Prevalece o fundamento lógico, o pensador enlouqueceu...
Aceitar a dominação, a carência e a necessidade de estar só, tornou-se artificial.
Pensando, entro em uma luta que combina, ódio, tensão, paixão e devoção ao poético.
Meus fundamentos lógicos, tornaram-se obsoletos e frágeis, estou pendurado!
Quando tento ilustrar tudo que vivenciei, percebo que minha alma, vive uma catexe libidinal.
Sem fluentes, um rio desgovernado de filosofia Kantiana, silenciosos devaneios platônicos me assombram.
Vivo uma ininterrupta vontade de produção e consumo literário que já não me satisfaz, meus caminhos criaram caninos loucos para me devorar.
Saboreio o látego social, vísceras entorpecidas por medicamentos ácidos e destrutivos.
A mente, balança de um lado para o outro, o Eu não está conseguindo me encontrar.
Já deixou de ser adequado para mim, ouvir as vozes, agora o silêncio permeia minhas ondas altas interiores.
Minhas necessidades instintivas, estão guardadas em um lugar bem distante dos olhos alheios, ganhei um inimigo combativo, odiado, chamado Desejo, que não me deixa em paz.
Criei milhares de apetrechos expansivos, como objetos espaciais colidem em meu inconsciente, me deixando exausto e impuro.
Não tenho medo das pessoas, não costumo rejeitar sussurros e nem lamentações, introjeto substancialidades existenciais, cortesias que me cortam, fatiando minha transcendência.
Meu coração, torna-se um objeto oculto, mágico, que dissolve nas mãos de minha insanidade.
Não faz sentido algum eu falar sobre liberdade, estar livre, para mim, parece já pensar na condição de estar preso por algo.
Mas a verdade é que, não falar de liberdade, já exalta uma liberalidade excessiva de condicionamento moral, opressão.
Vivemos a catarse, uma espécie de miséria gradual, que vem comendo toda população mundial, pelas margens, bordas econômicas e afetivas.
Hesito em empregar a palavra, crime!
A humanidade ainda me choca, trazendo “release” de situações aonde o desfecho é o próprio ego inflado.
O rei está submisso a uma constante reprodução de poder, conversão de servidões voluntárias que são prospectos históricos de escravidão física e principalmente, mental.
As temáticas poéticas agora estão a serviço não só do amor, não só de extravasar os desejos poluídos e não permitidos.
Agora, os poetas são impulsionados a falar para aqueles que sentem uma espécie de dor que não conseguem narrar, só acordam em uma manhã qualquer pressentindo a morte social.
Me proponho a um questionamento menor, a emancipação do meu próprio Eros, minhas meras necessidades de ser “alguém” sem “persona” sem negar a rejeição rumo a um progresso pessoal, falido.
Minha mente nunca foi saudável, nesse momento, estou escrevendo e morrendo por dentro, por paixão, medo e procurando minhas virtudes heróicas aonde perdi tantas guerras conscientes.
Pensei e cheguei a um lugar aonde, nenhuma filosofia, nenhuma base teórica pode desfazer a introjeção democrática dos senhores em seus súditos, estão todos enamorados...