domingo, 27 de abril de 2025

:: A SOLTURA DA FERA::

Quando você é violado pelo mundo, a sua sombra salta da sua mente...

Você começa a entender os sinais que buscam na sua sanidade, saída.

Começa a cavalgar como dois cavalos selvagens em uma corrida desesperada para manter a vida pulsante.

Estreita sua jornada, a sentir cada veia do seu corpo dilatar.

Sente o seu sangue, engrossar de tal modo, que quer que ele saia pelos seus poros.

Adentra sua inconsciência de forma violenta e destrói a fragilidade dos sentidos.

Comendo cada pedaço do seu corpo, de dentro para fora.

Balbucia o silêncio quebrado da morte, evocando seus espíritos mais profundos.

Aonde o medo, não reside.

Aonde a solidez da alma não tem escapatória.

Percebe no cheiro da pele humana, um desejo de consumo incontrolável.

Deseja cada centímetro do universo como sendo parte sua.

Desloca sua cumplicidade pela desleal causa a ficar residindo em um mundo superficial.

Destoado, viaja para seu interior mais maligno e sombrio.

Aonde as trevas, são seu esconderijo preferido, aonde se alimenta dos desejos mais insanos e imaturos.

Primitivo, o chamado do originário se descontrola e começa a esvair por todo instante que se movimenta pela luz.

A luz, não te cega mais.

Então, com o estomago embrulhado de tanto sordidez, alcança o apogeu da Lua de sangue.

Se encosta na sua deidade aonde a sua humanidade desolada é enterrada, viva!

Não tem perdão, a busca pela vingança reluz nas linhas que entrelaçam a narrativa de nascimento de um monstro, feroz, faminto e fulgaz.

Baba como uma fera enlouquecida em uma tarde de domingo.

Faminto, ressuscita seus demônios adormecidos que gritavam desesperados por soltura.

Desalmado, abre a porta do seu inconsciente e invade um novo mundo...