sábado, 19 de abril de 2025

:: GARRAFA DE VENENO::

Uma garrafa de veneno em cima da cômoda...

Uma garrafa de veneno em cima da cômoda e eu sinto cheiro de morte.

As consequencias estão expostas.

Se eu pudesse engolir a mim mesmo mil vezes, 

Eu sentiria o quanto já estou envenenado pelos meus desejos.

Então eu só preciso ir embora para onde as sombras nascem.

Então eu só preciso ir embora para onde eu sou gestado todas as noites.

Aquele medo de me distanciar de tudo, agora me acorda em sussurros sufocantes.

Eu estou queimando, sinto cheiro de algo que está podre e já desalmado, repouso.

Então eu só preciso ir embora para onde as sombras nascem.

Então eu só preciso ir embora para onde eu sou gestado todas as noites.

A dama maior que rodeava meu coração, está enterrada na esquina de casa.

Estou tão doente que rastejo procurando o cheiro de morte que vem dela.

Vou me embriagar novamente com aquele gin que me transmite uma paz de destituição.

Ninguém pode me expulsar por que eu já estou indo embora.

Querida eu queria outro gole do seu prazer.

Prazer em te conhecer, mas eu estou sendo drenado para seu lado obscuro.

Coloque -se diante de minha verdade, estou abandonado.

Procurando você nas melodias mais depressivas e que me levam ao isolamento.

E todas aquelas coisas que trocamos por dias, agora dilatam minha pupila.

Eu vou queimar seu valium, minha estupidez vai me dar uma moeda de garantia.

Porque eu rastejei para te desenterrar de mim, minha boca ainda tem seu gosto de maçã verde.

Querida, eu fiquei tão excitado ao te conhecer que acabei virando um cogumelo na sua garganta.

Agora estou entediado porque eu estou infectado com seu vírus amoroso.

Enquanto você viaja na sua condição mais sóbria eu desbravo seu mar violento de demência.

Estou tão endividado com sua indecência que estou picado em mil pedaços.

Virei um vaso vazio dentro do seu coração.

Sua mente me colapsa e eu agora, estou redundante e estúpido.

Eu queria morrer dentro do vácuo que se tornou meu peito.

Mas, as horas passam e eu quero ser apenas algo que regurgita a própria infantilidade.