segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

:: INCONSCIENTE E RUPTURA::

 

Inconsciente é ruptura...

 

Passagens, incessantes, qual a definição do manifestar?

Um objeto que não diz, utiliza a linguagem do que antecede a fala.

Podemos aprender pela razão, o intelecto, ressoa, brando, irrompendo o novo.

Chamo de caminho desconcertante, percepção da prática do agora.

Em alguns lugares incômodos, os cômodos do consciente estão arrastados, cadeiras com suas pernas quebradas, sem equilíbrio.

Podemos nos dar conta deste fio que tece a vida, através das relampejadas da obra de si mesmo.

O jogo místico, se sobrepõe a performance da iniciação para uma vivência-do-agora.

Alguns dizem, que este lugar é abrigo, outros relatam, um lugar de perdura.

Existe um enunciado, desconhecido pelo sistema de apreensão do sentido-estar.

Proposições inadequadas de pensamentos, desdobramentos quânticos, resultados de trágicos momentos experienciados.

Estamos passando pela ponte central do entendimento, um lugar cheio de escombros sentimentais.

Sobreviventes de um mundo torto, que esquiva da solidez humana, transformando nossa alma em animal, selvagem e inquieta.

Neste percurso, morremos muitas vezes, deixando alguns sentidos vazios, sentados nas calçadas geladas.

Guardamos nossos segredos mais antigos, borrados e que se esvai diante de nossos olhos.

Entusiasmados, pensamos em ficar, mas acabamos partindo quando o sol quer se deitar.

O que motiva uma alma continuar reinando dentro de nosso corpo?

Talvez, uma sobrecarga de amor, ódio, frustração, paixão e compaixão pela estadia.

Não tem visita marcada, nos encontramos em um lugar individuado.

Somos massacrados pela máquina do agora, que procura anteceder um futuro incerto.

Este movimento frenético, nos desdobra e nos transborda até a margem dos nossos dramas.

Trágicos instantes aonde a ruptura do inconsciente, conversa com nossas extremidades, misteriosas.

Quem vive isso intensamente, volta para o lugar de origem?

Não se sabe, relatos são vorazes, pouco se tem de narrativa, balbucios inadequados.

É a forca da sobriedade a força da inquietude, a sombra da realidade.

Neste lugar, se tem amor e devoção, causa com efeitos melancólicos, diurnos, parecem devaneios arrastados pela sombria tarde de verão.

Quanto mais eu tento expectar esse lugar, mais ele escapa do que realmente é...