por isso, desabam!
Os redemoinhos puxam para fora todo mal que um dia fora sentido...
Esvazia-me o destino, deixe que meu lugar no mundo, se revele!
Eu apareço, e desapareço nesta roupagem de humana.
Não me aquieto, não uso esperteza, nem sou bruscamente certa de nada.
O nada me consome.
Nasci outra vez para ver o dia brotar dentro de mim.
Fui tragada e cuspida pelo ventre da vida!
Cá estou, não estou, fui, vim, vou, morri, ressuscitei, a vida me tocou!
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