Eu viajei por muitos lugares. Lugares por onde eu caminhei e voei durante anos, a procura de uma satisfação particular do que me era conhecido como mundo. Ali, naqueles lugares e em mim ao mesmo tempo, pude perceber uma coisa em comum, nada fazia sentido. O sentido me provocava o sentido do vazio, o pendulo feminino que balançava de um lado para o outro, a procura de algo sensível.
Voltei, regressei de um lugar desconhecido! Por aquelas curvas coloridas aonde a morbidez é apreensiva, e que o tédio me faz refletir sobre as planícies pelas quais , eu nunca deveria ter me ausentado.
A relação com o a dor e a prospera sensação de leveza, sempre me acompanharam, mesmo quando eu não podia entender nada, o nada me entendia de uma forma simples.
Acredito ter plantado muitas coisas neste mundo, algumas floresceram, outras, deixei morrer pelas mãos do descaso íntimo. Mas não julgo isso como se, partes do que eu tenha vivido, fossem apenas resíduos do que eu poderia ter abduzido para meu planeta natal passado, presente, o planeta alma.
Eu não faço considerações rasteiras, e tão pouco costumo dizer o que não pode ser consolidado pela imaginação do meu mundo. Eu apenas digo e não digo, calo sem poder muitas vezes deixar de falar como uma louca desvairada. O silêncio surge do nada, como se alguma coisa tapasse minha boca lentamente. É a vida que quer falar mais do que eu, e eu nessa mania de vida, falho e muito, vivo sem saber se estou a mercê de um tempo que desconheço os segundos que me arrastam para o esquecimento.
Melancolia nessas épocas é quase fatal, não digo que de morte morrida, mas de morte praticada pela desumanização provisória sem autoria de culpados. Eu me culpo! Mesmo assim!
Terrificante, ah uma essência toda, jogada nas escadarias da existência. Persistir em ficar parado nestes degraus ambulantes, é como esquecer da jornada da alma perante a vida sofrida. Não tem contagem de pontos, tudo vale e não vale ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo que tenho preço em ter desprezo por tanto conceito, me vejo cansada, parecida com uma estátua manchada pelo prazer de me enfiar-se na terra e esperar que a chuva me refresque nos dias quentes.
Acho que me perdi novamente! Ou nunca me achei, ou achei que achava alguma coisa, quando o que e quem está perdida era eu. Mas nem para poesia eu ando com asas! O barulho do relógio parece querer destruir minha paciência. Paciência, está ai uma grande virtude minha. Mentira! Tenho paciência para as coisas do mundo, agora as coisas minhas, aquelas que ardem em chamas, não mesmo, não tenho um pingo sequer de paciência, vivo a correr para o constrangimento.
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