segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

...LINHA DA VIDA...

O pulsar da vida,

O instante em que sentimos que a morte quer nos abater, é um alívio provisório, nada mais.

Como dizer em particular que, articulando as coisas que eu penso, eu posso fazer de mim, um ser vivente?

Não posso.

Posso deduzir, substituir as perdas, justificar os atos, atrasar o que por mim foi pensado, na tentativa de resgatar um pedaço meu, que anda fora da matéria.

Para mim colher sonhos, realidades, é como se eu pudesse distrair uma linha da vida, para um outro lugar, um lugar, do qual não sei falar, mas sei que existe, e não explico o porque.

Tem uma hora que de tanto eu perguntar, eu aprendi a me calar diante das minhas absurdas resposta prepotentes. Foi ali, naquele momento em que eu percebi que falava demais, e vivia tão pouco o que eu não era capaz de decifrar.

Não que eu perdesse tempo em falar, mas falar, requeria de mim, um entendimento do silêncio subjetivo, aquele silêncio que dói, mas que constrói o diálogo para o molde a forma que, moldado este, torna-se um lindo quadro de existência.

Ninguém é sábio, e ser sábio, e também admitir certas ignorâncias, não ser intolerante, e nem buscar abrigo na dissimulação alheia, é um trabalho que exige mais do que pensamos pensar, é necessário abrir as portas para o eu sozinho.

Este eu sozinho que, por tanto tempo criei mitos, que por tanto tempo, construí atritos insanos, contos de vitima, de quem corria da realidade que, eu mesmo, havia construído para reinar sozinha.

Isso não resolve nada, também não posso dizer que não vive tudo aquilo sem emoção, vivi de uma maneira que não sei explicar, talvez explicando o que eu vivi, eu me perdesse cada vez mais no que eu criei.

Não importa, a vida bateu em minha porta e me exorcizou! Não tive nem mesmo um instante para pensar, refletir, nada disso, eu fui tomada pelas mãos da vida, e que mãos ! Desde aquele momento eu senti que agora sim, eu estava a viver intensamente, ou não, talvez daqui a alguns instantes eu receba outra vez, um puxão do presente.

O pulsar da morte, o enigma da vida, o exercício do bem – estar, a utopia, a grande chave dos mistérios, o próprio mistério, não se abriga em um casulo, não se abre, não se fecha, se vive.

E viver, hoje em dia, é o dia que nos escolhe para sermos vividos...

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